15. Amigas

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Acordei com o som do meu celular. Já era 9h, o Sol iluminava tudo. Fui até o banheiro, escovei os dentes e — não resisti — tomei outro banho.
Vesti uma bermuda e uma camiseta, coloquei um tênis e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo — deixando duas mechas soltas na frente.
A Carol ia passar às 11h na casa da Simone, para me pegar. Combinamos de ir em um restaurante almoçar. O Bill e o Georg combinaram de ficar sem fazer nada — o que sempre faziam — apenas sentados no sofá. O Gustav não quis saber de nada, ele só queria ficar com a Nick. E, por fim, o Tom ia levar a Anna em alguns lugares — que eles não comentaram.
Bebi um pouco de leite e me sentei no sofá, juntamente com o Bill.
— Empolgada? — Perguntou ele, desanimado.
— Eu estou, mas parece que você não está. — Supus.
Ele revirou os olhos e acabou fitando o lustre — lindo — que estava no teto.
— Vou ficar sem você a metade do dia, como você acha que estou? — Esclareceu-me.
— Eu posso ficar se você quiser! — Arfei.
— Não! — Exaltou a voz. — Não sou seu proprietário, pode ir. Eu aguento.
Eu o beijei no rosto.
— Tudo bem, eu poderia ficar se você quisesse — afirmei sorrindo — mas como você não quer...
Fui interrompida pela campainha. Já era 11h, e o Georg havia chegado para ficar com o Bill. Ele disse que a Carol estava me esperando, então eu desci. Mas antes dei um beijo — muito — demorado no Bill.
O carro dela era um Audi preto.
— Bom dia! — Eu disse ao entrar no carro.
— Bom dia! — Ela sorriu.
Em seguida ela ligou o carro e saiu.
— Então, como você e o Bill se conheceram? — Perguntou ela, enquanto olhava atentamente para a rua.
Fiquei um pouco sem jeito de responder, mas respondi:
— Nos conhecemos no The New York Times... — murmurei — eu trabalho lá. Tive que entrevistá-lo.
— Rolou aquele lance à primeira vista? — Ela nem hesitou em fazer essa pergunta.
— Bom, eu não sei... — parei — sentimos alguma coisa, mas não sei se foi isso.
— Certo... acho que foi isso e vocês nem perceberam. — Disse ela.
— Talvez. — Concordei. — E como você conheceu o Georg?
Ela sorriu — um sorriso imenso — e pensou um pouco.
— Em um show, da minha antiga banda. — Contou.
— E como foi? — Insisti.
— Bem, eu era guitarrista de uma banda. — Ela se mantinha concentrada no volante. — Minha banda estava fazendo uma turnê por aqui, e em um dos nossos shows, nosso produtor disse que o baixista da banda Tokio Hotel queria nos conhecer. — Ela parou por um segundo. — Aceitamos na hora, até porque eu era fã do TH. E quando nosso produtor disse aquilo, quase morri. — Ela riu.
Olhou-me — ainda sorrindo — e continuou:
— Então, antes do show nos encontramos no camarim. Eu não consegui parar de olhar para ele, não parecia real. Sabe quando você está vivendo um sonho? Então. — Seus olhos brilharam. — Ele elogiou a banda e disse que o som era muito bom... — suspirou — que era incrível. — Eu estava gostando da história. — Fizemos o show e quando estávamos indo para o hotel, ele me procurou e me convidou para jantar no dia seguinte. Eu aceitei é claro. — Olhei para o anel em meu dedo, lembrando-me do Bill. — Aí, saímos juntos mais, umas, 3 noites e rolou. Estamos juntos à quase 3 anos. — Terminou.
— Que legal! — Afirmei. — Isso foi incrível!
Ela parou o carro em frente ao restaurante.
— Sim, e eu me orgulho de tê-lo conhecido assim. — Indagou sorrindo. — É uma história muito boa.
— É sim! — Concordei.
Descemos do carro e fomos para o restaurante. Nos sentamos no canto — próximo à porta — onde havia uma parede de vidro.
