Capítulo 10

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Steve e eu ficamos abraçados por pouco tempo, mas a sensação foi de minutos. Tentei não derramar uma lágrima que fosse, tudo para que pudéssemos esquecer desse clima um pouco. Ele parece melhor depois de ter se aberto um pouco.

Inclusive, fico feliz que ele tenha tido confiança em mim para isso, sei que é difícil desabafar.

Depois daquilo nós não conversamos mais nada, contudo era possível sentir que o clima entre nós ficou muito melhor durante a volta para casa.  Quando chegamos, jantamos, nos arrumamos e fomos para a cama. Steve vai trabalhar no dia seguinte, é melhor que já estejamos na cama.

Aproveitando a brecha, Bucky e Natasha já chegaram. Encontrei eles chegando um pouco antes de entrar no quarto. Aproveitei que Steve já estava lá e dei uma desculpa qualquer para eles sobre nosso sumiço. Claro, eles são os melhores amigos de Ste, mas mesmo assim não acho certo contar. Ele que decide se quer contar a eles ou não.

Depois disso nos demos boa noite e cada um foi para seu quarto. Isso já faz meia hora. Sei que Steve está acordado, assim como eu.

— Você está melhor? — Tento puxar assunto. Minhas mãos estão cruzadas sobre meu peito e eu estou encarando o teto. Pareço um cadáver.

— Estou... Obrigado por se preocupar.

Murmurro um “não foi nada” e voltamos ao silêncio inicial.

Penso no quanto estou preocupado com ele. Não que eu ache que ele ainda esteja muito triste, mas sim porque eu sei o que vai acontecer com ele. Preciso encontrar uma maneira rápida de ajudá-lo melhor.

Felizmente eu consigo pensar rápido em algo.

— Ste?

— Hum? — Ouço-o murmurar. Acho que ainda dá tempo de fingir que não falei nada. Pensando bem, não é uma boa ideia.

Se bem que a situação toda já é bizarra, não é? Ah, agora vamos.

— É que, bem, eu acabo meu trabalho mais cedo que o seu. Acho que seria legal se eu desse uma passada na farmácia e ficasse lá até a hora de você poder ir embora. — Termino a proposta com menos confiança do que tinha no início.

Meu nervosismo só aumenta por conta de não ouvir uma resposta. Fiz cagada? Era só ele dizer que não, eu entenderia.

De forma bruta Steve se senta no chão e se vira para mim.

— Está falando sério? Eu gostaria muito. Normalmente eu fico sozinho o dia todo. — Ele abre um sorriso bem animado e todo o meu arrependimento se esvaia. Fico feliz por deixá-lo assim.

Sorrio também, bem satisfeito por não ter falado merda uma vez na vida.

— Sim, bem sério.

Sorrimos um para o outro e ele me deseja um boa noite antes de se deitar novamente. É engraçado o jeito que suas palavras saem com um tom bem carinhoso, ele deve gostar de mim. Bom saber que ele já me vê como um amigo.

Respondo ao seu boa noite e me viro, procurando uma posição mais confortável. Espero que amanhã seja um dia bom.

[...]

Uso todas as minhas forças restantes para não mandar esse homem ir tomar no meio do cú.

— Rapaz, és surdo? Pensei ter deixado bem claro que não é este o tom que procuro! — O arrombado, que tenho que tratar como um cliente querido, fala quase gritando.

É simplesmente impossível que esse porra não tenha outra coisa para fazer hoje. Por que esse caralhudo tinha que comprar a porra de um terno justo na loja que eu trabalho? Justo hoje? Quantos ternos mais vou ter que mostrar para esse ser sem um pingo de educação?

Back To The Past - Stony Onde histórias criam vida. Descubra agora