~Por André~Nunca imaginei que teria tão grande conexão com meu sogro como estou tendo agora. É incrível ver o carinho dele com a Ray, e não apenas com ela, mas com Edicléia, sua esposa. Sempre muito cuidadoso, atencioso, querido. Uma família realmente exemplar.
Já dava pra perceber a Ray um pouco mais tristinha, mais grudada com a mãe, se preparando pra despedida, pois depois do jantar, enquanto eu e Geraldo jogávamos a última rodada de truco, ela estava agarrada e deitada junto da mãe no sofá cama que havia ali na sala.
Pouco tempo depois decidimos ir dormir pois o dia seguinte seria um pouco mais agitado. Ela ofereceu o seu quarto aos pais, mas eles não quiseram. Preferiram continuar na sala e eu e Rayssa fomos então para o seu quarto.
Ela tomou um banho e eu a esperei na cama. Saiu do banheiro e estava calada, estranhamente já que sabemos como ela tem a sua voltagem própria ligada no 440 como eu costumo dizer. E eu senti que ela precisava conversar.
—Tá tudo bem amor? —perguntei.
—uhum. —resmungou.
—Você tá toda quietinha aí, na sua.
—eu sou assim...
—Você é tudo menos assim linda. —fui até ela e beijei seu rosto. —Quer conversar?
—Ah amor, a volta dos meus pais mexe muito comigo. Eu sempre fico assim. Acho que nunca vou me acostumar com a distância. —ela foi em direção a cama e se sentou. A acompanhei e sentei ao seu lado.
—É normal sentir isso amor. Pra gente que é muito ligado a nossa família, ficar longe é muito dolorido.
—Essas despedidas sempre são difíceis demais pra mim sabe, porque toda vez é a mesma coisa. —ela soltou uma risada fraca. —A minha mãe sempre que dá ela vem pra cá, o meu pai é mais difícil de vir, então quando dá pra ele vir eu tento aproveitar ao máximo e no fim, tento controlar esses sentimentos dentro de mim, mas não dá. Eu não vejo a hora de conseguir uma casa pra eles aqui pra gente ficar junto.
—Eu te entendo. E eu estarei aqui sempre pra te ajudar viu! sempre, sempre, sempre! E você não precisa guardar essas coisas pra você mesma, se quiser desabafar, pode desabafar, se quiser gritar, pode gritar, se quiser chorar, pode chorar. —ela deitou sua cabeça no meu ombro e desabou a chorar.
—Eu imagino o quanto te dói ficar longe e você não precisa se martirizar ou se passar de durona, pelo menos comigo não. —fazia carinho no seu cabelo.
Ficamos assim por uns cinco minutos e depois que ela se recuperou, completou.
—Eu evito de chorar perto deles, não pra que pensem que sou fraca porque eu sei que chorar não é sinônimo de fraqueza, mas porque eu sei que pra eles é muito mais difícil que pra mim. E tudo isso é consequência da minha escolha, são coisas que eu precisarei passar pra seguir aquilo que eu quero. Mas enfim, obrigada mesmo lindo. Ter você do meu lado nesse momento delicado é essencial pra mim. Amo você.
—Eu é que te agradeço por ter me escolhido e me dado o prazer de entrar na sua vida. Te amo também linda.
Selamos aquele momento com um selinho e ela logo se aninhou a mim para dormir. Aquele dia eu demorei um pouco mais pra pegar no sono. Quis ter a certeza que ela havia dormido e que descansaria. E como eu agradecia a Deus por tê-la na minha vida. Ela foi um divisor de águas pra mim, tanto na minha vida profissional, quanto na pessoal, me conquistando com cada atitude, palavra, gesto.
Eu me apaixonei pela pessoa certa.
A manhã logo clareou e dessa vez eu não fui o primeiro a acordar. Me movimentei na cama e estranhamente percebi que estava sozinho. Peguei meu celular que estava no criado mudo ao lado da cama e vi que era sete horas da manhã ainda, porém resolvi me levantar. Fiz toda minha higiene matinal e segui para a cozinha, onde eu imaginava que Rayssa estaria e acertei.
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REVIRAVOLTAS
RomanceHá coisas que acontecem na nossa vida que nunca imaginamos que um dia chegaria a acontecer. Uma reviravolta incrível de algo que se tivéssemos percebido antes, seríamos muito mais felizes. Bem vindos a mais uma viagem de ilusão.