Os cardápios já estavam sobre a mesa. Ela pediu uma salada e um suco, e eu pedi salmão.
— E você ainda toca na banda? — Perguntei, quebrando o silêncio.
— Não! — Arfou. — Infelizmente, a banda acabou. As outras garotas tiveram que voltar para casa, mas isso nem importou muito porque eu só queria estar com o "Ge" e mais nada importava.
Ela pensava como eu, porque eu queria deixar tudo pelo Bill.
— Que triste... — conjecturei.
— Já passou. — Ela sorriu. — Agora eu só quero pensar nos preparativos do meu casamento.
— Vocês estão noivos? — Eu não devia ter sido tão curiosa.
— Sim! — Respondeu-me. — Vamos casar daqui alguns meses.
— Parabéns! — Indaguei animada.
— Obrigada... e você já pode se considerar uma das madrinhas, se quiser é claro.
Eu não sabia se devia aceitar, porque eu estaria na Inglaterra, certamente. Mas eu não queria dizer "não".
— Com certeza! — Garanti. — Eu vou.
— Ótimo! — Ela ficou feliz.
Nosso almoço chegou.
Olhei para o salmão em meu prato — sem ânimo — eu não estava com fome. Belisquei alguns pedaços, mas desisti de tentar comê-lo.
A Carol comeu toda a salada de seu prato. Ela devia ser vegetariana.
— Como é morar aqui, na Alemanha? — Perguntei.
— É demais. Não existe um lugar melhor para se viver! — Eu estava percebendo algo familiar no sotaque dela.
— Desculpe-me, mas você é brasileira? — Eu cheguei a essa conclusão.
— Não me diga que você é? — Hesitou.
— Sou! — Respondi.
— Que estranho, porque eu sou brasileira. — Disse ela. — Como isso é possível?
Rimos juntas.
Depois dessa descoberta, teríamos mais coisas em comum, mais assuntos.
— Hmmm, isso é muito bom. — Afirmei. — Em que lugar do Brasil você morava?
— Em Vinhedo, interior de São Paulo.
— Eu sei onde é... — afirmei. — El Hopi Hari. — Ri.
Continuamos ali, até às 13h; depois fomos em algumas lojas e em um salão. No fim da tarde ela me deixou na casa da Simone e pegou o Georg.
Entrei e me sentei no sofá.
— Como foi o dia? — Perguntou o Bill, se sentando ao meu lado.
— Foi ótimo... ela é brasileira. — Contei. — Adorei conversar com ela.
— Eu havia esquecido de te dizer isso, eu já sabia. — Confessou.
— Tudo bem! — Fechei os olhos por uns minutos.
Deitei-me no sofá e coloquei minha cabeça em seu colo.
— Eles vão se casar, né!? — Sussurrei.
— Sim! — Ele passou a mão em meu cabelo. — E logo seremos nós.
Eu sorri para ele.
— Sabe, estive pensando... — comecei — será que ainda vamos nos amar, daqui uns 2 anos?
— Claro, amor. Eu sempre vou te amar! — Garantiu.
— Mas o amor pode acabar... quero dizer, podemos deixar de sentir o que sentimos. — Eu não sabia no que estava pensando, exatamente.
— Se isso acontecer, e não vai, é porque teremos outra pessoa para amar. — Pensou ele.
— E eu terei que te matar. — Brinquei. — Porque você sabe que sou uma Bruxa.
Ele me olhou espantado, mas acabou rindo.
— Você não teria coragem! — Retrucou.
— Você tem razão! — Admiti. — Eu te amo muito e se eu tivesse que te matar, morreria junto.
— Eu sei, e também te amo assim.
Ele se curvou e me beijou.
— Podemos fazer alguma coisa? — Sugeri.
— O que você quiser! — Sua mão estava em meu rosto.
— Eu não tenho ideia do que podemos fazer, por isso te perguntei! — Ofeguei, sorrindo.
— Haha...
— É sério, amor... — continuei.
— Vai lá com a Carol, de novo... — ele estava sendo insuportável — você não preferiu almoçar com ela.
