Dia B

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JEON JUNGKOOK

[GOD KILLER]

— Eu sou Jeon Jungkook. Jeon Jungkook... — apertei os olhos com mais força, respirando fundo — Eu sei o que está na minha mente. Sei o que está no meu coração. Hyun também sabia. E preciso de mais bebida verde.

— Jeon, é sua vez de falar com eles — olhei para Sehun, ele estava animado, era óbvio em seu sorriso largo e em como acenava para que eu fosse logo falar com os repórteres. Eu obviamente não estava. Uma coisa é ter deuses me olhando torto por eu ser o "God Killer", outra é o mundo todo saber disso também, em transmissões ao vivo e entrevistas que eu não queria dar. Mas de alguma forma eu sentia que competir era o certo a fazer — Você pode pedir licença e ir embora a qualquer momento, sério — assenti, acompanhando-o até a sala onde colocaram todos os repórteres, Baek tinha mencionado que a maioria das competições do Dia B não eram transmitidas, sequer eram exibidas para humanos, mas a insistência aquele ano foi tão grande que ele achou por bem aceitar.

Quando entrei na sala, lotada de deuses por sinal, Jeongy estava pronta para dar sua declaração à imprensa.

"Jeongyeon, o que tem a dizer sobre a competição deste ano?", alguém no meio dos jornalistas perguntou, a garota chegou perto das dezenas de microfones e disse:

— O que eu tenho a dizer é que vou ganhar porque sou superior a todos eles. É só isso mesmo — quando estava para ir embora, ela voltou porque nunca poderia deixar uma oportunidade passar — E tio Kook... Fighting!

"Quem é o tio Kook?"

— Aquele ali — apontou diretamente para mim e usei tudo que me sobrou de dignidade para não me esconder atrás de Sehun quando os repórteres viraram para mim, tirando centenas de fotos — Ele e o tio T- — antes que ela expusesse minha relação com Taehyung para o mundo, Jongin surgiu como um milagre e cobriu a boca dela, carregando uma deusa da guerra revoltada pela intromissão para longe dali.

— Ela não consegue ficar sem fazer confusão nem um dia sequer? — perguntei mais para mim mesmo que para Sehun.

— Infelizmente não — o deus riu antes de me dar um empurrãozinho para frente — Boa sorte — caminhei com toda a confiança que jamais teria e me coloquei diante daquele batalhão de pessoas que estava interessado em tudo sobre mim. Alguns meses antes eu era apenas o policial humano que deu o azar de investigar o assassinato de Zeus, porém agora era o "Assassino dos Deuses" e mesmo que não fosse um, tinha status de deus, pelo menos para a imprensa e para todo o resto do mundo.

Olhei para Taehyung, ele estava bem próximo, os braços cruzados, a expressão carrancuda como se fosse me tirar dali do mesmo jeito que Jongin levou Jeongy. Eu o via diferente agora, havia muito mais na minha mente, havia a ilha. Nos sonhos - ou visões, já não tinha mais certeza de nada - todos os deuses foram mortos na guerra. Apenas alguns poucos sobreviveram e não conseguia tirar da cabeça que eu tinha culpa nisso. Nos meus sonhos anteriores eu nunca fazia nada a respeito. Nunca usava a God Killer. Nunca reagia.

Talvez essa fosse a resposta. Eu tinha de agir.

"Jeon! Jeon!" No meio de tantas pessoas eu não conseguia identificar quem me chamava, então só acenei como para indicar que a pessoa fizesse a pergunta "Você é um deus?"

— N-Não. Eu não... Não sou um deus. Eu tenho uma parte divina.

"Como um semideus?"

— É... — Eu não tinha certeza de nada sobre mim mesmo, nenhum deus teve filhos então não havia como eu ser um semideus, e eles saberiam se eu fosse, certo? Aquela pergunta em específico estava me confundindo mais — A questão do que sou pode ser ignorada? — não sei se foi no modo como falei, mas os repórteres começaram a rir.

God Killer - PRIMEIRA VERSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora