" Qual vida Laureana? A porra da vida que você queria que alguém acabasse por você? Porque nem pra isso a filha da p* serve? "
...
Acordei com alguns barulhos de tiros.
Meu coração acelera e minha primeira intuição é pegar a arma que tá escondida no bolso falso da minha bolsa, mas eu não posso me arriscar, eu não posso simplesmente tentar me proteger se nem ao menos sei o que tá acontecendo.
Sento no chão e coloco as mãos no meu ouvido.
Os tiros estão cada vez mais, mais pertos.
A porta se abre, revelando Maria.
Ela sentou comigo no chão.
- a policial de merda tá com medo?
Ela parecia não temer.
Ela tira minhas mãos dos meus ouvidos.
- eles só estão testando algumas armas que chegaram.
Isso é doentio.
Ela senta na cama.
- você se acostuma, estão lá fora, é melhor não se meter com eles, garota bonita acaba morta ou estrupada.
Ela se levanta e vai até a porta.
- eu vou estar lá embaixo, o almoço já está pronto.
Me sinto mal pelo que ela falou, mas mesmo assim ela defende bandido.
Achei que iria ser um dia chuvoso, mas o sol chegou e está queimando o asfalto.
O barulho parou.
Desço.
Não me sinto bem sabendo que tem caras na calçada atirando para o alto.
Mas também adoraria que fosse atingida por uma, apesar de uma dor dolorosa, pelo menos eu saberia que estava chegando ao fim da minha vida.
A cozinha está vazia.
Vejo que tem pessoas comendo na mesa.
Minha tia está em uma mesa com uns cara com fuzil e pistola.
Ela me vê e me chama.
Caminho até a mesa com caras.
Um cara de M4A1 chega roubando a cena com a arma pendurada no ombro.
Short e sem camisa, não posso deixar de reparar no corpo dele.
As tatuagens dele me faz arrepiar, ele me olha de cima a baixo, claro junto com os vagabundos que estão na mesa.
Me pergunto se algum deles é o chefe.
- Essa é a Laureana.
Minha tia diz com desgosto.
- essa?
O cara que acabou de sentar não esconde a decepção, por eu não ser tão bonita ou o que?
Minha vontade é de sair e deixar de ser o centro das atenções da mesa de babacas.
-posso almoçar?
Me sinto estranha por estar aqui.
- pode, come no quarto.
Minha tia diz.
- almoça com a gente.
O cara que me olha como se eu fosse um objeto diz, o mesmo cara que me arrepia quando sua voz soa pela garagem.
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Uma policial no morro
Hài hướcEla sabia que corria risco de vida, mas ela não tinha nada a perder, a vida de merda que vivia valia a pena uma morte, sairia como heroína pelo menos, não como suicida. Mas se envolver com alguém foi um erro, foi um erro confiar, foi um erro achar q...