— Para Bill, é bom fazer novas amizades, às vezes... sabia!? — Dei uma bronca nele.
— Estou brincando, anjo. Na verdade, eu também não sei o que podemos fazer.
Devo ter feito uma cara de birra.
Olhei para minhas unhas — o esmalte preto desbotado estava quase saindo por completo — elas estavam bem compridas, já estava na hora de dar um jeito nelas.
— Vou cortar minhas unhas! — Decidi, pulando do sofá.
— Ficou brava, amor? — Perguntou.
— Não... — respondi. — Eu já volto.
Fui até o quarto e procurei um cortador de unha na minha mala, mas eu só havia levado a lixa. Então, lixei minhas unhas e desci.
— Vamos para o meu quarto? — Perguntou ele.
— Hmmm...
— Eu só quero te mostrar algumas coisas.
Ele me olhava indiferente.
— Então tá. — Respondi.
Subi à escada novamente, mas desta vez com ele.
— Sente-se! — Mandou ele, apontando com o indicador para a cama.
Eu me sentei, enquanto ele pegava uma caixa — antiga — da gaveta. Depois ele fechou a porta.
— Eu não devia te mostrar essas fotos, mas como não temos nada para fazer... — ele riu — precisamos rir um pouco.
— Claro. — Concordei.
Ele se sentou ao meu lado na cama e abriu a caixa. Eram fotos antigas e engraçadas, do Tom.
— Fotos? — Eu sorri.
— Sim! — Ele tocou meu rosto. — Antes, o Tom e eu juntávamos fotos engraçadas. E quando a gente brigava ou discutia por algo, mostrávamos as fotos.
Eu prestei atenção em tudo que ele disse, enquanto eu ria das fotos do Tom, pequeno. Mas entre as fotos do Tom, haviam algumas dele.
— Você sempre foi assim, tão lindo? — Hesitei.
— Não começa! — Disse ele, sua voz era gelada.
— Estou dizendo a verdade, você é lindo e sempre foi. — Argumentei.
As fotos eram — realmente — engraçadas.
— Talvez eu possa usar algumas dessas fotos contra você... — continuei.
— Você não vai fazer isso, né!? — Seu sorriso era afável. — E tem mais, o Tom está com as minhas fotos e ele não vai te entregar.
— Não! E por que ele não me entregaria? — Mordi meus lábios com hesitação.
— Porque eu não fiz nada para ele.
Ele se aproximou e me beijou.
Seus lábios — cuidadosamente — apertaram os meus. Sua mão em minha nuca me impedia de cair porque eu amolecia com o beijo dele.
Nos soltamos e ele tirou a caixa de fotos da cama e me deitou.
— Deixe-me te beijar... — murmurou.
— Mas eu nunca te impedi! — Afirmei.
Seus olhos penetraram os meus, eu podia ver tudo em seu olhar... o amor, o desejo, a fraqueza... tudo.
Ele tornou a me beijar.
— Desculpe! — Disse a Simone, ao entrar no quarto.
O Bill me soltou, rapidamente, e se sentou na cama.
— Tudo bem, mãe... — ele estava envergonhado — não estava acontecendo nada.
Eu virei o rosto e ri.
— Eu sei... — ela também parecia sem jeito — eu só ia te avisar que o Gustav ligou, ele falou sobre uma festa, hoje à noite.
— Obrigado, mãe! — Agradeceu ele, com suas bochechas coradas.
A Simone saiu — rindo — do quarto.
— Nossa! — Suspirei, ainda rindo.
O Bill passou a mão na cabeça e fez aquela cara de decepcionado.
— Sempre somos interrompidos, isso é incrível. — Concluiu.
— Sorte sua, ou eu poderia te deixar louco. — Brinquei.
Ele me olhou e rimos juntos.
— Vou ligar para o Gustav... — Disse ele, por fim.
Balancei a cabeça, concordando.
Ele pegou o celular e ligou para o Gustav — enquanto eu continuei a ver as fotos — nem prestei atenção na conversa, logo ele desligou o celular.
