Capítulo vinte

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Lucas

Meu coração estava tão apertado dentro do peito que eu mal conseguia respirar, eu não podia mais viajar e deixar minha filha e o amor da minha  vida para traz.  Não, eu jamais deixaria de fazer a obra de Deus, mas eu precisava fazer algo que pudesse  trazê -las comigo pelo menos em algumas das viagem assim Julia não ficaria tão desconfiada -Eu sabia que ela sentia ciúmes, mas ela fingia que estava tudo bem para não me chatear - e Eliza poderia conhecer outros lugares.

Assim que cheguei ao meu destino fui recebido pelo pastor que havia me convidado e por seu filhos, ficaria em sua casa até o final do congresso.  Não tínhamos intimidade, mas eles foram bem receptivos e amigáveis comigo. 

-Lindo, você chegou bem? Já jantou? -Atendi a ligação da minha namorada.

- Oi amor, estou bem! já estou na casa do pastor, ainda vamos jantar.

-Eliza está mandando beijos para você.

-Beijos para as duas, eu amo vocês!

-Nós te amamos também!

-pastor nós já vamos jantar. -Ana a esposa do pastor que me recebia falou.

-Estou indo! -Respondi para senhora.

-Baby, antes de ir dormir eu te mando uma mensagem. Te amo!

-tchau! - Ela falou desligando a ligação.

-Obrigada Ana! -Falei para senhora de meia idade que me encarava.

-Sua esposa deve ser muito segura para deixar um rapaz bonito como você viajar sozinho. 

- Obrigado! -Falei sorrindo. -Ela ainda não é minha esposa, é minha namorada. E sim, ela é bem madura.

-Fico feliz em ver jovens casais com relacionamentos saudáveis.  Eu quando era mais nova morria de ciúmes do Durval.  -Sorriu nostálgica. 
-Demorei muito para me tornar madura e segura.

-Eu não tenho o que reclamar da Julia, mesmo sendo mais nova que eu é tão madura, sábia e forte. -Sorri ao lembrar da minha morena de olhos azuis.

-Então não perca muito tempo e case logo com ela.

-Minha filha adoraria ouvir isso, vive me falando isso.

- Já tem uma filha? -Pergutnou surpresa. -Ela tem quantos anos?

-Eu sou viúvo. Eliza tem cinco anos, mas já vai fazer seis.

- Ela gosta da sua namorada?

- Ela ama Julia, digamos que minha filha tenha sido uma espécie de cupido para nós. -Sorri.

-Meu jovem, ouça o Conselho de uma mulher  que já viveu muito. Não espere muito para decidir o seu futuro, essa jovem parece ser uma mulher incrível casa logo com ela e aproveita esse amor. A juventude é maravilhosa, mas passa bem rápido.

-A senhora tem toda razão! -Sorri em confirmação.

***

Um mês depois

Uma coisa que descobri nesses sete meses de namoro é  que o amor da minha vida tem a pior TPM que alguém pode ter. Julia simplesmente parece uma bomba-relógio a ponto de explodir a qualquer respiração a mais que eu der. Seria cômico se não fosse trágico.  Ela era realmente outra mulher durante uma semana e até minha filha percebia isso mesmo que com Ela Julia fosse bem menos agressiva do que comigo.

-Amor, hoje depois do culto vamos na sorveteria?

-Lucas, hoje eu nem sei se vou sair de casa.

-Posso passar aí para te ver.

-Não!

-Você está precisando de alguma coisa?

-No momento, só estou precisando de paz.

-Ok, Baby! Te amo!

-uhum!- Ela respondeu e desligou a ligação. 

Voltei a preparar o esboço da pregação daquela noite e tentei esquecer os maus tratos da minha namorada.

...

Depois que o culto acabou eu e Eliza entramos no carro para irmos pada casa.

-Pai!

-Oi princesa!

-A gente vai ver a Tia Ju?

-Ela está um pouco doente hoje.

-Então a gente tem que ver ela, pai!

-Você tem razão meu amor. 

Mudei a rota do carro, parei em frente ao supermercado e desci com Eliza. Nós compramos chocolate e sorvete de flocos que era o preferido dela.  Minha filha me forçou a comprar um ursinho de pelúcia para minha namorada e eu o fiz.

O porteiro já nos conhecia e permitiu a gente subir. Toquei a campainha enquanto olhava no relógio que acabava de dar 22:00 , Eliza já deveria estar dormindo.

- Oi Baby! -Falei quando ela abriu a porta .

Até de mal humor ela era linda. Estava vestindo um conjunto de moletom rosa bebê  e os cabelos negros estavam presos num coque no alto da cabeça.

- Oi Lindo! -Falou ainda séria me dando passagem. - Oi minha anjinha. -Beijou a testa de Eliza que envolveu seu pescoço num abraço apertado.

- Oi tia Ju! O papai comprou para você.  -Ela falou estendendo o ursinho.

-Que lindo! -Pegou o bichinho e me encarou.  -Pode ir brincando com ele que daqui a pouco eu pego ele de volta. -Ela falou entregando o ursinho nas mãos da minha filha novamente que correu para o sofá. 

-Esta melhor agora? -Perguntei.

-Sim, desculpa por ter sido grossa com você.

-Tenho que me acostumar para quando a gente casar.  -Sorri.

-Eu tenho que melhorar. - Ela se jogou nos meus braços se aninhando a mim. - Não posso ficar maltratando meu amor.

-Só me prometa que não vai me colocar para dormir no sofá quando estiver nesses dias, eu não posso ficar muito longe de você.  Principalmente quando eu puder ficar colocadinho com você.

-Eu prometo, Lindo!

-Trouxe para você! -Peguei a sacola que estava ainda em minha mãos e lhe entreguei.

-Chocolate e sorvete! -Gritou como uma criança me fazendo sorrir. -Você
é um sonho?

- Não, eu sou bem real! -Beijei seu pescoço.

CONTINUA...

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