Agora, David Marshall estava com muitos problemas. Ele deveria voltar semana que vem para Nova Iorque, tinha muitos pacientes para atender, e ainda não sabia o que fazer em relação à família Cárter. Só sabia de uma coisa, nunca em sua vida havia testemunhado um caso tão emocionante como o de Nancy Cárter. Ela o fascinava da cabeça aos pés. Ele sabia que, por mais que tivesse mil casos a tratar, não iria embora sem antes terminar o que havia começado. Nancy era sobrenatural. Era algo divino para ele, não só, é claro, pela sua mente, mas também pelo fato de ser extremamente humilde de olhar e sincera de se notar. Quando ele, por fim, entrara na sala da casa de seus avós, notou um olhar que vinha da poltrona antes vazia.
– Onde estava, David? – pergunta o avô.
– Como se o senhor já não soubesse onde eu estava, não é, vovô?
– David pare com essa loucura! Ben Cárter nem desconfia que você esteja metido com as filhas dele. Quando souber, nem imagino, ou, ainda, melhor, quando souberem quem você é.
– Vou conhecê-lo hoje à noite. Fui convidado para jantar com eles.
– Duvido que eles saibam quem você é? – Lucas o olha com desdém.
– Não exatamente, mas logo vão saber. Vou ajudá-los, vovô.
– Meu filho, a verdade é a única coisa que faz com que se tenha confiança. Eu duvido que Ben Cárter o deixe ajudar a Nancy.
– Eu tenho a confiança de Julie, e ela vai-me entender. Eu tenho certeza disso. Só preciso de mais tempo, vovô.
– Tudo bem, David, mas se você não falar nada, eu falo. Não quero ver você mal.
No fundo, David sabia que Lucas tinha mais do que razão. Ele havia quebrado a confiança que ambicionava ter para poder ajudar Nancy Cárter. Antes, ele só se sentiria feliz em ter uma nova experiência no campo da psicanálise, mas, agora, ele queria mais que isso, queria poder ter o privilégio de dar paz a Julie Cárter. Ele não estava em paz, e jurou a si mesmo que falaria a verdade a Julie naquela noite. Não esperaria mais nem um dia.
Os olhinhos de Nancy estavam todos voltados para a panela fervente na cozinha. Ela estava pronta para fazer um prato maravilhoso e que, até mesmo para ela, era um tanto difícil e necessitava de um cuidado todo especial, o que deixava Tom em segundo plano, e isso ele odiava. Julie, em seu quarto, estava em dúvida sobre o que vestir. Ela ora olhava para o vestido vermelho na sua cama, ora para o branco na cadeira. O vermelho era ousado demais, e o branco a deixaria santa demais. Parecia que tinha dezoito anos de idade, tamanha era sua preocupação. Na dúvida, recorreu a Nancy, que lhe disse estar sem tempo, pois tudo o que ela queria naquele momento era terminar a ceia que estava preparando. No fim das contas, ela decidiu pelo vermelho, pois, ele realçava melhor suas belas curvas, era mais que bem-vindo. O fácil já estava decidido. Agora viria o mais difícil que era nada mais e nada menos do que falar com seu pai sobre David Marshall. Ela desce as escadas, e Ben Cárter deixa de tomar seu gole de cerveja para observá-la com espanto. Ela estava mais que bonita, estava maravilhosa como nunca antes estivera, e Ben Cárter, todo convencido, deduz que era graças a ele que ela era tão linda.
– Como eu estou?
– Você está com a cara de seu pai – diz ele.
– Vou entender isso como "Você é linda, minha filha".
– Aonde você vai? Por que certamente não foi para mim ou para sua irmã, e é claro, muito menos para Tom que se vestiu assim.
– Bem, é que virá uma pessoa jantar conosco. Ele é um amigo muito especial, papai, o senhor vai adorar conhecê-lo.
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Literatura FemininaO cheiro dele se apresenta e ela reconheceria seu cheiro em qualquer lugar, estando onde estivesse, pois ele estava marcado em sua mente e memória. Uma vez na memória, seria para sempre lembrado e vivido. Ela se vê toda em sorrisos, gira o cabelo ru...