— E aí? — Rosnei.
— Temos uma festa à fantasia, para ir. — Disse ele, animado. — O Gustav disse que as garotas vão vir se trocar aqui em casa e que tenho que ir para a casa do Georg, com o Tom. Parece que não podemos nos ver antes da festa. — Contou. — Porque teremos que encontrar vocês.
— Uau!!! — Hesitei sem animo. — Quantos detalhes... mas nem tenho uma fantasia.
— O Gustav me disse, que a Carol e a Nicolly já cuidaram de tudo. Aliás, a Anna também já está sabendo. — Explicou.
— Ok! — Arfei, ainda sem ânimo.
Ele me olhou e segurou a ponta dos lábios, para não dizer nada. Mas ele não consegui segurar por muito tempo.
— Se você não quiser ir, podemos ficar aqui! — Sugeriu.
— Não, eu quero. — Menti.
Eu estava péssima, mas como os meses estavam passando muito rápido, eu queria fazê-lo feliz, enquanto ainda me restasse tempo.
— Você tem certeza? — Insistiu ele.
— Sim. E acho melhor você sair logo, porque vou tomar um banho e começar a me maquiar. — Avisei.
— Ok, eu te amo! — Lembrou-me.
— Também te amo. — Respondi.
Nos beijamos e ele saiu.
Sai do quarto dele e fui tomar um banho. Vesti um roupão e comecei a me maquiar. As meninas chegaram e eu já estava — quase — pronta, só faltava o vestido.
— Espero que te sirva! — Disse a Carol.
Ela estava com um vestido preto e curto, e usava um espartilho. Entregou o meu vestido. Ele era longo — como os vestidos que usavam antigamente — assim como os vestidos que eu via em meus sonhos. Sua cor era da época, um verde meio marrom, com alguns bordados na barra — que era de renda. — O vestido era lindo, e era acompanhado de um espartilho, também.
— Acho que vai servir! — Supus.
— Com certeza! — Garantiu a Nick.
Ela estava vestida de dançarina do "ventre". Parecia uma — real — marroquina. Ainda mais, porque ela era muito bonita e seu corpo era — visivelmente — perfeito.
A Anna estava vestida de Mulher Gato. Assustei-me ao vê-la daquele jeito, porque ela sempre foi tão tímida. Mas, afinal, ela estava ótima.
Coloquei um salto e em seguida, o vestido. A Carol me ajudou a amarrar todos os laços do espartilho — e como foi difícil — mas no final, tudo ficou perfeito. As mangas do vestido, caídas sob meu ombro e o sentimento de passado. Eu me vi em um dos meus sonhos, eu me senti como se estivéssemos no século XVII, ou algo parecido.
— Ficou perfeito! — Gritou a Carol.
— Nossa, esperem até o Bill ver isso — disse a Anna.
— Sem exageros, por favor! — Pedi.
Eu acabei rindo. Para finalizar, soltei meu cabelo; ele ainda estava cacheado por causa do salão.
— Estamos prontas? — Perguntou a Nick. — Eu quero muito abraçar meu Gustav.
— Estamos! — Afirmou a Carol.
Saímos.
A Carol dirigia; Tentei parecer mais animada, até porque, eu merecia um pouco de diversão.
— Será que os garotos vão nos reconhecer? — Perguntou a Nick.
— Não, se usarmos isso... — a Carol abriu o porta-luvas do carro e tirou 4 máscaras de lá — eles vão demorar para nos encontrar.
As máscaras eram parecidas com as fantasias, a Carol disse que foi ela quem desenhou as fantasias e as máscaras. A dela era branca e representava a Lua... A máscara da Anna era bem parecida com a máscara original da Mulher Gato. A máscara da Nick era verde e brilhava muito. E a minha era dourado, com pouco brilho.
Todas as máscaras cobriam apenas os olhos, mas só com isso, era difícil de nos reconhecer.
A Carol estacionou o carro e saímos dele.
— Garotas, se separem! — Disse a Nick.
