Perfeição É Para Os Fracos

A Volta Daquela que Nunca Esteve Aqui

Nota: Perdão pela demora, ando extremamente ocupada na escola. Tentarei trabalhar mais no livro a partir desse momento! Boa leitura e, por favor, votem. Quanto mais votos, mais rápido o próximo capítulo sai, por questão de incentivo. ^^

  Sabe, eu realmente estava tentando me concentrar. Queria prestar atenção e aprender o assunto que estava sendo passado para nós com tanto emprenho e dedicação. Estou falando sério! Estou até com o caderno aberto, fazendo minhas costumeiras anotações, enquanto encaro o quadro. Porém, existem alguns fatores que tiram a minha concentração, pois devem ser considerados:

 1) Emanuelle está quieta demais ao meu lado, quase como se alguém houvesse morrido, o que não é comum. Pelo contrário, é extremamente preocupante. Ela normalmente é aquela que fica quicando na cadeira como se houvesse uma formiga nela pela sua felicidade de viver. Juro para você, ela é simplesmente louca assim.

 2) Por outro lado, Mathias está se mexendo na cadeira a cada cinco segundos, e tentando a todo custo me chamar a atenção. Isso, além de incomum, era extremamente irritante. Ele era o garoto que ficava jogando escondido e/ou viajando na maionese enquanto o professor dava a sua aula, simples assim. Além disso, ele não via que eu estava magoada? Que não queria conversar?

 3) Quando eu cheguei hoje de manhã, antes da aula começar, Larissa disse que queria falar comigo. Sim, do nada assim, como se algo tivesse a feito decidir depois de tanto tempo que nós havíamos brigado. Porque sim, eu considero esse intervalo de tempo um grande período. E eu me perguntava o que ela queria falar, afinal.

 Com tudo isso martelando na minha cabeça, na verdade não estou mais tranquila do que estava há três dias atrás, quando vi Larissa e Mathias se agarrando. Será que era isso que ela queria me contar? Que sentia muito, mas estava pegando o garoto que eu um dia tive esperanças de se tornar meu namorado? Seria ela capaz disso? Seria ele capaz disso, também? Considerando o que eu vi, honestamente, não duvido de mais nada. Como ficaria meu irmão nessa história?

  - Carvalho... Amanda. Por favor, resolva essa equação. - sorriu maliciosamente o professor de matemática I.

 Levantei-me devagar, tentando ignorar todos os olhares em mim e me concentrar no que eu lembrava de matemática. A verdade é que, desde que comecei a me vestir de uma forma mais agradável, as pessoas prestam atenção em mim quando eu passo. Aparentemente saltos, casacos de caxemira e presilhas que modelam meus cabelos lisos fazem da minha pessoa uma dama aceitável perante a sociedade. Isso e, é claro, o meu pai ser incrivelmente rico. Não que eu me importe com nada antes citado. Sim, inclusive a matemática.

  O professor me entregou o piloto com um sorriso que fingia ser amigável, mas duvidei muito de sua boa vontade. Quando olhei para o quadro, percebi que estava perdida. Claro que eu havia feito o meu dever completo e anotado tudo, porém, não havia realmente prestado atenção. O nervosismo me impedia de desligar minha mente e ter acesso às informações que me ajudariam a resolver a equação, usando a terapia do subconsciente pelo subconsciente. Sem isso, eu simplesmente travei e fiquei lá, encarando os x, x² e i que haviam no quadro. Seriam esses valores variáveis? Constantes? No momento, estou perdida.

  - Algum problema, Srta. Carvalho? - perguntou o professor após alguns minutos ao ver que eu havia travado.

  - Sim. Eu... Não sei exatamente o que esse i é. - admiti.

  - Talvez se a senhorita parasse de viajar para a lua, soubesse. E digo o mesmo para a Srta. Soares e o Senhor Ferreira. Até entendo o caso dele, mas vocês duas têm sido minhas melhores alunas por muito tempo. Sei que o vestibular de aproxima, que todas as provas estão aí, porém não acho que seja isso que esteja tirando sua concentração. - ele praticamente berrou - E eu espero que essa seja a última vez que eu tenha que chamar atenção. Na próxima, serei obrigado a chamar seus pais e perguntar o que tem os atormentado. Estamos entendidos?