Epifania

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KIM TAEHYUNG

[POSEIDON]

Eu soube exatamente o que Jungkook tinha visto através de Moros no segundo que sua mente recobrou a realidade. Ele emergiu no transe por menos que cinco minutos, porém quando "despertou" ele me olhou completamente atordoado, num misto de tristeza e confusão em seus olhos.

— Jungkook... — toquei seu braço, mas ele afastou o toque como se eu fosse uma ameaça. Seu olhar passou por mim, Hansol e por último Kairós, a única que parecia inabalável no meio de nós.

— Você vai me matar... — A voz dele embargou, encarando assustado, como se eu fosse um monstro de seus pesadelos infantis — É por isso que fica dizendo que não vai me machucar? Para que eu confie em você enquanto no fim seu destino é me matar.

— Não! — tentei me aproximar dele, mas afastou vários passos, tropeçando para longe de mim — Jungkook, se me ouvir...

— Ouvir o que? — a raiva em sua voz me machucava, eu sentia doer em meu peito como se estivesse marcando um pedaço de mim — Que você é um monstro afinal, que você vai me matar e nunca mencionou isso, nem uma vez sequer! Até eu estar apaixonado, não é? Porque... porque na sua cabeça... na sua cabeça se nos amássemos ficaria tudo bem, não é verdade? Enquanto mentia para mim! Me fazia de idiota!

— Não... não... — ele se afastou mais, Hansol e Kairós saíram do caminho, e tive dúvidas sobre qual dos dois acertaria com um soco logo depois — Eu nunca, nunca machucaria você.

Jungkook estava transtornado. Eu via em seus olhos, via em como movia demais os braços, foi a mesma reação que teve logo depois da discussão com os pais. Ele estava beirando outro surto e agora eu sabia bem o que aquilo podia lhe causar.

— Jungkook, eu nunca, de nenhuma forma vou te machucar.

— Você já fez isso — seus olhos encheram de lágrimas — Já me machucou quando escolheu omitir essa maldição e me fazer de idiota — havia tanta mágoa em suas palavras que era terrível ter de ouvir, ele me deu as costas, seguindo pelo corredor a passos largos, quase correndo, tentei me mover para segui-lo, porém, Kairós e Hansol se colocaram no caminho, me impedindo de ir. Minha vontade era de descontar minha raiva nos dois. Hansol era o primeiro na fila de quem quebrar os dentes primeiro.

— Por quê? — cuspi a acusação para Hansol — Por que contou a ele? Eu iria fazer isso, quando essa confusão passasse eu mesmo...

— Iria, Taehyung? — Hansol falou em voz baixa, ele soava estranhamente triste — Ele precisa saber, ele precisa quebrar!

— O que?

— Você continuaria protegendo ele, escondendo essa história o máximo possível, mas confie em mim, ele descobriria da pior forma se mantivesse isso em segredo.

— E a forma que contou agora foi a melhor? — quase ri em escárnio, tentei passar por eles mais uma vez, na tentativa de alcançar Jungkook que já tinha desaparecido por algum corredor, porém Hansol me segurou ali.

— Dê um tempo para ele.

— Você não deu tempo a ele! — gritei, lançando um olhar para Kairós dessa vez, seu rosto feminino era mais vazio que o anterior. Quando o vi a primeira vez, muito anos atrás, também tinha a imagem de uma mulher. Se parecia com a minha mãe. Eu tinha bombas explodindo a minha volta e mísseis balísticos sob minha cabeça, mas era Kairós que me dava pesadelos. Porém foi por ter encontrado o deus ou deusa - nunca saberia sobre já que quase nunca falava - que me fez encontrar com Namjoon, para impedir os ataques do Japão — Ele não pode me odiar.

God Killer - PRIMEIRA VERSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora