A Casa dos espelhos

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Eu olhava para a figura delicada da mulher com certo receio, eu tinha certeza de que era ela no elevador, mas, por que ela estava aqui? E por que me deu aquela dica? E quem era ela? Embora eu já soube-se a ultima resposta, eu queria ouvir da propria entidade.

- Pequena Hantter, eu sei tudo sobre você sabia? Desde o primeiro suspiro até o seu ultimo sopro de vida....- Disse ela vagamente. - Seu futuro é, no minimo, interessante. Bom, você é uma criaturinha interessante.

- Legal saber que tenho uma fã, mas.... eu ainda não sei quem é você! - Respondi de modo cinico, ela não me dava medo. Apenas sentia uma leve desconfiança por ela.

- Sabe sim, e sua cadela tambem. - Disse com um leve sorriso ironico no rosto. Ela se aproximou lentamente e retirou o véu de seu rosto, deixando a mostra doi buracos ocos onde deveriam estar seus olhos. - Mas não vim falar de nossas vidas, vim apenas olhar em seus olhos, e ver se és digna de tais dons.

- Achei que a alma era selecionada. - Respondi em duvida, pois, foi isso que me disseram.

- Aqueles projetos de guerreiro santos não sabem nem o que se deve fazer diante de um demonio. - Disse com uma expressão divertida.- A alma, realmente, é selecionada. Mas se você sair da linha.....- Ela faz um sinal de corte em seu pescoço.

- Oh.... Saquei. - Respondi baixo, porem, sem perder o tom.

- Volte ao elevador, você tem muito trabalho a fazer. - Disse ela, dando-me as costas e sumindo conforme andava.

Eu estava no véu, a dimensão onde as almas aguardavam os ceiferos. Eu estava curiosa para explorar, devo adimitir, mas não estava afim de encontrar uma alma enlouquecida.

Voltei para o elevador e vi meu corpo caido no chão. Minha expressão aparentava que eu estava apenas dormindo. Em outras circunstâncias, eu estaria apavorada e talvez tivesse uma crise de panico e desespero.

Mas, depois de tudo o que vi e fiz, eu considerei que aquilo era, até, normal. Cheguei a brilhante conclusão de que era apenas eu me imaginar voltando ao corpo atravez da linha de prata.

E tudo ficou escuro, de repente. Logo senti que estava de volta ao meu corpo fisico. Já que minhas pálpebras pesavam e eu mal conseguia abrir os olhos.

Me levantei, e sai do elevador correndo em direção a recepção. Mas, ainda sim, não havia ninguem lá. Apenas uma pequena pilha de roupas novas se encontravam em cima da bancada da recepção.

As peguei e fui a procura de um banheiro, de preferencia feminino. Para poder, com sorte, me lavar e colocar as novas roupas que provavelmente eram estranhas.

No final de um dos corredores, iluminados por uma luz branca, se encontrava o banheiro feminino. Sem esperar mais, entrei no banheiro e tranquei a porta.

Por sorte, ou pura coincidência, o banheiro tinha chuveiros com água quente. Não pensei duas vezes, retirei o que sobrara do vestido que um dia foi branco, e o joguei no box, já que o usaria como toalha.

Enquanto sentia a água quente escorrer pelo meu corpo, eu recordava das recentes lembraças que, de longe, são traumatizantes. E pensava no rumo que minha vida havia tomado.

Primeiro, perco todo o resquicio de vida normal que eu tinha, segundo, sou atacada por um grupo de terroristas, terceiro, luto contra um cão do inferno em um ritual no minimo demoniaco. E por ultimo, mas não menos importante, eu fiz um bate e volta no "inferno".

É, acho que agora eu posso dizer, não tem como piorar.

Fechei o registro e usei o pano que eu chamava de roupa para me secar. Saí do box e fui até a grande pia onde havia deixado as roupas.

HantterOnde histórias criam vida. Descubra agora