— Não esqueçam que os garotos também vão estar de máscaras, então por favor, não vão beijar um desconhecido. — Brincou a Carol. — E você... — ela me olhou — tire esses cordões e o seu anel, ou será fácil para o Bill te encontrar.
Eu não podia tirar aqueles cordões, mas não achei que seria grave se eu os tirasse por uma noite; eu os guardei no carro, junto com meu anel.
Fomos em direção a entrada, e entramos. Cada uma foi para um lado — eu me senti perdida — enquanto as outras procuravam os garotos.
Eu não tinha a menor ideia de como achar o Bill, e nem imaginava qual seria a sua fantasia.
Andei no meio das pessoas — observando atentamente cada uma delas — e procurei alguns detalhes, como as tatuagens. Fiquei andando — com aquele vestido super pesado — por mais de 30 minutos, enquanto as outras já haviam encontrado eles. Menos o Bill.
Encostei-me ao balcão do bar e me debrucei sobre ele. As luvas que estavam em minhas mãos já estavam me incomodando.
"Hmmm" — pensei cansada.
— A Senhorita quer alguma bebida? — Perguntou o garçom.
— Vinho, por favor! — Eu precisava beber algo.
Sentei no banco, e olhei — perdida — para todos os lados.
— Aqui está sua bebida! — Disse o garçom.
Tomei um gole.
— Você me daria à honra desta dança? — Alguém disse, atrás de mim.
Ele estava fantasiado de Zorro. Eu não sabia, ao certo, se era o Bill... A voz era diferente, um pouco mais grave.
— Claro! — Concordei.
Ele pegou em minha mão me levando até a pista de dança. Eu estava quase sem ar, com aquele vestido. Com cuidado, ele colocou as mãos em minha cintura e eu coloquei as minhas em seu pescoço.
Fiquei um pouco tensa, porque eu não tinha certeza se era o Bill — mesmo com algo dentro de mim gritando de certeza. — Ele estava todo coberto, com luvas nas mãos e sem o cordão no pescoço. Eu não consegui ver nenhuma de suas tatuagens.
Ele não disse nada, apenas me guiava com seus passos leves e perfeitos; eu podia achar que estava voando.
Seu toque — perfeitamente — cuidadoso, seu cheiro maravilhoso e seu jeito de me segurar. Ele só podia ser um anjo, alguém surreal.
Depois de algum tempo, ele decidiu falar:
— Você está linda, mais linda do que todas as outras vezes em que te vi.
Eu tive certeza de que era ele.
— Bill, como você conseguiu me enganar? — Hesitei.
— Eu já dublei alguns filmes... — contou — foi fácil.
Eu sorri e encostei minha cabeça em seu peito, continuamos a dançar.
— Como você me achou? — Murmurei.
— Eu só tive de procurar pela garota mais linda... — explicou.
— E foi fácil? — Brinquei.
Ele riu.
— Não! — Arfou. — Chamei a garota errada para dançar e quando eu percebi que não era você, já era tarde... Tive que dançar com ela até agora, por isso me atrasei.
— Nossa, ela deve estar super... feliz. — Supus. — Afinal, ela dançou com o Bill Kaulitz... fantasiado de Zorro. — Eu ri. — Isso é raro. E você se apaixonou por ela, já que ela é a mais linda?
Ele me olhou sério.
— Ela não soube quem eu era! — Garantiu. — E só achei que ela era a mais linda porque eu ainda não havia te encontrado.
Eu o abracei.
— E você, dançou muito? — Continuou.
— Não! — Confessei. — Não sou a preferência das pessoas.
— Que idiotas, perderam a oportunidade de dançar com a garota mais linda e especial do mundo. — Ele estava tentando me agradar.
— Exagerado! — Ofeguei.
Seus lábios tocaram os meus por um — curto — segundo.
— Vamos sair daqui? — Sugeriu ele.
— Só se for agora! — Concordei.
Ele segurou minha mão e me puxou para fora daquele lugar. Fomos até o estacionamento, onde havia uma vista maravilhosa da cidade. Nos encostamos na barra de ferro, presa ao chão.
