4. Café da manhã

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É sábado de manhã e o meu despertador ainda não fez nenhum ruído, mas estou completamente acordada.

Pensativa é a palavra. Camila não sai da minha cabeça desde ontem quando a vi seminua. Eu não soube o que fazer com a minha ereção, então fiquei no quarto até ela desaparecer naturalmente. Quando finalmente pude descer Camila tinha ido embora mais cedo.

Acho que foi melhor assim, Tom pareceu desapontado, mas como eu iria encarar ela?

Tom, caramba, não parava de falar o quanto ela era incrível, isso obviamente não ajudou nem um pouco na tarefa de esquece-la. Por isso, decidi ir embora mais cedo também.

Passei a noite em claro olhando pro teto e tendo flashes daquele corpo maravilhoso. Só de pensar a temperatura subia e eu reprimia o pensamento o máximo possível. Não sei quando vou ter outra ereção, Camila foi a única capaz de provocar isso em mim. Estou feliz em ver que sou apta e, sendo sincera, estou realmente preocupada em não ter mais nenhuma.

Talvez eu não precise ver o médico, tudo bem, ter a sua primeira ereção aos dezessete anos é estranho, mas pelo menos eu tive. Antes tarde do que nunca, não é o que dizem? Eu sou normal, sei disso. Ontem provou que não sou disfuncional.

Alcanço o celular no criado-mudo e vou ligar para Mahogany, contar os acontecidos e receber alguns conselhos. Mas quando abro a agenda e estou prestes a clicar no nome dela, desisto. Na nossa conversa na cozinha, Gany pediu para mim deixar Camila para Tom e esquecer isso, e se ela achar que estou querendo furar o olho do nosso amigo? Melhor não arriscar, não estou querendo furar o olho de ninguém afinal.

Encontrei com Camila duas vezes e ela simplesmente não abandona os meus pensamentos, é normal, estou impressionada com a beleza dela. Uma hora vou parar de pensar nela, não é preocupante.

Decido levantar e fazer alguma coisa da vida, são 10h45 da manhã, vejo o sol forte através da minha janela. Hora de reagir. Talvez eu conte ao meu pai o que está acontecendo e pegue conselhos com Meredith, somos próximos o suficiente.

Escovo os dentes e tomo um banho rápido, visto short e regata, é sábado e o fim de semana é feito para relaxar. Saio do quarto e desço as escadas para o andar de baixo da casa, escuto vozes vindo do lado de fora e penso que papai e Meredith estão tomando café nos jardins. Adianto o passo e vou me juntar a eles, mas tenho uma supresa quando saio para fora e vejo a mesa de café servida a beira da piscina.

Papai e Meredith não estão sozinhos, identifico Camila e sua avó num piscar. Nunca vi Mercedes Cabello pessoalmente, mas ela é famosa o suficiente para passar na televisão de vez em quando. E Camila eu reconheceria a metros de distância, pensei tanto nela que a sua figura ficou grudada na minha mente.

Depois de ontem... acho que o universo está me perseguindo.

— Filha! – papai é o primeiro a me ver.  — Venha, sente-se conosco.

A atenção de todos na mesa é atraída para mim. Meredith sorri, Mercedes Cabello olha curiosamente e Camila nem se move completamente desinteressada.

— Que bom que levantou Lern. – Meredith começa quando me aproximo. — Eu já ia mandar te chamarem, Camila está sozinha no meio dos adultos, deve está sendo chato para ela.

— Camila não se importa com isso. – Mercedes diz, sua voz é aveludada. — Mas é bom que ela tenha uma companhia da idade.

Pelo tédio na expressão de Camila eu diria que ela se importa sim, mas Mercedes nem parece notar.

Eu me sento ao lado de Meredith e de frente para Camila.

— É bom dar um rosto a você Lauren, seu pai e sua madrasta não cansam de falar sobre você, eu diria que são muito orgulhosos da filha que têm. – a avó de Camila comenta.

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