12. Familiar demais

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Quando a bunda drogada de Garret encontra a grama atraio a atenção de Camila para mim, ela me olha horrorizada, alternando os globos castanhos entre mim e o traficante.

— Você surgiu do inferno? — Camila fica de pé para me encarar, está furiosa.

— Eu vi o que ele te deu, Camila! — eu grito, atordoada demais.

Clayton jogado na grama se embola todo com as tiras da jaqueta de couro que usa, ele tenta levantar, mas suas roupas cheias de correntes e bottons torna a tarefa difícil.

— Jauregui eu vou te encher de porrada por causa disso! — Garret ameaça tirando suas roupas do caminho para conseguir levantar.

Camila parece pronta para ajudar seu traficante me massacrar, abre a boca para começar a me insultar, mas desisti no meio do caminho ao me analisar melhor, seus olhos me conferem dos pés a cabeça tomando consciência do meu estado consternado.

Sua expressão muda de repente para intrigada e eu toco minhas faces para conferir se estou chorando, qual é minha supresa quando encontro minhas bochechas molhadas e meus olhos ainda expulsando lágrimas?

Estou meio desequilibrada agora.

— Você está bem, Jauregui? — Camila coloca as cinco pedras que estava pronta para atirar em mim no chão, parece abaixar a espada com a qual ia me matar.

Não tenho tempo de responder, pois Garret conseguiu se erguer da grama e seu punho fechado vem de encontro a minha bochecha esquerda, tropeço para trás na tentativa de me esquivar do golpe, mas não consigo ser tão rápida para escapar totalmente. Seu soco pega quase que de raspão, mas ainda assim é dolorido e me faz cair na grama.

Minha bochecha queima e sinto o sangue subir pro rosto.

— Para com isso Garret! — Camila se põe entre mim e Clayton quando ele parte para cima de mim mais uma vez.

— Que isso agora, riquinha? — ele retruca. — Não foi você que quase espancou ela no campo de lacrosse por se meter na sua vida, por que está defendendo agora?

— Só vai embora, morcego. — Camila manda autoritária, eu me mantenho na grama apenas alisando minha bochecha ardida. — Já resolvemos aqui, se manda.

Clayton ri com desdém.

— Ir embora assim sem mais nem menos? — ele balança a cabeça negativamente. — Só vou depois de encher essa garota de porrada.

— Você não vai encher ninguém de porrada, para de ser ridículo. — Camila desmerece ele. — Vai embora ou seus pais vão saber qual é seu verdadeiro emprego, que nada tem a ver com estagiário na grife da minha avó.

Garret queima ela com os olhos antes de dá meia volta e ir embora soltando fumaça. Quando ficamos só eu e Camila me levanto com a bochecha vermelha e lhe dou as costas indo embora também.

Uma coisa estranhíssima acontece: Camila me segue.

— Onde você pensa que vai? — ela planta as mãos nos meus ombros para me parar.

— Para casa. — respondo nem um pouco afim de lidar com ela agora, meu humor está oscilante.

— Depois de tanto trabalho pra chamar minha atenção, você vai simplesmente embora? — Camila dá a volta no meu corpo e se coloca a minha frente soltando meus ombros.

Eu deixo escapar uma risada curta e sem humor.

— Você se acha, não é?

— Você me dá motivos. — ela sorri provocativa. — Agora, me fala por que diabos você está chorando e surtando no meio do parque?

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