Capítulo 15

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Felicity acordou sem fazer ideia de que horas eram. Estava em um dorme-acorda infinito por causa dos remédios de combate ao resfriado. Só se lembrava dos flashs em que comia alguma coisa sob a supervisão de Oliver, ou então quando o loiro lhe fazia cafuné nos cabelos. Olhou em volta e viu que era noite já, ou ainda. Oliver estava ao seu lado, ele dormia com um livro sobre o peito, seu abajur ainda ligado. Ela tentou tirar o livro sem acorda-lo mas não conseguiu.

    ⁃    Oi. Ele resmungou se espreguiçando.

    ⁃    Oi. Ela disse sem jeito.

    ⁃    Sente-se melhor? Perguntou levando a mão até o rosto da garota. Ela estava mais fresca, provavelmente a febre cedeu, finalmente!

    ⁃    Me sinto bem. Respondeu melancólica.

    ⁃    Felicity, eu sei que as coisas estão... difíceis entre nós. Mas me entenda, dessa forma podemos ser sinceros, não precisamos esconder sentimentos ou fingir felicidade. Ele falou tentando convencê-la.

    ⁃    Não sei que tipo de relacionamento você tem como modelo, a verdade é que podemos ter tudo isso e ainda assim nos permitir gostar. Ela argumentou. No fundo, Felicity falava por falar, já havia entendido que Oliver era um caso perdido.

    ⁃    Os relacionamentos que eu conheço são apenas mentiras, aparências e traições. Ele falou de maneira rancorosa e se levantou da cama.

    ⁃    Então deixe- me ir! Ela disse incisiva, ascendendo a luz do quarto.
Oliver a olhou com os olhos azuis faiscando de tanta raiva. Como ela poderia não entendê-lo.

    ⁃    Não tem para onde ir. Ele falou em tom de ameaça.

    ⁃    Eu posso arrumar alguém para me casar, assim vou ter direito aos meus bens. Ela disse quase sem pensar. Viu uma nuvem turva passar pelo olhar de Oliver.

    ⁃    Casar? Deve estar completamente louca se acha que eu permitiria isso! Ele debochou completamente irritado.

    ⁃    Você não é meu dono! Ela gritou levantando da cama. Detestava que Oliver a tratasse como burra, ela poderia ter suas inseguranças, mas não era incapaz de realizar nada que desejasse. 

    ⁃    Acha que outro homem pode te tocar? Acha que mais alguém pode dizer o que deve fazer, além de mim? Ele perguntou andando para perto dela. A segurou pelos braços e olhou em seus olhos. - Sim, eu sou seu dono. Falou convicto. Felicity sentiu as palavras dele lhe causarem tremor, era completamente obsessivo. Tentou se soltar do seu aperto mas Oliver a prendeu contra a parede e lhe beijou a boca. A garota ficou atônita, ele nunca havia forçado um toque dessa maneira, ele estava a machucando então ela o mordeu.

    ⁃    Ai! Ele reclamou se afastando e levou a mão até o lábio cortado que sangrava um pouco.

    ⁃    Nunca mais faça isso. Ela bradou louca de raiva. Viu o olhar de Oliver hesitar, ele estava constrangido.

    ⁃    Sinto muito. Falou se afastando mais dela. Ele ultrapassou o limite, tocá-la sem consentimento, isso era repulsivo. - Felicity, volte a descansar, amanhã conversaremos, ok! Ele falou torturado. A postura dela denunciava que estava com medo dele naquele momento, e isso quebrou Oliver de muitas maneiras.

O homem que se tornou sua fortaleza agora era uma ameaça. Como foi tola, como foi ingênua em achar que dando tudo o que tinha, receberia alguma coisa em troca. Tudo o que Oliver lhe deu até agora, era o mesmo que ofereceria para o resto da vida, um teto sobre sua cabeça e o melhor sexo que ela já pode imaginar. Nada de amor, nada de companheirismo, nada de amizade e cumplicidade. Felicity se perguntou o que ele faria daqui a alguns anos, quando ela não fosse mais atraente para ele, seria substituída, sem duvidas, já que tudo o que ela era para Oliver não passava de um invólucro para satisfação pessoal. 

Meu Tutor - Olicity Onde histórias criam vida. Descubra agora