Deus Ex Machina

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O COMEÇO

JEON JUNGKOOK

[HUMANO]

— Houve uma morte no rio. Acho que jogaram a pessoa de lá de cima — alguém disse, enquanto via a notícia no jornal. Fazia um bom tempo desde que ouvi falar de suicidas e menos ainda de assassinatos. Olhei para o hyung, que se moveu preocupado, ele se sentia mal sempre que ouvia notícias assim, a polícia tinha um papel mais amistoso nos últimos anos, quase não haviam crimes desde que o inferno pareceu mais real para as pessoas, então o trabalho da polícia era mais de regulamentação da ordem do que alguma ação efetiva.

— Quer ir até lá? — perguntei — Eu posso ver Hoseok sozinho — hyung me abraçou pelos ombros antes de negar.

— Mamãe me mataria se te deixasse sozinho hoje, tenho que presenciar esse momento histórico. Vai ser um artista renomado bem rápido, você vai ver — ele sempre tentava me animar, já eu não tinha tanta fé assim, havia mais uns 20 artistas comigo esperando que o deus sol dissesse que éramos bons o bastante para sua equipe. E se eu não fosse tão bom assim? — Ei! Não seja tão pessimista.

— Às vezes parece que lê meus pensamentos.

— Você que é muito expressivo quando está em pânico, pirralho — bagunçou meu cabelo e o afastei dando uns tapas — Vai ficar tudo bem.

As pessoas foram sendo chamadas por ordem de chegada, havia dez pessoas na minha frente, mas até estava aliviado por isso, não queria ter de encarar um deus logo de primeira.

— Jeon Jungkook! — uma garota saiu da sala principal, ela era pequena, pele escura, olhos grandes, obviamente ocidental e humana, mas podia passar por uma deusa facilmente. Lhe fiz uma reverência que retribuiu, com um sorriso largo — Eu sou Jung Sun.

— A esposa de Apolo — eu estava surpreso, todos sabiam sobre a esposa de Hoseok e suas muitas vidas, onde ela constantemente girava num ciclo de vida e morte, mas eu não tinha visto até então sua imagem atual, as últimas fotos que vi da garota eram de sua encarnação anterior, quando nasceu no Oriente médio — É uma honra.

— Não precisa tanto — riu — Pode entrar, seus quadros já estão lá dentro esperando por você — abriu a porta para mim, não havia uma sala, entretanto, apenas um longo corredor e outra porta mais adiante — Poseidon está lá também, ele quer um artista novo para um projeto pessoal, talvez você dê sorte.

"Poseidon..."

— Claro, é... obrigado — a nova informação não me ajudou a ficar mais calmo, obviamente. Era estranho ver pessoas que imaginei a vida toda, que estavam sempre em outdoors e programas de tv, bem na minha frente. E havia o adendo de que eram deuses.

Abri a outra porta adiante, vendo os dois deuses parados diante de uma tela que pintei. Era o mais abstrato que já tentei, geralmente haviam comemorações especiais em Busan no dia dos namorados, todos sabiam sobre a tristeza de Eros, que amava o deus da morte e não podia passar muito tempo em sua companhia. Para honrar um amor que sofria tanto, os artistas da cidade faziam peças de arte, como um presente. Eu tinha feito uma naquele ano, Eros e Hades separados pelo tempo e unidos pelas linhas vermelhas do destino.

— Você é Jeon Jungkook? — Poseidon foi o primeiro a falar e olhá-lo me deixou literalmente sem fôlego. Mesmo Hoseok era bonito, mas Poseidon era completamente diferente.

— Sou eu — falei, quando parecia estar encarando em silêncio a tempo demais.

— Eu não tinha gostado muito do seu trabalho, Jeon — Hoseok disse, e foi o balde de água fria que eu precisava para acordar — É bem simples. Pelas telas que mandou para avaliação existem uma centena de artistas como você, é muito competente, não me leve a mal, mas não o suficiente para entrar na minha equipe. Mas... essa aqui — apontou para o quadro de Eros e Hades — Essa tem personalidade. Por isso vou te dar uma chance.

God Killer - PRIMEIRA VERSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora