Emy
Eu estava realmente tentando engolir toda aquela merda goela abaixo. Eu estava tentando mesmo.
Eu não tinha nenhum direito de cobrar para o Ezra fidelidade quando ele não estava comigo. Eu tive um namorado por três anos, ele tinha todo o direito de viver a vida como quisesse - mesmo que me doesse admitir.
No entanto, quando eu acordei e não o vi do meu lado na cama, eu estranhei. A situação ficou ainda pior quando o encontrei na nossa sala abraçando aquela mulher.
A raiva ferveu dentro de mim e eu juro, juro pela deusa, que eu quis matar Ezra ali mesmo. Sem pensar duas vezes, eu só consegui juntar o restante da minha dignidade e sair de dentro da casa, pronta para fazer todo o trajeto até a casa da matilha andando.
Não importa se é tarde da noite. Não importa se é perigoso. Eu só queria ficar longe de Ezra agora. Depois, poderíamos ficar frente a frente para eu rejeitá-lo e acabar sentenciando nós dois a uma vida sozinhos.
"Emy" Ouço sua voz me chamar ao fundo. "Emilly."
Ele está me perseguindo. Seus passos são rápidos e ágeis. Ele está tentando me alcançar, então apresso o meu passo.
"Espere." Ele pede.
"Não me encoste, Ezra." Grito, quando o sinto se aproximar ainda mais. "Se você me tocar, eu vou socar a sua cara. Pouco me importa se você vai ser Alfa ou não."
"Emy, por favor, linda, me deixa explicar." Choraminga.
"Não tem o que explicar, Ezra. Eu que sou uma tremenda burra e idiota. Acho que tenho azar ou a deusa me odeia." Grunhi.
Seus dedos enrolam-se no meu pulso e ele me puxa em sua direção, seu peito tocando o meu e seus olhos me encarando angustiados.
Tenho certeza que estou uma bagunça. Quero chorar, gritar, bater nele... quero rejeitá-lo agora mesmo, mas não consigo falar.
"Querida." Ele começa.
"Não sou sua querida." Rosno.
"Linda, meu bem," Seus dedos vão para os meus quadris e ele me puxa para perto, colando nossos corpos. "Eu juro que isso não é o que você está imaginado."
"Ah, não é?"
"Não. Eu juro." Ele segura meu rosto com as duas mãos, delicadamente. "Se me deixar falar, eu prometo que..."
"Cinco minutos." Grunhi.
"Han?" Ele ergue as sobrancelhas, confuso.
"Você tem dois minutos para me convencer que o que eu vi, não foi nada daquilo." Ela cruza os braços entre nós. "Depois disso, se eu não estiver satisfeita, eu vou embora e não vou olhar para trás, Ezra."
"Tudo bem, venha comigo." Ele Murmura, rápido.
"Para onde? Não... você pode..." Mas não termino a minha frase. Ezra me ergue do chão, abrindo minhas pernas para que cada uma fique de um dos lados da sua cintura.
"Você me deu 5 minutos. Tenho 5 segundos para chegar dentro de casa." Ele diz.
Ele anda rapidamente até a casa comigo grudada nele, me remexendo e doida para me afastar dele o mais rápido que eu puder.
"Eu posso andar. Me coloca no chão."
Quando chegamos em casa, estou segurando sua blusa e balançando as minhas pernas como uma criança birrenta.
Ele finalmente me solta e eu abaixo a blusa, ajeitando os fios que caíram no meu rosto e me afastando vários passos.
"Linda..." Ele começa.
"Não me chama de Linda." Peço, rosnando.
A mulher dá uma risadinha e eu lanço um olhar ameaçador para ela, que ergue as mãos em sinal de rendição e se senta, limpando a garganta.
"Tudo bem, eu..." Ela começa a falar. "Eu acho que você entendeu tudo errado."
"Você estava pendurada no meu... no Ezra." Digo, sentando-me na poltrona e cruzando minhas pernas.
Observo como seus olhos descem pela minha perna e se demoram ali. Quero sorrir orgulhosa, mas me mantenho séria.
"Eu sei, estava apenas o parabenizando por, enfim, desencalhar." Ela se ajeita no sofá, passando os olhos por mim. "Olha, eu e Ezra somos melhores amigos..."
"Sao?" Franzi a testa. "Eu convivi com o Ezra durante uma vida e..."
"Não de infância. Só melhores amigos." Ela balança as mãos, exasperada. "Eu era uma guerreira de uma matilha rival e... bem no meio da batalha, BUM!" ela bate as mãos. "Sam! Meu Sam estava lá e... caramba, foi coisa de filme quando ele me salvou de uma perfuração que provavelmente me levaria a morte." Ela deu um sorriso, seus olhos longe. "Ele me escondeu até que a batalha terminasse e depois, tivemos um impasse. Quero dizer, você tem noção de como é difícil e doloroso quebrar o vinculo? Bem, de qualquer maneira, eu aceitei, afinal, já tínhamos como saber quem sairia vitorioso nessa história toda," ela dá de ombros e ri. "Desde então, desde que Sam e Ezra me aceitaram e na época, foram os únicos, eles dois me fizeram me sentir em casa... e viramos amigos. Melhores amigos."
Eu jogo meus cabelos para trás dos meus ombros e solto um suspiro alto.
"Os brincos que você encontrou, eram meus. Primeiramente, eu deveria pedir desculpas." Ela se encolhe um pouco. "Quero dizer," Limpa a garganta. "Eu e meu marido estávamos aqui ajudando o Ezra... uma coisa levou a outra e nós quase... quase transamos na sua cama. Mas Sam lembrou e paramos imediatamente. Achei justo que vocês experimentassem a cama primeiro."
Eu abro a boca, chocada. Faço uma careta de nojo e encaro-a e depois encaro Ezra.
"Porque eu deveria acreditar que vocês dois não estão me passando a perna?" Eu ergo as minhas sobrancelhas.
A mulher pisca para mim por alguns segundos, depois me abre um sorriso doce e dá uma risadinha. Depois, puxa a sua camiseta ostentando uma marca cicatrizada. "Sam e eu somos marcados. Se eu traísse ele, eu estaria o senteciando a dor mais excruciante da sua vida."
Eu pisco, chocada e suspiro pesadamente, enrolando meus dedos em meus cabelos. "Tudo bem, certo!" Passo a mão nas minhas próprias pernas.
"Eu acredito nela." Minha loba diz na minha cabeça.
Suspiro. Eles costumam ser melhores do que eu para pressentir a aura das pessoas.
"Tudo bem, eu vou acreditar em você... só dessa vez." Eu digo, comprimindo meus olhos para Ezra.
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A companheira secreta dos Alfas {Em revisão}
WerewolfQuando completei dezoito anos, uma revelação perturbadora mudou minha vida: minha mate, destinada pela deusa, era uma garota de apenas dez anos. O choque e o nojo me dominaram. Eu não conseguia acreditar que aquilo era real, mas, ao mesmo tempo, não...