Moros estava puto. Não exatamente comigo, mas com o espírito.
As ranhuras nas paredes estavam desaparecendo devagar, porém houve tempo de observá-las melhor. Não arrisquei a tocá-las assim como Hansol fez, mas eram marcas fundas, como se feitas por garras, porém com um rastro de fogo que parecia muito com lava. Moros ainda não tinha me exigido nenhuma resposta sobre o espírito, mas eu não sabia muito o que dizer, além de contar sobre o sonho estranho que tive mais cedo. Na verdade, eu estava tentando pensar em tudo que aconteceu.
Espírito. God Killer. O pedestal que indicava que a espada estava antes - ou em algum momento - na sala de armas de Hansol. Minha crise de sonambulismo sendo que nunca tive isso antes. Tudo estava terrivelmente errado.
Quando as ranhuras finalmente desapareceram, Moros voltou sua atenção para mim, e sua expressão não era nada agradável.
— Casa? — ele disse e senti como se o chão estivesse se movendo, assim como as paredes como um cubo mágico que tem as peças mexidas até achar a posição correta, podia até ouvir algo, como engrenagens girando, até a porta da biblioteca parar bem diante de nós e o corredor que antes estávamos mudar por completo — Entre — disse.
Decididamente ele estava muito puto.
"Por que eu sempre tomava as piores decisões?" Eu devia ter ficado em meu quarto e ido dormir.
Entrei, levando o que sobrou da minha dignidade e arrastando God Killer junto, já que não tinha a mandado de volta para casa. Melhor seria tê-la por perto depois do visitante inesperado. Como de costume, me sentei no chão, esperando o sermão que viria e que soaria ainda pior com seu rosto natural.
Era como levar uma bronca de uma criança, ele parecia muito mais novo que eu. Está, não tanto assim, mas ainda era estranho.
— Hansol?
— O que? — ele sentou-se na poltrona.
— Como conseguiu pegar a espada?
A curiosidade sobre isso estava me consumindo tanto quanto saber se a arma era realmente dele. Mas eu não iria admitir tão fácil que estava fuçando em sua sala de armas. Ao menos perguntar sobre como ele a segurou - sendo que eu sou o portador - não me punha exposto.
— Os deuses não lhe disseram as "regras de uso" — colocou entre aspas. Sim, eles disseram, porém, era uma lembrança um tanto vaga agora — Hoseok, ou talvez tenha sido Jongin, não importa muito quem falou, disse a você que God Killer pode ser usada somente por deuses ou semideuses poderosos. Ela é movida por muito ódio ou extrema necessidade. Havia a porra de um espírito duplicado dentro da minha casa e acredite em mim, eu estou com muita raiva. Além de que ele ia te matar, então eu precisava pará-lo. Ódio e extrema necessidade — me encolhi um pouco pela forma como falava. Eu podia sentir sua raiva em cada palavra proferida — Mas você ainda é o portador, então eu não posso convocá-la, por isso pedi que a trouxesse. Está claro o suficiente, Jungkook?
— Sim... — murmurei, me sentindo estúpido porque tudo que ele dizia fazia sentido e com o tom que falava ainda era mais vergonhoso.
— Ótimo. Agora pode me explicar como um espírito entrou em minha casa.
— É... eu acho que foi um sonho — Ele fez um gesto com a mão me incentivando a continuar a falar — De manhã eu sonhei que abria a janela para o Taehyung. E quando abria, ele se transformava no espírito. No sonho ele me agradecia por deixá-lo entrar, e ele agradeceu de novo quando o vi no corredor. Pela manhã eu abri a janela realmente, mas fechei em seguida, não sabia que isso faria o espírito entrar.
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God Killer - PRIMEIRA VERSÃO
Fantasy[CONCLUÍDO] O mundo é diferente. Os deuses agora vivem entre nós, expandindo seu poder e influência. São muitos e estão espalhados, com rostos, atitudes, até mesmo nomes humanos. Jeon Jungkook nunca deu a mínima para o assunto, até Kim Namjoon, a...