Capítulo 15

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INXS - NEVER TEAR US APART

A tarde estava linda e a suave brisa os convidava para um passeio ao ar livre. Sam estava pronto para falar com o Sr. Balfe, Cait podia ver em seu olhar compenetrado. Todavia, ela achou melhor mostrar um pouco do lugar que fez parte de sua formação como pessoa antes de entrarem em casa e terem que enfrentar os quatro olhos questionadores que ela tinha visto de relance atrás da janela, os observando. Mania de família, pelo jeito.

- Darling, antes de fazer todas as apresentações familiares, - ela sorriu sem jeito, - quero te mostrar um dos meus lugares preferidos aqui fora... vem! - Ela disse, o puxando pela mão em direção ao quintal que ficava atrás da casa.

- Caitríona, vai ser tão ruim assim lá dentro? - Sam parou de andar e a puxou mais para perto dele. - Tão ruim que você precisa me entreter antes do duelo final? - Seu olhar zombeteiro misturava um pouco de temor e travessura.

- Acho que vai ser bem ruim, Sam... - ela falou séria, apertando mais forte a mão dele. - Meu pai não sabe o que aconteceu conosco de ontem para hoje, mas ele está com o semblante sério desde hoje de manhã e não trocou mais do que duas ou três pequenas frases comigo. Eu sei que é por minha causa. Por nossa causa. - ela suspirou pesadamente. - E ele não vai ceder tão fácil depois de tudo que ele presenciou ontem, minha noite não foi nada boa e ele sabe disso.

- Mas aconteceu alguma coisa ruim hoje à noite? - Ele estava visivelmente preocupado, sua mão pousando instintivamente sobre o ventre de Cait. - Tudo bem com você e com o bebê?

- Tudo bem com o bebê, pelo menos eu acho que sim... - Olhou para Sam, lhe dando um meio sorriso e respirando fundo. - Eu passei praticamente a noite inteira acordada, chorando, e escutei os passos dele atrás da porta do quarto uma vez ou outra. - seus olhos se encontraram e ela viu a preocupação gravada naqueles olhos azuis. - Ele é muito carinhoso e cuidadoso com todos os filhos, mas nós dois temos uma conexão muito forte. Ele sofreu muito quando saí de casa e sempre se abala muito quando não estou bem.

- Oh, babe, sinto muito por tudo isso... - ele a abraçou e beijou o topo da sua cabeça. - Deve ter sido uma noite muito difícil pra vocês. - Finalizou acariciando seu ventre ainda plano.

- Foi sim... mas já passou! - Beijou carinhosamente seus lábios. - Agora vamos nos sentar embaixo daquela árvore ali, quero que você veja um dos poucos lugares silenciosos dessa casa quando ainda morávamos nós nove juntos.

- Nove? Meu Deus do céu, deveria ser muito barulhento mesmo! Lá em casa eram nós três e muitas vezes ninguém se entendia. - Rolou os olhos pra cima.

Os dois ficaram deitados à sombra da frondosa árvore, aproveitando aquele momento de calmaria por um tempo. Cait estava deitada sobre o peito dele, sentindo seu coração bater ritmicamente e tranquilizando a sua alma, como sempre. O silêncio entre eles era reconfortante, não havia necessidade de se falar nada. Todo o amor e o carinho entre eles estava ali para ser prestigiado e dividido.

Cait se sentou depois de escutar um barulho vindo de dentro da casa. Vislumbrou sua mãe no marco da porta dos fundos, sorrindo enquanto tirava seu avental, o sol iluminando lindamente aquele ser tão especial. Nesse exato momento, um cheiro delicioso de biscoitos da mamãe Balfe a fez relembrar instantaneamente de vários momentos da sua infância. Bem, agora seria vovó Balfe.

Mais uma nota mental (já eram muitas até então): decidir como e quando contar para seus pais sobre sua gravidez.

- Queridos, fiz uns biscoitos para comermos junto com um delicioso café! - Sorriu com carinho. - Vamos entrar?

What London Gave Us (SC AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora