Capítulo 9- Espelho, espelho meu

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Tudo estava acertado. David Marshall iria à casa dos Cárter, e logo mais começaria sua terapia de iniciação com Nancy. O primeiro passo era fazer ela voltar para a realidade, aceitando o fato de Tom não ser real, e isso, David sabia que seria o mais difícil. Depois ele teria de fazê-la querer voltar, querer seguir a vida real. Esses eram os primeiros objetivos na sua lista. Eram 19 horas quando David bateu na porta dos Cárter. Julie estava ansiosa e foi correndo abrir a porta. Ele entrou e a beijou rapidamente, pois Nancy não sabia de seu envolvimento com a irmã. Ben Cárter o olhava da sala de estar e, com sua cerveja, fez um sinal de onde Nancy se encontrava. David olhou para a cozinha, e foi até sua direção. Ele fizera tantas vezes esse processo, mas nunca estivera numa situação assim. A mente de Nancy criara um labirinto de mentiras, e ele tinha de entrar o máximo possível na mente dela. Ele se aproxima; Nancy o vê e logo vai até seu encontro, abraçando-o.

– David! Mas que maravilha! – Ela sorri de orelha a orelha.

– Olá, Nancy. Você está fazendo um bolo? – Julie e Ben não perdem uma palavra e observam com os nervos a mil. A preocupação de Ben Cárter era tamanha que ele estava quase para enfartar. O fato de isso não ter ocorrido se deveu à vontade de ouvir aquela conversa.

– Estou. Tom achou lindo seu terno, David. – Ela menciona Tom, e este logo a abraça. David Marshall observa tudo atentamente.

– Eu te amo, meu amor. – Os olhos dela brilhavam ao estar nos braços de Tom.

– Nancy, você está muito bonita – afirma David.

– Obrigada, David, mas você deve saber que Julie é muito mais bonita que eu. – Ela ri, olhando para Tom que segue até a sala.

– Tom está aqui ajudando você?

– Sim, num instante ele estava, mas aposto que foi beber uma cerveja do papai. Ele não perde uma oportunidade.

– Você gosta que Tom beba a cerveja de seu pai?

– Claro que não, mas o que eu vou fazer.

– Bem, você poderia pedir para Tom comprar umas para ele. O que você acha?

– É verdade, eu nunca tinha pensado nisso antes. – Nancy para por um instante, e ela percebe que o que David falava a fazia ficar pensativa.

– Bem, Tom trabalha bastante com seu pai, e dinheiro para a cerveja não vai lhe faltar.

– Você está certo, eu vou falar isso para Tom sem falta,  David. Muito obrigada.

– Não precisa agradecer. Eu quero ajudar você, Nancy. Ajudá-la em tudo o que você precisar. Quero que saiba que sou seu amigo. – Ela para de sorrir, e olha dentro dos olhos de David. Ela sentia algo aquele instante. Ela sentira isso em algum momento do passado, só não se recordava, pois eram os momentos em que esteve internada.

– Eu vou chamar Tom para ficar comigo, David. – Ela o olha e solta um sorriso amarelo.

– Tudo bem, Nancy. Espero que vocês tenham uma ótima noite.

– Obrigada!

– Só mais uma coisa, eu percebi que vocês são casados há dois anos.

– Sim. Exatamente dois anos.

– Posso lhe perguntar por que não terem tido filhos? – Nancy para o olhar e fica paralisada. Ela não sabia responder àquela pergunta. Parecia algo cruel. Ela não sabia entender a dor que a pergunta gerou, por um instante, em seu peito.

– Eu devo ir para o meu quarto. Não me sinto bem, David. Boa noite. – Ela seguiu até a sala, onde, provavelmente, avistou Tom, e ambos subiram para o quarto.

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