MY ANCHOR »» NCT Lucas (hiatus)

fifteen

Quando Jane finalmente consegue empurrar um cara bêbado para dentro de um táxi e fecha a porta do estabelecimento, Lisa quase solta um grito de alegria. Achava que nem mesmo a palavra cansaço seria o suficiente para defini-la naquele momento. Sua cabeça estava começando a doer e seus pés estavam literalmente cozinhando dentro dos sapatos. Aquele, definitivamente fora o turno mais pesado que já teve desde que começou a trabalhar ali. A parte boa disso, era que receberia a mais pelo duro danado que deu hoje. Estava feliz com aquilo, assim como o seu chefe, que estava plenamente satisfeito com sua ideia maluca de trazer um tipo de karaokê para a lanchonete. Agora ele está até pensando em mudar o lanchonete, da frente do nome na logo do lugar, e colocar pub.

Lisa estava pensando seriamente em não ir para a faculdade no dia seguinte, seu corpo estava pedindo por um descanso maior, mas não podia faltar. Existia um chat em grupo da sala em que ficava, onde o professor sempre mandava questionários e todas as coisas relacionadas a matéria de seu curso ali, e também tirava algumas dúvidas, e mais cedo naquele domingo agitado, o homem comunicou a todos que não deveriam faltar pois ele passaria um trabalho extenso. Ela queria falar um monte de coisas para o cara, afinal, os alunos já têm muito com o que se preocuparem com o projeto da música, agora mais um seria praticamente amarrar uma corda no pescoço de cada um. Mas ao invés disso, ao ler aquilo, apenas suspirou fortemente e guardou o celular no bolso novamente.

— Hoje foi uma loucura, acho que conseguimos faturar mais do que em um ano todo. — Mary comenta tirando o avental e colocando atrás do balcão. Nem mesmo ela estava aguentando ficar alternando entre a cozinha e as louças sujas. Está mais do que na hora de contratarem mais uma pessoa para o time, ou não vão conseguir dar conta do recado se tantas pessoas começarem a frequentar o lugar, como hoje.

— Eu disse que a ideia do som era boa, mas você e Jane só sabem reclamar e irem contra mim o tempo todo. Ainda bem que a menina Collins está do meu lado. — Jason se pronuncia, fazendo Lisa desviar o olhar da mesa que estava limpando.

— Tenho que concordar que não foi nada mal ter músicas para distrair. — Ela comenta voltando a limpar a mesa, e fazendo com que o seu chefe sorria convencido. E era verdade. Ainda que tivesse muitas coisas para fazer ao mesmo tempo, conseguiu se distrair com as músicas tocadas e cantadas, a maioria era conhecida por ela, mas outras apenas soube da existência hoje, e tinha até os nomes guardados na cabeça, já que vez ou outra ia perguntar para os caras que estavam responsáveis pelo som.

— Por ter ficado até mais que o seu horário normal, pode tirar o dia de folga amanhã. Estou sentindo o seu cansaço de longe. — Mary sorri e Lisa agradece. Em dias normais, ela iria contrariar a mulher e insistir ao máximo para vir trabalhar, mas estava tão cansada que apenas acatou a ideia. — Aqui está o seu pagamento do mês, querida. Fez um ótimo trabalho hoje. — A mulher entrega um envelope branco com o nome de Lisa escrito na frente. Aquilo ali seria mais do que o suficiente para pagar a mensalidade da faculdade, e o resto iria para as suas economias. Lisa estava evitando ficar gastando a toa, queria ter algo a mais para quando acabasse a faculdade no fim do ano.

— Ei, Lis, é melhor se apressar. Seu príncipe encantado está do lado de fora te esperando. — Jane avisa e Lisa arregala os olhos. Tinha se esquecido completamente de Lucas. Estava tão atarefada com a clientela quando saiu da mesa dele mais cedo, que acabou se esquecendo que ele havia dito que iria esperá-la até o fim de seu turno.

Ela junta suas coisas rapidamente e se despede de todos ali, logo saindo da lanchonete. Agora pub. Ela avista Lucas perto de seu carro, com as mãos nos bolsos e chutando umas pedrinhas na calçada. Ela ainda estava tentando entender toda a confusão que ele teve em casa e estava se sentindo verdadeiramente mal por ele. Enfrentar esse tipo de situação, ainda mais com a própria família deve ser realmente ruim. E pelo que ele disse e o que ela sabe sobre ele, os pais e o irmão são quase a única família que ele tem nos Estados Unidos, não é nada legal apenas cortar relações com os dois. Ele não teria literalmente a quem recorrer caso precisasse se decidisse realmente procurar um apartamento para si, como disse mais cedo.