Capítulo 8 - Mais um dia louco

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Um oceano azul pairava sobre Nancy Cárter. Ela nadava e nadava e a cada onda que passava, seu corpo se revigorava. Ela respirou bem fundo e avistou que chegara em uma ilha. Uma ilha com um coqueiro e uma casinha de palha. Levantou do mar e sentou na beira. Ela estava em paz, em calmaria, em sintonia com o mar. De repente, ela recorda de algo. Algo que não poderia ter esquecido, mas havia esquecido. Ela levanta e caminha, tentando loucamente lembrar o que ela tinha esquecido. Era algo importante. Ela olha para o céu e o azul se torna branco. Então ela se lembra, vem um cheiro que a recorda dele, o único homem que ela jamais esqueceria. – Tom! – berra ela alto na ilha, mas ninguém responde. Ele não estava ali, não estava na ilha. O que era a ilha? A ilha era ela mesma, era seu mundo, sua mente.

– Tom! – berra Nancy tão alto como em seu sonho.

– Calma, Nancy. Foi só um pesadelo. – Tom estava ali no seu lado lhe abraçando.

– Tom! Amor, eu tive um sonho horrível outra vez.

– Está tudo bem. Já passou. Eu estou aqui e não vou deixar nada perturbar você.

Diante das palavras confortantes e do cheiro de Tom, Nancy volta a dormir e o abraça o mais forte que pode.

O amanhã veio como um raio. David estava de malas prontas para ir rumo a um hotel que havia alugado no centro de Mount Vernon. Ele sabia que não poderia ficar perto dos Cárter, pelo menos não naquele momento conturbado. Ele pede um táxi e, antes de partir, fala com Lucas. Ele o havia aconselhado a noite toda, e a ideia de ir para o hotel não havia de ser de outra pessoa.

– Vovô, eu estou indo.

Ele abraça ao velho Lucas.

– Está bem, meu filho. Eu sabia que você não teria paz aqui em Vernon, só não pensei que quase seria morto.

– Eu vou resolver isso, vovô. Eu prometo.

– Não, esqueça isso.

– Eu não posso, mesmo se eu quisesse, eu amo Julie Cárter, e vou recuperar a confiança que ela depositou em mim.

– Se há alguém que pode esse alguém é você. Sabe? Eu nunca lhe disse, mas seu pai teve muito trabalho com sua mãe.

– Verdade? Eu pensava que tivesse sido amor à primeira vista.

– Não exatamente. Ela o odiava. Ele mandava flores para ela todo o dia, e ela queria matá-lo, sempre que via as flores.

– Mas, por quê?

– Não o suportava. Desejava ser livre e não queria admitir que amasse alguém.

– O que ele fez?

– Comprou a flor que mudou tudo.

– Girassóis! – conclui David.

– Sim, girassóis. – Lucas ri e olha nos olhos do neto. – Você tem de fazer como seu pai. Acerte! Não desista, você é o único que pode.

As palavras de Lucas deram força a David. Ele iria falaria com Julie Cárter e não desistiria até que ela o ouvisse. Sabia que ela estaria hoje iniciando como professora na Dallas Scholl, e pretendia partir para lá depois de levar suas coisas para o quarto de hotel. Haviam decorrido três horas e, depois de passar em uma loja no centro para comprar uma camiseta, aliás, a primeira em sua vida que não era social, ele agora estava na frente da escola, somente esperando que Julie saísse. Já, ela se encontrava no ginásio assistindo à aula de educação física dos garotos da sua nova turma. Ela estava lembrando o dia em que esteve no festival das tulipas com David e em nenhum momento prestou atenção no que ocorria ao seu redor. Só mais tarde ela foi chamada para a realidade quando um garoto rompeu o seu mundo com um berro. Os meninos estavam brigando, e ela não sabia o que fazer, mas, por fim, o professor de educação física conseguiu apartar a situação e Julie fica mais calma. Por fim, ela pergunta qual o motivo de tamanha agressividade por parte de um de seus alunos.

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