capítulo 3

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" Qual vida Laureana? A porra da vida que você queria que alguém acabasse por você? Porque nem pra isso a filha da p* serve? "

...

Acordei com alguns barulhos de tiros.

Meu coração acelera e minha primeira intuição é pegar a arma que tá escondida no bolso falso da minha bolsa, mas eu não posso me arriscar, eu não posso simplesmente tentar me proteger se nem ao menos sei o que tá acontecendo.

Sento no chão e coloco as mãos no meu ouvido.

Os tiros estão cada vez mais, mais pertos.

A porta se abre, revelando Maria.

Ela sentou comigo no chão.

- a policial de merda tá com medo?

Ela parecia não temer.

Ela tira minhas mãos dos meus ouvidos.

- eles só estão testando algumas armas que chegaram.

Isso é doentio.

Ela senta na cama.

- você se acostuma, estão lá fora, é melhor não se meter com eles, garota bonita acaba morta ou estrupada.

Ela se levanta e vai até a porta.

- eu vou estar lá embaixo, o almoço já está pronto.

Me sinto mal pelo que ela falou, mas mesmo assim ela defende bandido.

Achei que iria ser um dia chuvoso, mas o sol chegou e está queimando o asfalto.

O barulho parou.

Desço.

Não me sinto bem sabendo que tem caras na calçada atirando para o alto.

Mas também adoraria que fosse atingida por uma, apesar de uma dor dolorosa, pelo menos eu saberia que estava chegando ao fim da minha vida.

A cozinha está vazia.

Vejo que tem pessoas comendo na mesa.

Minha tia está em uma mesa com uns cara com fuzil e pistola.

Ela me vê e me chama.

Caminho até a mesa com caras.

Um cara de M4A1 chega roubando a cena com a arma pendurada no ombro.

Short e sem camisa, não posso deixar de reparar no corpo dele.

As tatuagens dele me faz arrepiar, ele me olha de cima a baixo, claro junto com os vagabundos que estão na mesa.

Me pergunto se algum deles é o chefe.

- Essa é a Laureana.

Minha tia diz com desgosto.

- essa?

O cara que acabou de sentar não esconde a decepção, por eu não ser tão bonita ou o que?

Minha vontade é de sair e deixar de ser o centro das atenções da mesa de babacas.

-posso almoçar?

Me sinto estranha por estar aqui.

- pode, come no quarto.

Minha tia diz.

- almoça com a gente.

O cara que me olha como se eu fosse um objeto diz, o mesmo cara que me arrepia quando sua voz soa pela garagem.

Uma policial no morroOnde histórias criam vida. Descubra agora