7 - Doncaster

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Acordei com o telemóvel a tocar.

- Sim? - atendi sonolenta.

- Mas ainda estás a dormir? - a voz do outro lado da linha perguntou indignada e soltou uma gargalhada. Pude reconhecer a voz do outro lado.

- Que horas é que são, Louis? - perguntei e soltei um suspiro.

- 7:30, Melanie, sete e meia! - ele repetiu quase a gritar.

- É tão cedo. - resmunguei com sono.

- Não é nada. - ele respondeu a rir - dou-te cinco minutos para aqui estares!

- Isso são tudo saudades? - gozei.

- NUNCA - ele quase berrou - é que tive um distúrbio e preciso da minha psicóloga - ele gargalhou da outra linha.

- Sim - falei sentando-me na cama - daqui a pouco chego ao teu quarto. E desculpa-me o atraso mas eu pensei que tu acordavas tarde!

- Eu acordo tarde - afirmou- mas é que hoje eu não consegui ficar durante muito tempo. Agora tenho de ir que o Roberts está a chamar-me. - ele tentou finalizar a chamada.

- ESPERA LOUIS! - gritei e ouvi ele a dizer "diz" - como é que conseguiste o meu número?

- O Roberts deu-me mas agora vá levanta-te! - e desligou sem se despedir.

Fui até à casa-de-banho, tomei um banho rápido e vesti a primeira roupa que encontrei na mala. Arranjei os meus cabelos, coloquei um pouco de perfume e de um gloss com sabor a cereja.

Sai do meu quarto e caminhei ao encontro do quarto do Louis que era o número 203. Bati à porta.

Depois de uns segundos a porta foi aberta por Louis.

Apenas com uma toalha na cintura. Sim, eu disse bem. Só com uma toalha. As pingas de água vinham do seus cabelos e desciam por os seus braços e abdômen.

Que homem. Suspirei fundo e tentei voltar à realidade.

- Vais entrar ou vais ficar ai fora? - ele disse a rir-se da minha cara - que cara é essa, Melanie?

- Nenhuma, nenhuma. Ahm, espero lá em baixo está bem? - disse muito rápido e entrei no elevador sendo rápida para que Louis não me impedisse.

Entrei dentro do restaurante indo escolher as coisas para tomar o pequeno-almoço.

- Mel, precisamos de falar - Roberts apareceu ao meu lado assustando-me

- Diga - falei impaciente

- Aconteceu alguma coisa? - Ótimo, e agora? Vou dizer-lhe "nada, foi só o Louis que abriu a porta do quarto de toalha"

- Não, porquê?

- Tu estás vermelha e estranha - ele afirmou desconfiado

- Estou com dores de cabeça apenas - menti, enquanto continuava a comer

- Se o dizes - ele encolheu os ombros - Existe alguma forma para tu viajares com o Louis para Doncaster? - ele falou calmamente

- Como assim? - perguntei depressa

Roberts soltou um suspiro pelo nariz e mexeu na gravata, olhando-me.

Tunnel Vision - l.t.Onde histórias criam vida. Descubra agora