Ele me abraçou pela cintura, colocando a cabeça em meu ombro. Eu segurei suas mãos com as minhas.
— Nossas estrelas ainda estão lá! — Disse ele, olhando para o céu.
— E nós, ainda estamos aqui... juntos. — Sussurrei.
— Sempre vamos estar juntos! — Garantiu-me, beijando meu ombro.
Estava um pouco frio, um vento leve e gelado nos deu arrepios.
Ele começou a cantar em meu ouvido; o som de sua voz era tão aconchegante e macio. Eu estava — literalmente — sonhando, aquilo não podia ser real, não coincidia com minha vida. Mas existia, aquele amor... existia.
Suas mãos estavam em minha cintura, me guiando com o balançar de nossos corpos.
— Os outros estão fantasiados de quê? — Perguntei.
— "Os 3 mosqueteiros." — Disse ele, examinando minha expressão.
— Sério? Devem estar lindos! — Conjecturei.
Ele franziu a testa e levantou uma de suas sobrancelhas.
— O quê? — Hesitou ele. — Está tentando me deixar com ciúmes?
— Não... — eu o olhei — mas funcionou?
Ele riu, sarcasticamente, e apertou minha cintura.
— Funcionou. — Admitiu.
— Não me aperta assim — eu disse rindo — já estou sem ar... você quer que eu morra? — Perguntei.
— Não! — Gritou. — Nunca mais diga isso...
Olhei para ele e rimos juntos. Seus lábios tocaram meu rosto — corado — por um minuto.
— Você é o Zorro mais lindo que já vi! — Minha voz estava suave.
— Aposto que sou o único... — supôs ele.
— Não é! — Garanti.
Coloquei a mão em seu queixo — sua barba estava um pouco crescida — e o puxei pra baixo. Olhei em seus olhos e o beijei, novamente.
Ele tirou uma das mãos de minha cintura e a levou até meu rosto, me virou e me puxou para — ainda — mais perto.
— E aí, acredita em mim, agora? — Objetei.
— Ainda não...
Eu o beijei com mais força, mordendo seus lábios. Mas, logo, o soltei.
— E agora? — Insisti.
— Você terá de fazer muito mais do que isso, para me convencer. — Provocou.
— Bom, então... me desculpe, mas você pode continuar a duvidar de mim. — Informei.
Eu o soltei, fui para um pouco mais longe — de brincadeira — e me encostei em outra barra de ferro.
Ele abaixou a cabeça e tirou a máscara do rosto, a jogando no chão. E seguiu meus passos até onde eu estava.
— Hmmm... eu estava brincando. — Disse ele.
— Eu sei... só estou fazendo jogo duro. — Confessei.
Ele se aproximou e colocou a mão em meu rosto. Seus dedos percorreram por meu queixo, e pararam próximo à minha máscara.
— Posso? — Perguntou ele.
— Vá em frente! — Pedi.
Ele tirou minha máscara e acariciou meu rosto.
— Eu te amo! — Disse ele, encostando seu rosto ao meu.
— Eu também te amo. — Eu o beijei.
Eu me sentia tão normal.
— Oi... Já estamos indo embora, vocês vão com a gente? — Era o chato do Tom.
O Bill se virou para respondê-lo:
— Já estamos indo!
Ele segurou em minha mão e fomos até os outros.
A Nick, o Gustav e o Georg voltaram junto com a Carol. O Bill, a Anna e eu, voltamos com o Tom.
Eu estava tão cansada que adormeci encostada no ombro do Bill. Quando acordei já estávamos chegando à casa da Simone.
— Hmmm, dorminhoca. — Disse o Bill.
— Sou mesmo, e daí!? — Rosnei.
Ele sorriu.
Ao chegarmos na casa da Simone, subi e lavei a maquiagem do meu rosto. Dei um beijo de boa noite no Bill, e me joguei na cama.

Leb' Die Sekunde & Escreva Você Mesmo Seu DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora