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Naquela noite, Alvo teve mais um pesadelo. Dessa vez, após Bob Rondres o arrastar para a Floresta, apareceu Tiago. Ele estava lá... Viu que Alvo corria perigo. Viu que Alvo estava prestes a se entregar, mas ele deixou.

Alvo acordou. Não sabia se este sonho realmente ia se realizar, mas estava decidido. Iria procurar Betusa e ela lhe mostraria onde ficava a passagem. Depois do que o irmão lhe falara e depois da história que Rosa contara, Alvo estava disposto a fazer alguma coisa... Precisava provar ao irmão que tinha coragem... Que honrava sua família... Que era como o Cavaleiro Azarado e que nunca precisara da Fonte da Sorte: Tiago.

Ele não prestou atenção em nenhuma aula no dia seguinte. Carlos e Rosa também estavam distraídos. Foi a primeira vez na vida que Alvo viu Rosa ficar a aula inteira sem responder a sequer uma pergunta.

Quando as aulas acabaram, os três subiram silenciosos para o salão comunal da Grifinória. Não estava muito cheio, a não ser pelo time de quadribol que estudava estatísticas, mas Tiago não estava lá. Alvo passou reto e foi sentar-se na poltrona em frente a lareira.

–Acho que temos chances. –disse Rosa.

Alvo não a olhou. De repente o fogo na lareira parecia bem interessante.

–Sabe, - continuou ela. –nossos pais vivem falando que já passaram por muitas aventuras, inclusive no primeiro ano. Se eles puderam, por que não nós?

Alvo forçou um sorriso e depois voltou a observar o fogo. Ele não fazia ideia de quanto tempo passara ali, só sabia que quando o chamaram, já era noite.

–Vocês não vão comer? –perguntou Annie.

–Não estamos com fome. –respondeu Rosa, mas sua barriga deu uma boa roncada nessa hora.

–Eu estou! –disse Carlos. –Mas... Acho que vou ficar por aqui.

–Vocês estão estranhos... Não vão descer?

–Vamos ficar aqui... Temos detenção... –disse Rosa.

–Ah, a detenção... –disse Annie, e após Rosa conseguir convencê-la de que era por isso que eles estavam estranhos, ela foi jantar, mas depois trouxe comida para eles.

–Obrigado... –agradeceu Alvo.

Eles comeram.

Quando chegou a hora marcada, Alvo deu um grande suspiro, mas foi o primeiro a levantar. Rosa e Carlos fizeram o mesmo.

–Bem... Acho que é isso então... –disse Carlos.

–Não fique me lembrando... –disse Rosa, mas ficou meio sem graça e acrescentou: -Não vamos ficar pensando, ok?

Alvo concordou e eles desceram. Foram direto ao Saguão de Entrada, sem falar nada. Guelch os esperava, muito mal humorado, junto com Draco, que tinha um sorriso satisfeito.

–Ah, meninos! –disse ele abrindo os braços, Alvo teve a má impressão de que ele iria abraça-los.

Alvo recuou, os outros dois fizeram o mesmo. Carlos fez um “argh”, como se aquilo lhe desse muito nojo.

–Vejo que continuam com os maus modos... Preciso falar com os seus pais, Sr. Cattér...

–Por que não fala com o meu? –perguntou Rosa. Alvo admirou-se pela coragem da prima. –Tenho certeza de que ele quer muito falar com você... Sabe, acho que agora ele deve estar vigiando o quarto andar com o tio Harry...

Draco a olhou, os olhos fuzilando-a, mas logo reabriu o sorriso maldoso.

–Bem... Guelch vai leva-los até a Floresta Proibida... Espero que... Não se metam em confusão... –disse penetrando os olhos cinza nos verde-vivos de Alvo, que sentiu que ele estava quase mandando eles irem até o túnel. –Se é que conseguem, o que... Tenho minhas dúvidas...

alvo Potter eo medalhão de patraOnde histórias criam vida. Descubra agora