Já haviam se passado duas semanas e nesse exato momento eu estava sendo jogada no tatame montando no lugar onde eu "cai", o salão principal. Eram seis horas da manhã e eu estava tendo aula de artes marciais com os irmãos Di'ronan. Eram bons professores, mas pegavam pesado na hora do treino.
Isso me rendeu umas boas dores musculares. E uma enxaqueca daquelas.
Minha rotina durante essas ultimas semanas foi literalmente; acordar as cinco, treinar as cinco e meia; café as sete; aulas com Lorely até as onze; almoço ao meio dia; aulas de etiqueta, e aulas de historia. E de vez enquando o Grã-mestre me ensinava alguma coisa.
- Hoje você está muito destraida. - Fala Izaac, chamando minha atenção.
- Ela deve estar preocupada com o sacramento dela. - Disse Ethan, entrando no grande salão.
- Já são seis e cinquenta?- Perguntei me levantando.
- Sim. Melhor ir se trocar, logo o cardeal estara aqui.- Fala saindo do salão.
Callel vem em minha direção e me da um tapinha nos ombros.
- Não se preocupe. Vai se sair bem! - Disse ele e sai do salão junto com Izaac.
Peguei minha garrafa d'agua e saí de lá indo direto para o meu quarto. Fechei a porta e me joguei no sofá. Eu realmente não sabia se daria tudo certo. Eu nem sei como essa consagração funciona.
Tudo o que eu havia aprendido sobre o que eu sou, era que havia apenas uma exorcista por geração, e apenas mulheres eram escolhidas.
Eu era a unica capaz de realmente matar um demonio e até confrontar um anjo.E só, são só essas informações que eu tenho. As outras eu só saberei se eu sobreviver. Mas sobreviver a que exatamente?
Antes que continua-se o meu raciocínio, senti algo batendo em minha perna direita. Olhei para baixo e vi Daisy segurando um embrulho branco.
- Mais roupa?- Perguntei pegando o embrulho.
- Essa é uma roupa especial. - Respondeu ela.- deve ser usada antes do seu sacramento. Ela simboliza a transição de Leiga para guerreira.- Disse sentando no sofá. - Agora vá se trocar, pois, depois do almoço a senhorita irá para Roma.
Ela me expulsa do sofá e fica me olhando. Fui para o meu quarto e abri o embrulho, a roupa era um vestido todo branco que ia até os meus pés.
Coloquei a sapatilha preta e saí de lá com uma cara de preguiça, pois eu odiava vestidos.
Daisy vem voando até mim e me entrega uma túnica preta de ceda.
- Essas roupas tem algum significado? Elas não devem ser estranhas atoa.- Perguntei me observando no espelho.
- O vestido branco, representa a sua inocência e a tunica preta representa o sobrenatural. - Respondeu ela, arumando o véu em meus ombros.- A roupa, em si, faz parte da cerimônia.
- ... Ata.- Respondo por fim saindo do meu apartamento.
Daisy vem voando ao meu lado de um modo gracioso e logo me ultrapassa sumindo em pleno ar. Talvez ela fosse trabalhar ou algo parecido.
Abri a porta e me deparei com o salão, ainda, vazio. Algo comum para mim pois sou bem adiantada, quando se trata de comida almenos.
Aos poucos, meus novos amigos foram entrando e se sentando em silencio. Logo mais o cardeal chega acompanhado por uma senhora de cabelos brancos e olhos azuis. Ela tinha uma expressão serena no rosto e usava vestido longo azul claro com um sobretudo azul bem escuro.
Ela me era familiar, acho que eu a vi fuçando no guarda-roupa dos meus pais. Ela estava em uma das fotos ao lado de minha mãe. Devia ser algum conhecido.
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Hantter
FantasyUma garota anti-social, quieta, diferente, e misteriosa. Essas palavras definem muito bem Nadine Joana Kampfe Hantter. Seus pais dizem que a garota é esquizofrênica por ter alucinações constantes que pioraram desde o seu aniversário de 15 anos. Poré...