REVIRAVOLTAS

Capítulo 6 - Relembrando.

~Rayssa on~

O final de semana todo eu passei ignorando o André. Preferi manter distancia por motivos obvios: Rafaela. Eu já sabia que ela me detestava, no caso sem razão alguma porque eu em momento nenhum dei algum motivos pra isso, mas cada um sabe de cada um; E essa distancia mexeu comigo, porque a gente sempre conversava, trocava mensagens, memes no whatsapp, no instagram, almoçava sempre junto, e naquele dia não. Era como se algo estivesse fora do lugar. Eu e o André sempre fomos muito próximos, desde a preparação nós nos demos muito bem. No projac a gente andava junto pra cima e pra baixo, sem maldade alguma; sempre fazíamos as cenas no maior respeito do mundo. E surgiu uma amizade muito grande entre nós. Um carinho muito grande, que não tinha segunda intenção alguma, até porque ele sempre foi comprometido, e eu nunca seria capaz de fazer qualquer tipo de coisa com alguém assim, independente de quem fosse. Mas agora a cena é outra, ele estava solteiro e naquele momento me beijando.

Foi um beijo diferente. Como se eu já conhecesse mas não totalmente. Onde tinha uma doçura e um fogo juntos, ao mesmo tempo. Que era realmente muito bom, mas que eu não podia.

—André!!!!   —levei as minhas mãos a minha boca.—Cê ta louco? Porque que você fez isso?

—Márcio beija Pérola ué. É da cena. A unica diferença é que no caso aqui não foi o Márcio, foi o André mesmo. —ele riu. Safado.

—Não faz mais isso, sério. —disse enquanto limpava os resquícios do beijo na minha boca.

—Porque? foi tão bom... —ele veio vindo na minha direção.

—Para!! —afastei ele. Não sei de onde tirei forças porque a vontade era de dar outro beijo,não vou negar, mas tive que afasta-lo.  —A gente não pode. Por favor, não faz mais isso. —porque se ele fizesse eu realmente não conseguiria resistir.

—Tudo bem. Desculpa. Agi por impulso.

  —Bora gravar casal. Vamos, vamos, vamos!!! —A preparadora entra na sala.

  —A tempo de chegar alguém aqui seu doido!!

  Ele riu. —relaxa.

Fomos em direção ao estúdio e ali ficamos o resto do dia.

A semana passou rápida, por mais que não quiséssemos. Já era quinta feira e marcamos de fazer uma social pré-fim de malhação no apartamento do Pedro. Eu e a Yara ajudamos ele com a arrumação da casa e logo a galera chegou.

— Fala galera!! —Daniel foi chegando. Atras dele Dhonata, Joana, Eike e sua namorada, Peixe, enfim.

De pouquinho em pouquinho foi enchendo, mas uma pessoa ainda não tinha chegado. Quem vocês acham? André, é claro. Na minha cabeça passavam-se várias coisas. Ele tinha confirmado presença, mas a festa começou às nove; já era quase meia noite e nada dele aparecer.

—to estranhando muito que o André não chegou até agora. Já vai dar meia noite cara! —Comentei com Pedro num canto.

—Não deve ser nada amiga. As vezes ele teve algum outro compromisso e teve que vir mais tarde.

—será que ele voltou com a namorada?—falei sem pensar.

—ei, mas que coisa!! tudo agora é motivo pra ele voltar com a namorada? aquela menina era uma pedra no sapato dele. Ele se livrou de uma e tanto. Não volta pra aquela lá tão cedo, quer dizer, nunca mais.

Não vou negar que aquilo não saia da minha cabeça, mas resolvi não ficar encabulada e aproveitar a festa.

Minutos depois, ele chegou. Eu não sei porque, mas parecia que uma felicidade inundou o meu coração naquele momento, um sentimento de agora estava tudo completo.

Ele foi cumprimentando um por um, até que chegou em mim.

—Eai minha preciosa! bem?

—bem e você?

—Bem também. Demorei porque tive um jantar na casa do meus avós. Uns tios e uns primos de longe vieram pra cá, dai já viu né?!

—Que delicia, família toda reunida!! não vejo a hora de ir rever a minha.

—Vai voltar pra sua cidade? —ele me olhou com uma cara confusa.

—Vou assim logo depois do final da novela. Devo ficar uns quinze, vinte dias só.

—só? são dias demais pra minha saudade. —ele falou mais próximo do meu ouvido. arrepiei.

—para!!! —afastei ele. —bobo!

Sai dali enquanto era tempo e ainda tinha controle sobre as minhas ações.

A noite foi se passando e estávamos firmes e fortes ali, na maior empolgação e animação. Percebi em alguns momentos alguns olhos me cercando mas fingia demência e continuava na minha. As vezes ele se aproximava, mas eu desviava.

Em um determinado momento, fui até a cozinha buscar mais bebida pra galera e tomei um susto quando André chegou atrás de mim.

—menino!

—ei, calma, sou só eu. Ta com medo de mim é?—ele fez aquela cara que me matava.

—não vou negar que as vezes da medo sim.

—que isso, porque? eu sou inofensivo linda. —falou no meu ouvido e começou a passar o nariz no meu rosto.

alguém avisa esse menino que mais um pouco e eu não respondo por mim?

—André, para! sério! a gente não pode! —falei com o milésimo de força que havia em mim.

—vou sentir saudade da sua boca... digo, de peromar. Vai me fazer uma falta tão grande...

—Ah é? eu não vou sentir tanta falta não, nem me lembro direito.—porque sou dessas de atiçar.

—ah não se lembra?

—não. —sorri sem graça.

—Não seja por isso. Eu te relembro.

Me puxou pela cintura e me agarrou.