Capítulo V

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               Costumava ser impossível para Stephen perder a concentração enquanto trabalhava, mas naquele dia em especial, ele não conseguia pensar em absolutamente nada. Algo estava diferente, e mesmo que ele não soubesse ao certo o que era, não o agradava. Assim que saiu da sua sala depois de ficar um longo tempo trancado, Lana se aproximou e sorriu para ele.

- Olá, Doutor!

- Oi. – Ele respondeu sem muito ânimo.

- Salvou a vida de um homem, não é? Eu soube.

- Ahm... Sim.

- Incrível como se supera a cada vez. – Ela riu. – Que tal comemorarmos essa noite como da ultima vez?

              Normalmente Stephen aceitaria. Mas o antigo Stephen faria isso. No momento, ele não sabia mais quem era quem. Só sabia que não conseguia tirar Clea de sua cabeça, e se arrependia amargamente por tê-la deixado.

- Talvez uma próxima vez. – Ele respondeu afastando-se.

- Espera. – Lana correu para acompanha-lo. – Aconteceu alguma coisa? Você parece... Tenso.

- Só estou com dor de cabeça.

- Dor de cabeça? – Ela o encarou como se fosse a coisa mais absurda do mundo.

- Sim. Algumas coisas estão acontecendo e... Eu preciso procurar por uma pessoa. Não é nada pessoal, Lana. Mesmo. Sinto muito.

               Ainda surpresa com a resposta, Lana continuou a olhá-lo enquanto ele se afastava pelo corredor. Stephen só queria ver Clea outra vez e se desculpar por ter perdido a cabeça, mas ele não fazia ideia de onde poderia encontra-la. Não era mentira que sua cabeça estava latejando, e isso o incomodava ainda mais. Ele se esforçava para lembrar-se de tudo, mas parecia impossível. Era como se sua mente tivesse um bloqueio que ele não conseguia quebra-lo nem se esforçasse.

- Doutor Strange! Precisamos de você urgente! – Um enfermeiro disse caminhando apressado pelo corredor.

- Agora? – Ele perguntou confuso.

- Sim, agora! Um acidente de carro.

                 Não era o momento propício para isso. Stephen não estava com cabeça para realizar operações, pela primeira vez que ele se lembrava. Mas, não poderia deixar um paciente entre a vida e a morte, e sua função ali era apenas salvá-lo. Talvez isso o ajudasse a colocar as coisas no lugar. Ele só precisava de um propósito para continuar, e talvez esse fosse o seu propósito.


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- Hora da morte... 16:48. – Stephen tirou a sua máscara irritado, saindo o mais rápido possível da sala de operações.

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