Capítulo XVIII

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Amanheceu sonolentamente em Hogwarts, Hermione acordou com o corpo dolorido, pareceu a ela que tivesse, ao invés de dormir, se contorcido na cama a noite toda, levantou, se arrumou e sentou na cama olhando o relógio. Eram seis horas da manhã, a primavera se aproximava e começava a tornar as manhas mais frias.

Olhou pela janela e viu os raios do sol lutando contra a neblina da manha, ficou um tempo perdida no horizonte. Seus pensamentos voaram longe, foi até Bristol, pensou se Severo teria conseguido as informações sobre a horcrux, se ele estaria bem, ou se algo o tinha ferido.

Saiu da janela e foi tomar café no salão principal.

Severo não havia dormido a noite, sempre que tentava dormir ele acabava voltando a pensar na horcrux que repousava sobre sua mesa, talvez ele tenha feito uma grande bobagem em tê-la pego, pensava se seria melhor ter deixado o Potter busca-la.

Ao mesmo tempo ele tinha uma certeza: O garoto não passaria pela cobra e Hermione estaria com ele. Snape não a exporia a um risco desnecessário. Mesmo que eles levassem alguém da ordem com eles, e Snape acreditava que algum deles deveria saber oclumência razoavelmente bem, seria um grande risco para Hermione e ele não permitiria.

Por mais que ele sentisse que ter pegado a horcrux poderia criar problemas para ele, não podia dizer que se arrependia de tê-la pego.

Severo levantou e foi até seu pequeno guarda-roupa, mexeu no meio das cobertas emboladas e tirou de lá uma pequena caixinha dourada, a mesma que continha a figurinha de Dumbledore. Alisou a tampa da caixinha, pensou como seria bom conversar com o velho naquele momento.

Severo sentia muita falta de Dumbledore, ele foi, por muitos anos, seu único amigo, a única pessoa que sabia o que se passava em seu coração, suas verdades, no mundo de fingimento em que vivia. Ter uma vida dupla tem seu preso, ser um comensal e um professor, um membro da ordem por muitas vezes consumia suas forças e era em Dumbledore que ele despejava suas aflições, e naquele momento ele estava aflito, ele queria que alguém lhe dissesse como proceder, como fazer chegar a horcrux ao Potter, se para tanto, revelaria sua posição nessa maldita guerra e a entregar-lhe-ia nas mãos do garoto e diria que a outra horcrux está pendurada no pescoço de Bellatrix. Ou era muito cedo para tal revelação, o que Dumbledore diria, como isso se encaixaria nos planos do velho, teria ele previsto todos esse acontecimentos ou se surpreenderia com o rumo que as coisas tomaram.

Seria um alivio, mesmo que ninguém acreditasse na historia de que o próprio Dumbledore que havia lhe pedido para morrer, e ele fosse lançado em Azcaban, por que estaria sendo verdadeiro, não haveria mais o que esconder.

Ao mesmo tempo ele pensava em Hermione e em como ela reagiria a tudo isso... Novamente ele sofreria por ter se aproximado dela, ele deveria ter escorraçado-a no dia que ela disse que gostava dele, devia ter se afundado o mais que pudesse nas masmorras e esquecido de como a luz do dia é radiante até se esquecer dela.

Agora a incerteza do futuro abatia-se sobre Snape com uma nuvem chuvosa. Ele apertou mais forte a caixinha em suas mãos. Abriu a tampa vagarosamente, olhou a figurinha dentro, implorando que nela estivesse a imagem de Dumbledore, mas ela estava vazia, apenas o fundo azul escuro preenchia o espaço entre a moldura dourada da figurinha.

Fechou a caixa e a guardou novamente, naquele momento, em sua cabeça, passou uma idéia estúpida, tão estúpida que poderia ser a solução.

Pegou um pedaço de pergaminho e uma pena, a encantou para que a caligrafia ficasse impessoal e irreconhecível e escreveu um bilhete curto, colocou dentro de um envelope, conjurou uma pequena caixa de papelão e depositou a horcrux dentro junto com o envelope.

Foi até a janela e com um aceno de varinha chamou uma coruja marrou. Snape a comprara a poucos dias no beco diagonal, ela era bem comum, comum o suficiente para não ser ligada a ele ou a nenhum dono. Colocou o embrulho em suas patas e a despachou direto para Hogwarts.

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