Ezra
Devidamente vestido, eu desço imediatamente, encontrando Emy ajoelhada na frente de algumas plantas do jardim.
Ela tinha uma tesoura enorme ao seu lado, assim como alguns outros equipamentos de jardinagem. Onde ela encontrou isso?
"Ah, oi," Ela me dá um meio sorriso e limpa as mãos em seu avental. "Espero que não se importe, eu fucei um pouco as coisas para achar isso." Ela aponta para os itens que encontrou.
"A casa é sua também, Emy. Você pode fazer o que quiser." Suspiro, me sentando ao seu lado.
Ela sorri levemente, voltando seus olhos para as flores novamente. Seus dedos seguram uma pequena pétala meio morta e a corta, colocando-a junto com um pequeno amontoado de outras. Todas um pouco secas.
"Emy, podemos conversar?" Pergunto.
"hum-hum." Ela diz, passando os olhos para mim. Ela tenta sorrir, mas o sorriso não chega em seus olhos. "Sobre o que?"
"Aquilo..."
"Não é necessário, Ezra. Você era solteiro." Sua voz é suave, baixa.
"Eu não quero que pense que estive com outras mulheres, independente do nosso status de relacionamento." Me aproximo dela, tirando o regador de seus dedos, fazendo-a tirar os olhos das flores e colocá-los em mim. "Por favor..."
"Não importa agora, Ez..." Ela passa os dedos pelo meu rosto. "Eu só..." Ela para de falar. "Eu tive o Toby também e..."
"Existe uma diferença entre nós dois. Existe uma diferença nessa situação também." Eu a puxo para se sentar no meu colo. Suas pernas enrolam-se na minha cintura e ela brinca com o meu colarinho. "Mesmo que você tenha tido Toby, você nunca..." Eu paro a minha frase no meio, mas sei que ela entendeu. "Mas, muito mais do que isso, querida, essa é a nossa casa. Não seria justo trazer outra mulher para cá, colocá-la no mesmo quarto onde fizemos amor a noite toda."
"Ezra..." Ela suspira para mim, olhando-me. "Está tudo bem, sério."
"Não está. Eu vejo nos seus olhos, Emy." Eu beijo a sua bochecha, seguro seu rosto bem próximo ao meu. "Me deixa provar que eu nunca estive com outra mulher, Emy."
Enfio meu rosto em seu pescoço e beijo a sua marca levemente, subindo meus beijos para outra área. Ouço seu gemido e desço meus dedos pela sua cintura, deslizando para a sua bunda.
"Ezra... Os outros podem ver." Ela murmura.
"Não tem ninguém aqui hoje." Eu digo, abafado. "Podemos fazer amor em todos os cômodos da casa, linda."
Ela não reclama. Eu a beijo com vontade, dando tudo de mim para ela, tentando provas o quanto a amo e quero passar o resto da minha vida ao seu lado.
Quando a deita sobre a grama e Emy enrola suas pernas na minha cintura, gemendo baixinho, eu percebo que é ali que eu quero estar.
— ★ —
Emy está dormindo no peito. De novo. Fizemos amor mais vezes do que posso contar hoje. Não consigo ficar longe de Emy.
Meu celular toca ao meu lado e eu me desvencilhei levemente, apenas o suficiente para ela se aconchegar nos travesseiros e eu poder pegar o aparelho sobre a mesinha de cabeceira.
Me levanto da cama, indo para o banheiro para atender.
"Já estou aqui." A voz feminina soa, entediada. "Espero que tenha um bom argumento para me fazer vir a sua casa."
"Já estou descendo." Murmuro, enquanto visto minha bermuda e a minha camiseta novamente.
Desço rapidamente, encontrando Medge sentada sobre o meu sofá da sala de estar, folheando uma revista.
"Boa noite." Ela murmura, torcendo o pescoço em minha direção.
"Já é tão tarde?" Murmuro.
Não saímos de casa hoje. Eu nem pretendia ver qualquet outra pessoa que não fosse Emy... mas aquilo aconteceu e eu me sinto na obrigação de explicar a ela para que as coisas fiquem claras entre nós.
"O que foi?" Ela suspira.
Puxo o brinco entre os meus dedos para mostrar a ela. Ela dá um sorrisinho e estende a mão.
"Então foi aqui que eu perdi?" Pergunto.
"Sim." Digo, fechando a minha cara.
"Ótimo, ainda bem." Ela suspira, aliviada. "Foi um presente do Sam."
"Bem, você me colocou em problemas..." Eu me sento na poltrona na sua frente.
"Como assim, problemas?" Ela franze a testa, dando uma risada baixa. "Não me diga que..."
"Quem encontrou foi Emy."
"Emy? A Emy?" Ela pergunta, boquiaberta e eu aceno com a cabeça. "Que merda, Ezra."
"Pra cacete." Suspiro.
Seus olhos me analisam por um segundo e ela encara o meu pescoço. Seus olhos se demoram ali por algum tempo. "Ela marcou você!"
"Ontem... foi o aniversário dela." Mordo a minha bochecha. "Eu queria fazer algo especial. Tipo, é sério? Vocês precisam..."
Madge não me deixa falar, pula em mim e me abraça apertado, gritando algumas coisas que não consigo entender.
"finalmente, meu melhor amigo desencalhou. A Deusa é maravilhosa!" Ela suspira. "Qual é a sensação de não estar mais com as bolas pesadas?"
"Você tem sempre que ter uma boca tão suja, Maggie?"
"Desculpe, é costume." Ela suspira, rindo. "Parabéns, general."
"Obrigado." Suspiro, agora abraçando-a de volta.
Som de passos descendo as escadas fazem com que eu solte Madge. Encaramos uma Emy com uma carranca — e sem me encarar — descer com raiva, vestindo apenas uma das minhas camisetas, e diga-se de passagem, ela está uma delícia.
Ela passa direto por nós, antes de abrir a porta da frente e batê-la com toda a força do mundo, causando um estrondo na sala.
"Emy" chamo, enquanto deixo Madge no meio da sala de estar e corro até ela. "Emilly."
Ela está andando até o caminho de terra. Descalça e quase nua. Que merda ela está pensando em fazer?
"Espere." Peço, enquanto começo a correr em sua direção.
"Não me encoste, Ezra." Ela grita, quando estou próximo dela. "Se você me tocar, eu vou socar a sua cara. Pouco me importa se você vai ser Alfa ou não."
"Emy, por favor, linda, me deixa explicar." Peço, choramingando.
"Não tem o que explicar, Ezra. Eu que sou uma tremenda burra e idiota. Acho que tenho azar ou a deusa me odeia." Grunhiu.
Merda. Merda. Merda.
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A companheira secreta dos Alfas {Em revisão}
Kurt AdamQuando completei dezoito anos, uma revelação perturbadora mudou minha vida: minha mate, destinada pela deusa, era uma garota de apenas dez anos. O choque e o nojo me dominaram. Eu não conseguia acreditar que aquilo era real, mas, ao mesmo tempo, não...