Capítulo V

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JUSTIN LAWFORD

Como Spencer disse, eu tive sorte. Minha esposa é uma mulher deslumbrante em todos os sentidos.

Quando ouvi sua doce voz, dentro da capela, minha curiosidade só aumentou. Precisava encontrar um jeito de vê -la sem que ela me visse.

Quando Spencer entrou no quarto contei a ela meu dilema. E ele encontrou a solução, acender uma única vela, diante da porta, assim poderia vê-la quando passase por ela, e ela veria apenas minha silhueta.

Foi injusto com ela. Mas não poderia revelar toda minha feiura.

Quando ela passou pela porta fiquei sem ar. Ela parece um anjo. Rostinho delicado, olhos penetrantes e lábios atrativos.

Me senti pior ainda, como posso condenar uma criatura tão bela a viver comigo dessa forma?

Além de bela, é doce, alegre e gentil. É o tipo de pessoa que faz horas ao seu lado se transformarem em minutos. Ela é diferente das outras mulheres, gosta de coisas que as outras não gostam, fala o que tem a dizer, sem medo.

A muito tempo não tinha uma noite tão agradável. Queria ter consumado o casamento, oh Deus, como queria. Nunca tive uma mulher em minha cama, mas sei como as coisas funcionam.

Mas a pobrezinha já está assustada, preciso ser cuidadoso com ela. Quero que se sinta bem sendo minha.

Acordei bem cedo, aproveitei a solidão e abri as janelas, deixei a luz do sol aquecer minha pele e respirei profundamente absorvendo o ar fresco da manhã. Como gostaria de sair, passear pelos campos, andar à cavalo. Talvez meu pai tivesse razão, matei minha mãe, e meu castigo é viver confinado à esse quarto.

A porta do quarto range. Spencer é o único que entra aqui, mas nunca sem bater.

Ouço o som de uma respiração assustada e sem me virar eu digo.

— Beatriz, acho que foi avisada que não pode entrar em meus aposentos sem ser anunciada.

— M-me desculpe lorde, eu esqueci.

— Saia. Quando eu puder falar com você mando Spencer te chamar.

Ela não disse mais nada, só saiu e fechou a porta.

Sei que fui rude com ela, mas só o pensamento de ela me ver me desespera.

Fechei as janelas, apaguei a lareira e chamei  Spencer.

— Pois não, lorde.

— Spencer, Beatriz tentou entrar em meu quarto, quero, por favor, que cuide para que isso não aconteça. Até trancaria a porta, mas você sabe que tenho meus medos.

— Darei um jeito lorde.

— Sim, diga a ela que a estou esperando.

— Com licença.

Logo ele volta acompanhado de minha esposa e a deixa sozinha comigo.

— Me desculpe a forma que falei com você, mas não gostei de sua atitude. A única coisa que te pedi foi para que respeitasse minha privacidade.

— Me perdoe Justin. Serei sincera. Foi a curiosidade que me fez fazer isso. Queria ver como você é. Mas entendo que errei, isso não irá se repetir.

— Assim espero. Tem planos para hoje?

— Na verdade, gostaria de pedir permissão para conhecer o vilarejo, já que imagino que você não vá me acompanhar.

— Eu sinto muito Beatriz — ouço-a suspirar — Pedirei a Hector, o chefe da guarda, que ceda um de seus homens para acompanha-la. E não precisa pedir minha permissão para nada, não sou seu dono, só avise-me quando for sair.

Marcados pelo Amor (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora