O sinal toca finalizando mais um dia de aula. Admito, eu até gosto da escola, gosto de estudar e até gosto de ser excluído. Claro, tenho alguns amigos, porém não sou alguém popular nem alguém muito esquisito a ponto de receber atenção. Eu sou só mais um aluno nessa escola. Eu só existo. E para mim, tá perfeito.
— Ei, Tony!
Me virei para ver quem havia me chamado. Bruce tentava passar pela multidão e quase caiu quando se aproximou de mim. Soltei uma risada curta lhe observando.
— Diga, meu caro amigo. — Passo um dos meus braços pelo seu pescoço e começamos a caminhar para a saída.
Eu diria que Bruce é o meu melhor amigo, um dos únicos na verdade. Nos conhecemos a muitos anos, e foi química de cara.
— Você vai fazer alguma coisa amanhã de tarde? Meus pais vão sair, não quero ficar sozinho em casa. Posso ir para a sua? — Paramos em frente ao carro que iria me levar pra casa. Ele ajeita os óculos que escorregaram um pouco.
— Não, não vou fazer nada — Coço a cabeça antes de abrir a porta e colocar metade do meu corpo para dentro. — vou ficar te esperando.
Eu finalmente entro e dou um aceno para meu querido amigo. Aproveito que tem algumas pessoas saindo também e abro a janela do carro.
— Te amo, gostoso! — Dou um grito e vejo o Banner ficar corado enquanto me manda um dedo do meio.
— Meu Deus, para quê este gesto obsceno?
Ouço Alfred rindo e fecho a janela, rindo junto com ele. Alfred é o meu motorista, não o chamo assim porque já temos muita intimidade, convivo com ele desde pequeno e nos consideramos amigos.
Na verdade, seu nome nem é Alfred, apenas o chamo assim em homenagem ao amor da minha vida, Batman.
— Como foi seu dia hoje, Anthony?
— Ah, eu diria normal.
— Defina normal — Ele arqueia a sombrancelha e me encara pelo retrovisor.
— Bom, hoje o Michael Jackson não apareceu montado num hipopótamo ao som de bad romance. Então eu diria que foi um dia como os outros, normal.
Ele novamente me encara e ri soprado, como se não acreditasse que eu fosse real.
— Mas me diga, Alfrinho, como foi seu dia hoje? — Joguei a mochila no banco da frente, de modo que eu tivesse mais espaço para me aconchegar no banco de trás.
— Hum...normal também — Ele dá de ombros.
Assinto com a cabeça e deito no banco, fechando meus olhos. O caminho até a minha casa é um pouco longe, porém essa escola é uma das melhores do país, meu pai não podia perder a oportunidade de me colocar lá.
Tá, ok, para falar a verdade não é bem uma escola e sim uma universidade, mas eu acho que na minha idade eu deveria chamar de escola. Meu nível é mais avançado, por isso eu pulei alguns anos da escola e hoje estou a um passo de me formar. É, acho que ter 17 anos e já estar no último ano de uma universidade é bom, não é? Enfim, eu não sou o único. Bruce também já está nos últimos semestres, pronto pra começar uma carreira como médico, igual ao meu pai.
Sim, meu pai. Ele começou a trabalhar muito jovem, no início era apenas um farmacêutico. Mas hoje, meu pai é um dos maiores médicos do país. Porque além de médico, ele também é inventor. E acho que misturar a medicina com a tecnologia foi a sua grande jogada.
Eu também diria que sou um inventor muito bom, modéstia parte. Já pensei várias vezes sobre o curso de medicina, mas, apesar de gostar, eu prefiro robótica e informática. De qualquer forma, a minha escolha foi muito bem aceita pelos meu pais, é gratificante saber que tenho o apoio deles.
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Back To The Past - Stony
RomanceVoltar ao passado. Parece loucura, para alguns. Algo fantástico, para outros. Mas, para Tony, voltar ao passado é a única chance de mudar o futuro de uma pessoa. Essa pessoa, no caso, foi um grande amigo de seu pai, alguém cuja existência ele não s...