Capítulo 15

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Numa manhã de segunda-feira não era raro que os corredores da faculdade demorassem para encher, pois os alunos, ainda no clima do fim de semana, geralmente passavam uns minutos a mais na cama e chegavam em cima da hora para a aula. Contudo, esse não era o caso de Juliana e Valentina, que já estavam sentadas na mureta da escadaria vendo algo no celular da mais velha.

- Essa tá perfeita, Val! – Juliana comentou, apontando para a foto que a outra lhe mostrava. – Você pode me passar ela e as outras 6, por favor?

- Claro, Juls. Daqui para o fim da semana provavelmente já terei umas 500 fotos para te passar, não posso ver aquele focinho que já tiro mais uma. – Ela respondeu distraída, pois estava concentrada em mandar as fotos de Emília que havia tirado no dia anterior. As duas já estavam completamente apaixonadas pela coelhinha.

- Ela é muito amorzinho, já estou sentindo saudades. – A morena comentou, fazendo bico.

Valentina sorriu para ela.

- Sabe que quando quiser visita-la, a casa está à sua disposição.

- Não oferece que eu vou mesmo, hein? – A morena mostrou a língua para indicar que estava brincando.

- Mas é para ir! Estava falando sério sobre ela não ser só minha, você sabe, né? – A mais velha ressaltou.

Um pigarro perto delas interrompeu a resposta de Juliana. As duas se viraram para a figura que estava parada a alguns passos, que distraídas não haviam percebido se aproximar.

- Vale, a gente pode conversar? – Lucho perguntou calmamente, as mãos nos bolsos e uma expressão triste.

- Lucho, eu realmente não estou a fim. Acredito que não temos mais o que conversar. – Valentina respondeu, decidida. Ela não queria abrir espaço para discussões, o que eles tinham estava definitivamente terminado para ela.

Ele deu um suspiro. Lançou um olhar para Juliana, indicando que estava incomodado com sua presença, mas a morena cruzou os braços e o encarou. Não arredaria o pé dali e estava se segurando para cumprir a promessa que fizera a Valentina na boate de não tocar mais no assunto, nem fazer nada em retaliação ao que o babaca fizera na sexta.

Apesar de não ter conseguido a privacidade que queria e de continuar a receber o olhar de ódio de Juliana, Lucho decidiu continuar falando.

- Eu sei que as coisas ficaram meio tensas na sexta, eu passei do limite. Mas foi a bebida meu amor, eu juro. Sei que você não iria me trair. Não quero que a gente termine só por aquilo.

- Chega, Lucho. Sério. Eu não terminei "só" por aquilo, esse relacionamento já não nos fazia bem há tempos. A minha decisão está tomada, não vou voltar atrás. – A mais velha respondeu. Ela se levantou e alcançou pela bolsa, na intenção de se afastar dali, não queria continuar na presença do ex. Juliana seguiu seu exemplo.

- Escuta aqui, Valentina... – Ele se aproximou, já falando um pouco mais alto. Mas a morena, que estava atenta a ele, num instante deixou suas coisas de lado e se colocou entre eles com uma mão no peito do homem, a fim assegurar que ele manteria uma distância razoável delas.

- Hey! Ela já disse que não quer falar com você, então vaza.

Lucho a olhou sem acreditar no que estava presenciando. Valentina não perdeu tempo, pegou a bolsa que a outra derrubara na pressa e tentou puxar Juliana pelo outro braço.

- Vem, Juls.

Mas não deu muito certo, pois no mesmo instante o homem reagiu.

- Quem você acha que é para falar comigo assim, mugrosa? – Ele tirou a mão dela que impedia seu avanço e a empurrou. Ela tropeçou uns passos para trás, mas se estabilizou com a ajuda da amiga. – Você acha mesmo que vou deixar de falar com minha namorada porque uma nojentinha que nem você mandou?

Love by lawOnde histórias criam vida. Descubra agora