A noite passou rapidamente, e David mal conseguiu dormir. Ele acordou às 6 horas em ponto e começou a fazer suas anotações, baseando-se no que já sabia até agora, o que, aliás, era muito pouco. Anotou o nome de Julie, iria saber mais sobre a vida dela. Ele entendia o porquê da mentira de Julie. Ora, deveria ser horrível, para ela, o fato de a irmã ter problemas mentais! Talvez ela até pensasse que era louca também. David ia tirando algumas conclusões, até que Martha entra na cozinha e o vê.
– Eu não acredito! Mas, esse seu avô! Não acredito que ele falou para você sobre Nancy Cárter! – Martha bufava de raiva.
– Vovó, fique calma. Eu agradeço aos céus pelo fato de eu ter descoberto isso sozinho. – Ele ria com os olhos.
– Meu filho. Você vai se desgastar com isso. A garota é completamente doente. Nem deveria estar aí desse jeito, vivendo com gente normal.
– Isso é exatamente o que a torna tão especial, vovó! – Dizendo tais palavras à Martha, ele se sentou na cadeira que ficava ao lado da janela do lado, onde permaneceu somente analisando qualquer passo que podia ver.
Na casa dos Cárter, Julie se preparava para ir a uma entrevista, em uma escola de Vernon. Ela colocara sua melhor roupa e, antes de sair de casa, deu um beijo em sua irmã que lhe desejou boa sorte. Quando David avista Julie Cárter saindo de casa, trata logo de ver aonde ela vai e analisa suas roupas e gestos, até ela entrar no carro e pegar a rua principal.
– Vovô, eu vou dar uma saída. Volto daqui a pouco. Ele pegou o carro de Lucas e partiu loucamente.
David foi o mais rápido que pôde, até que quando saiu, acreditou não ter nem rastro de Julie, mas se enganou. Ela estava parada na frente de uma escola, procurando algo que parecia não estar de jeito nenhum em sua bolsa. Ele vê que ela consegue, com muito esforço, achar um papel, e logo se coloca a andar em direção ao prédio. David aproveita e sai do carro, indo de encontro a Julie que andava a um metro de distância dele, quando ela entra no prédio e se dirige à entrada da escola. O guarda afirma que alguém está à espera dela, e o portão abre. Diante de tais fatos, só resta a David esperar Julie sair, mas, antes, iria saber mais com o guarda do local:
– Olá! O senhor viu minha esposa? Ela passou por aqui há pouco tempo. Ela acabou se esquecendo de me dizer a que hora acaba... Como é mesmo que se diz?
– A entrevista! – responde o guarda da escola.
– Isso, a entrevista – diz ele, sorridente.
– Não sei dizer ao senhor, mas não deve demorar muito.
– Obrigado! – Ele se afasta e senta perto de uma praça que fica do outro lado da rua. David começa a juntar as peças e deduz que Julie era professora, e que estava à procura de um novo emprego em Vernon. Ele olhava atentamente para o relógio de dez em dez minuto. Já havia se passado uma hora, e ele estava quase pegando no sono quando Julie deu sinal de vida. Ela estava falando com o guarda, e ele ficou preocupado se o homem havia dito algo sobre um suposto marido a ela? Ele arriscara demais. Ela parecia calma do outro lado da rua e com um sorriso contagiante no rosto. Ele nota que ela caminha em sua direção, e começa a ficar preocupado. Vira-se para trás e começa a caminhar rapidamente para longe da praça, mas, ao olhar de volta, nota que Julie anda ainda em sua direção, e que o carro dela estava do outro lado da rua. David fica apavorado. Será que o guarda havia-lhe dito algo? Ou ela apenas o reconhecera à longa distância. Se for a segunda opção, ela deveria enxergar como um lince. Quando ele olha para trás, nota que ela parara no meio do caminho. Então ele fica mais calmo, e pensa que ela somente foi fumar seu cigarro e, talvez, comemorar olhando a bela fonte da cidade, mas, engana-se, e agora ela acenava para ele, e ainda sorrindo. David nota, no sorriso, algo acolhedor e logo trata de ir falar com Julie.
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ChickLitO cheiro dele se apresenta e ela reconheceria seu cheiro em qualquer lugar, estando onde estivesse, pois ele estava marcado em sua mente e memória. Uma vez na memória, seria para sempre lembrado e vivido. Ela se vê toda em sorrisos, gira o cabelo ru...