Abri meus olhos devagar — eu queria ver se ele ainda dormia — e olhei para o lado. Lá estava ele, dormindo como um anjo. Meu anjo.
Levantei-me com cuidado para não acordá-lo e fui me arrumar para ir trabalhar. Depois de me arrumar, tomei um café da manhã e deixei tudo pronto para ele. Em seguida, peguei uma folha — azul — da minha caderneta e rabisquei algumas palavras.
"Querido..." — comecei, usando uma caneta bem escura.
Preciso trabalhar, mas quero que você se sinta em casa. Só não repare a bagunça, por favor. Se você sair, deixe a chave embaixo do tapete.
Amor, eu te amo muito! Até mais tarde e tenha um ótimo dia.
Beijos da sua... Kathy
Depois de escrever o bilhete o deixei em cima da mesa, ao lado do sofá e sai.
Como minha experiência com o metrô não foi muito boa, resolvi ir de táxi mesmo. Desta vez tive que gritar para conseguir um táxi, e quase fui obrigada a correr atrás de um.
O motorista me olhou e deu uma leve risada. Fiquei um pouco envergonhada, mas o motorista não percebeu. Isso poderia ser mais um motivo de riso.
— Para onde? — Perguntou o motorista, ainda rindo.
— The New York Times! — Respondi.
Olhei para o meu celular e vi uma mensagem do Bill. "Tudo bem meu amor... eu também te amo. Até depois." — dizia a mensagem.
Guardei meu celular. Depois de alguns minutos — demorados — cheguei ao TNYT. Corri para o elevador e fui direto para o andar onde eu trabalhava. Eu estava 5 minutos atrasada, não foi tão grave.
— Bom dia! — Eu disse, ao passar na mesa da Carly.
Eu estava tão feliz, que mal conseguia tirar o sorriso — idiota — da cara.
— Bom dia! — Disse ela, percebendo minha animação. — Hmmm... você está feliz. O que aconteceu?
— O Bill chegou ontem. — Contei. — Não existe motivo melhor do que esse.
Sentei. Como nossas mesas eram vizinhas, pudemos continuar a conversar.
— Com certeza! — Concordou. — Aliás, você perdeu o fim da festa de ontem. Você saiu por causa dele?
— Não... — confessei — eu sai com uma amiga, e quando cheguei em frente ao meu apartamento ele estava lá.
Ela me olhou como se tivesse lembrando-se de alguma coisa.
— Eu não te disse!? — Murmurou ela, me mostrando o anel em sua mão.
— É lindo! — Eu disse. — E como foi?
— Espere um minuto...
Ela organizou algumas coisas em sua mesa e voltou a falar comigo.
— Depois da festa ele me levou para a casa dele... — começou — aí, me levou para o seu quarto e fez o pedido. — Ela deu uma risada apaixonada. — Depois... aproveitamos!
Eu ri do jeito bobo e engraçado como ela disse aquilo.
— Parabéns! — Eu disse, me levantando para abraçá-la.
— Obrigada!
Nos abraçamos.
— E o Bill, será que vai demorar muito para fazer o mesmo com você!? — Arfou.
— Bem, eu acho que ainda é cedo... — atropelei as palavras — não quero apressar as coisas.
— Entendo... você quer ter certeza, né!? — Supôs.
— É... por aí. Certeza, mesmo, eu acho que já temos — garanti. — O que eu quero mesmo é que tudo seja perfeito.
— Ah! — Murmurou.
Continuei a trabalhar, mas digamos que não havia muita coisa para se fazer. O dia estava tranquilo e anestesiado pela — fatal — falta de notícias e matérias, tudo que fizemos foi comentar alguns livros.
Sai do TNYT e fui direto para casa.
Pensei que o Bill estaria lá, me esperando. Mas ele não estava, talvez estivesse no hotel. Então, tomei um banho e fui arrumar o jantar.
O máximo que consegui preparar foi uma macarronada com queijo ralado. Jantei e me sentei no sofá, esperando algum sinal do Bill.
Não demorou muito e ele chegou.
— Onde você estava? — Resmunguei, enquanto caminhávamos até o sofá.
— Em uma entrevista. — Respondeu ele. — Ligaram-me e eu aceitei o convite, até mesmo, porque você não estava... e eu achei que seria rápido.
— Entendo... — murmurei.
Nos jogamos no sofá e ele me abraçou.
— Sabe... eu te amo tanto, mas esse sentimento parece tão inexplicável. — Concluiu. — É como se o que sinto não fosse o bastante, porque parece que um simples "eu te amo" não basta.
— Claro que basta — retruquei. — O mínimo que vier de você, basta para mim. E eu espero que o meu "eu te amo" funcione.
Ele deu um beijo apertado em meu rosto e passou a mão em meu braço. Eu estava com uma regata.
— Funciona, e muito. O problema é que eu quero, preciso, ser melhor do que isso.
— Não. — Foi o que eu disse, em um impasse.
Levantei-me — em um pulo desajeitado — e fui até a cozinha. Peguei alguns morangos.
— Vem cá! — Disse ele, me chamando para sentar em seu colo.
Aproximei-me e coloquei os morangos na mesa, em seguida sentei no colo dele. Coloquei meus braços em seu pescoço.
— Quer um morango? — Perguntei, pegando um morango da mesa.
— Eu quero!
Levei o morango até a boca dele e depois colei — rapidamente — meus lábios nos dele.
— Bill... você não tem que ser melhor do que isso, para mim. — Concluí, voltando ao assunto anterior.
— Eu te amo! — Afirmou ele, colocando um morango em minha boca.
Depois de algumas horas, percebi que já estava tarde. Eu estava exausta, minhas pálpebras estavam pesadas.
— Você vai dormir aqui, né!? — Chutei, em um sussurro.
— Você quer que eu durma aqui? — Perguntou.
Balancei a cabeça como um "sim".
— Então, eu fico. — Garantiu ele, sorrindo.
Fomos para o meu quarto e nos deitamos na cama. Ele tirou a camiseta — para se sentir melhor — e me abraçou.
— Amanhã eu quero sair com você, à noite. — Sugeri, segurando um bocejo.
— E para onde vamos?
— Você escolhe! — Eu disse, fechando os olhos.
A escuridão se fechou.
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Leb' Die Sekunde & Escreva Você Mesmo Seu Destino
RomanceKathy é escritora e jornalista, ela se muda para NY em busca da realização de um sonho. Tão logo ela se apaixona por Bill, vocalista de uma banda famosa. A paixão é recíproca e inevitável, assim, logo começam uma linda história de amor, totalmente c...