22

335 8 1
                                    


Aquelas semanas seguintes foram verdadeiros pesadelos. Tiago não falava mais com Alvo e toda vez que o via, ia embora. Todos comentavam da briga de Alvo com o irmão. Diziam em voz alta que Alvo perdera sua proteção. Era verdade. Alvo tinha que se controlar para não arrumar encrenca, pois toda a vez que passava, havia alguém da Sonserina que ficava caçoando ou provocando, esperando que Alvo revidasse. O pior de tudo foi que um dia, quando Alvo estava indo para o Salão Principal, Ben Juss lhe deu uma rasteira, Alvo caiu de cara no chão. Quando se levantou, viu que seu irmão estava passando por lá, e ele deu uma grande gargalhada e seguiu andando.

Draco tentava arranjar mil maneiras para dar uma detenção a eles, o que Carlos achava engraçado e gostava de imitar:

–Sr. Potter, Sr. Weasley e Srta. Granger, menos trezentos pontos para a Grifinória por respirarem alto demais na minha aula. E detenção para os três, onde já se viu? Respirando na minha aula!

Alvo quase não via o pai, apesar dele sempre estar postado diante das portas do Saguão de Entrada.

As aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas não foram tão ruins assim. Eles ainda aprendiam coisas que não estavam no livro e que Alvo não fazia ideia de para que servissem, mas pelo menos ele parara de chamar Alvo, Carlos e Rosa para demonstrarem a turma como se faziam coisas perigosas.

As férias de páscoa acabaram, e os professores não deram trégua. Alvo tinha pelo menos dois trabalhos para entregar de cada matéria, o que junto com os treinos de quadribol, o ajudavam a não pensar no irmão e nem no foragido que queria mata-lo. Para falar a verdade, os treinos de quadribol já não estavam tão legais quanto já foram. Tiago ainda o ignorava, e não parava de criticá-lo.

–O que acharam? –perguntou Pedro Lepos, após um treinamento. –Eu achei que estava bom... Temos chances...

–Acho que devia colocar um novo artilheiro. –disse Tiago, mirando Alvo. –Este aí não está dando...

Pedro e os outros sempre ignoravam os comentários de Tiago, 0mas Alvo não podia fingir que não ouvia.

Já estava tendo pesadelos à noite. Tiago não parava de aparecer em seus sonhos, dizendo que ele era muito melhor que Alvo, e depois lhe dava às costas, deixando que um homem o levasse. No fim dos sonhos, o homem o levava para a Floresta Proibida e o jogava em um túnel. Onde Alvo descobria que o homem era Bob Rondres.

Outro dia, quando estava voltando para o castelo, após um treino de quadribol, alguém o chamou:

–Ei, Potter!

Alvo se virou. Era Scorpius.

–Soube que ganhou um livro de quadribol.

–Faz tempo. –resmungou Alvo. –Mais alguma coisa?

–Sim. Me dá ele.

–Não. –respondeu Alvo. E deu as costas a Malfoy.

–Impedimenta!

Alvo caiu com um baque no chão.

–Resposta errada, amigo! –disse Scorpius se aproximando dele.

–Não sou... Seu... Amigo! –ofegou Alvo tentando se desvencilhar do feitiço.

–Melhor cuidar o jeito com que fala, Potter. –disse Scorpius andando a sua volta. –Agora seu irmão não te protege mais. Cá entre nós... Aquele não foi um duelo muito justo... Sabe, duelos de bruxos não têm contato... Mas podemos ajustar as contas...

–Malfoy! –disse uma voz às suas costas. Alvo virou o rosto. Era Joshua, acompanhado por mais um monte de sonserinos. Agora que Tiago não se importava mais com Alvo, ele era o brinquedinho de todo mundo.

alvo Potter eo medalhão de patraOnde histórias criam vida. Descubra agora