Já era sexta-feira à noite e Valentina estava entediada. Por essa frase seria de se pensar que estava em casa, sozinha, assistindo uma comédia pastelão na televisão. Contudo, esse não era bem o caso. Na verdade, estava já levemente alcoolizada, numa enorme mesa cheia de pessoas, no bar mais high society da Cidade do México. Entre os seus acompanhantes estavam Lucho, Sérgio e Nayeli, sendo que os demais eram conhecidos deles, com quem Valentina mal interagia.
Para ser honesta, mal estava interagindo também com os amigos e namorado. A conversa na mesa estava repartida entre pequenos grupos e nem o de Nayeli, que estava à sua esquerda, nem o de Lucho, à sua direita, falavam de algo que interessasse minimamente a Carvajal mais nova. Para ver se ajudava a passar o tédio, serviu mais uma dose de vodka em seu copo e virou de uma vez. Lucho, que descansava o braço nas costas de sua cadeira, acariciou distraidamente o seu ombro, mas Valentina deslocou a mão dele de onde repousara com um leve movimento do ombro. Quando estava entediada perdia logo a paciência para essas coisas.
Só havia ido para essa "reuniãozinha" com os amigos porque eles passaram dois dias reclamando que agora ela só dava atenção para a Valdés (Valentina revirava os olhos toda vez que ouvia aquilo. Eles não falavam mal mais da amiga, mas se recusavam a chama-la pelo primeiro nome. Ela desistiu de corrigir para evitar chateação, pelo menos estavam chamando-a pelo próprio nome em vez de um apelido pejorativo). Quando Nayeli descobriu que ela aceitara o convite de Juliana para ir à boate com os amigos dela na sexta, aí sim apertou na chantagem emocional e Valentina acabou cedendo.
Naquele momento, entretanto, se arrependia amargamente enquanto entreouvia conversas aleatórias sobre hockey, desfiles de moda, entre outras coisas pretenciosas que aquele povo adorava falar sobre. Poderia estar se acabando de beber e dançar com Juliana, Juan e Allison, a outra amiga que ainda não havia conhecido. Nem mesmo a presença da Laurel estragaria seu humor, até porque estava fazendo as pazes com o fato de que não havia motivo para haver ciúmes. Sorriu ao lembrar como Juliana havia dito o quão especial Valentina era para ela, um calorzinho bom a aquecendo por dentro. Ou será que era efeito da vodka?
Resolveu mandar uma mensagem para a amiga, quem sabe ela estava livre para responder.
Val. 21h58: Juuuuls. Você tá aí?
Val. 21h59: Tô precisando da minha princesa encantada para me salvar do tédio 😔💔
Val. 22h03: It's a quarter after one, I'm all alone and I need you now / And I said I wouldn't call but I'm a little drunk and I need you now
Val. 22h03: Juls, você conhece essa música? É assim que estou, sozinha e precisando que você me resgate (figurativamente). PS: amém corretor. Essa palavra não queria sair por nada.
Juls. 22h04: hahahahahaha
Juls. 22h05: Meu deus, Val. Você bebeu alguma coisa?
Juls. 22h05: E que tédio é esse, morrita? Você não ia sair com os seus amigos?
Val. 22h06: Uma pergunta de cada vez, por favor. Obrigada.
Val. 22h06: 1. Bebi. Acho que vou na 3ª, 4ª dose de vodka. Não lembro mais. Ah, e tomei uma de tequila também. 🤭
Val. 22h07: 2 e 3. O tédio é exatamente porque saí com meus amigos. Que lugar mais chato, Juls. Você precisava ver. Nada de interessante aqui.
Juls. 22h07: Val, vai devagar para você não passar mal. Ainda é cedo para já estar na 4ª/5ª dose...
Juls. 22h07: E dispenso conhecer, se o lugar é tão chato assim kkkk
Val. 22h08: Vou parar de beber, prometo
Val. 22h08: Queria que você estivesse aqui. Seria bem melhor.
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Love by law
RomanceUm famoso ditado popular diz que "há males que vêm para o bem". Juliana e Valentina não sabiam o quão verdadeiras essas palavras poderiam ser, até passarem por um acontecimento inesperado que desencadeou uma série de mudanças nas suas vidas. A mais...