Maldições de Odin

Capítulo 6 - O caminho para Midgard

Passamos um tempo longo em Jotunheim, entretanto, foi o suficiente para entender que meu avô, Odin, é pior do que pensei. Loki provou que o pai de todos ordenou milhares de guerreiros Asgardianos exterminarem os gigantes. Não estou do lado de Odin, mas, sei que Loki também não é totalmente inocente. O mesmo liderou, e lidera, muitos gigantes atualmente. A maior parte dos gigantes de Jotunheim não o obedecem mais, Loki está praticamente sem poder algum sobre eles, então me explicou que para que eu e Thrud possamos retornar para Midgard, precisamos do poder de um olho de um gigante específico, então, estamos indo procurá-lo agora mesmo.

— Cuidado! Thrud! — Avisei. No mesmo instante. Um gigante havia atacado-a com o dorso da mão.
Thrud foi jogada na parede da gigante masmorra que estávamos. Ela é tão forte, mas tem um problema: Tem muita falta de atenção. Thrud está atordoada, estou sem arma e sem possibilidade de nos defender, então, resolvi pegar a sua espada dourada. Porém, ela não pareceu tão contente com isso.
— Estou sem arma alguma. Pode colaborar? — Perguntei.
Thrud, de má vontade, entregou a espada. Brandi a mesma quando vi o gigante correr em minha direção, seu peso e altura o fazia ser bastante lento em comparação a mim. Pensei bastante no que poderia fazer, o que quase foi a causa de minha morte. Resolvi chegar perto o suficiente para transferir um golpe rápido em sua perna, e depois que o fiz, recuei para não sofrer algum dano.
Olhei bem nos olhos verdes do gigante, o que me fez lembrar dos conselhos de loki: "Quando atordoado, remova o olho esquerdo, e largue-o imediatamente". O gigante já parecia estar um pouco atordoado num certo momento, aproveitei para escalar o monstro, logo, tentei cortar sua garganta usando a espada. Não tive muito sucesso, mas foi o suficiente para fazer o gigante reclamar bastante de sua dor.
Continuei perfurando sua garganta com tal espada, e, olhei nos olhos dele mais uma vez. Essa era a hora, já posso retirar seu olho. Isso vai me fazer voltar para Midgard.
Tirei a espada de sua garganta e perfurei por volta do olho dele, o que facilitaria a retirada. O monstro se mexia bastante. Em vários momentos cheguei perto de cair, porém, faltava tão pouco que insisti. Finalmente arranquei o olho do gigante, e Loki estava certo, era isso o que o mantinha vivo. Eu acabei caindo no final, o gigante parecia estar bem tonto, então, me levantei assustado e me afastei o suficiente para não ser ferido. O gigante caiu morto, quase me esmagando. O corpo do mesmo desapareceu aos poucos, tudo o que restou foram seus ossos, e seu olho, que atualmente estava em minha mão.
— Modi! Largue o olho agora! — Thrud gritou quando recuperou totalmente sua consciência.
Tarde demais. O olho acaba de se desintegrar em minha mão, o que me decepcionou... tanto esforço para no final, acabarmos sem nada. Mas estou sentindo algo diferente, meu olho esquerdo arde. O braço esquerdo também, mas não sei o motivo. Quando me viro, Thrud pergunta:
— O que... tá acontecendo com você?
Ela estava olhando fixamente em meu braço esquerdo. Fui conferir e vi que tinha muitas marcações espirais e muitos símbolos se formando. Desesperado, tirei a armadura, e todas as marcações vinham até meu ombro, quase chegando na altura do pescoço.
— O que eu fiz...?

— Você sobreviveu?! — Loki perguntou surpreso quando viu as marcações em meu braço. — Isso não acontece há anos!
— Você me enviou lá para a morte?
— Não é isso... é que... você não soltou o olho, e essas foram as consequências. Só um minuto, já volto.
Loki saiu da sala por um tempo, o mesmo pegou um espelho, e, nele vi que meu olho esquerdo estava numa cor diferente, mais um castanho amarelado. Apenas o direito que continuou como castanho escuro. A diferença não era tão grande, mas era perceptível.
— Você... você é a passagem para a entrada ou saída de Jotunheim. Muitas pessoa que tentaram absorver tal poder morreram, ou perderam suas capacidades físicas. — O Deus parecia um tanto quanto empolgado apesar de tudo.
       — Isso é sério? — Thrud perguntou. Seu humor mudou rapidamente, nem parecia mais estar decepcionada comigo. — Vamos agora!
— Ainda não buscamos o Mjölnir, Thrud. — Respondi.
— Não precisamos do martelo. O mesmo só nos trará problemas.
— Assim como nos tirará de muitos. — Pensei mais antes de falar algo que não a irritasse. — Magni, quando fugiu, utilizou do martelo para voltar para Asgard, ou seja, o Mjölnir possui a runa de viagem que preciso. E... de alguma forma, vou colocá-la em meu corpo, assim como a runa de Jotunheim.
— Difícil, mas, não impossível. — Loki disse quando percebeu que Thrud estava quase me xingando.
— Como posso obter tal runa?
— Bom.. já que ela está selada ao Mjölnir... — Loki fez uma pausa. Parecia estar pensando num caminho. — Você só precisa destruí-lo.
— Mas isso é impossível! — Disse. Como alguém poderia destruir o Mjölnir?
— Seu machado, feito com Aço Asgardiano quase foi destruído, ou seja, o Mjölnir também pode. — Thrud respondeu. Aparentemente, não irei buscar o martelo sozinho, mas claro, ela não tem opção, teria de vir comigo.
— Há muitos anos, estudei o Mjölnir. Eu pude ver pessoalmente a quantidade de energia dos raios que pode ser absorvida. Então, você só precisa passar dos limites, o que pode te matar, cabe a você tentar ou não.
— Não há nada que poderá me parar, nem mesmo a morte.
Loki pareceu feliz com o que disse, é como se admirasse toda aquela determinação.
— Então... o que está esperando? Já era pra termos ido em busca do martelo. — Loki disse.