A maldição da desonra

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– Olívia, pelo amor de Merlin! O que você viu...

– Isso não tem explicação, Malfoy, eu vi com os meus próprios olhos ! - Bem vindos à minha primeira briga de casal - primeira porque eu nunca havia sido flagrado por uma louca que achava que nós estávamos comprometidos! Quando Olívia viu eu e a Granger nos beijando, ela saiu fazendo escândalo, o que Graças a Merlin, a estranha e velha Madame Pince impediu de se alastrar pelo colégio inteiro. Ela nos expulsou da biblioteca, e nos dirigimos para um lugar com mais privacidade, para ser mais específico, uma sala vazia. Agora a garota estava enchendo os meus nervos, e eu tinha que ser rápido para inventar uma desculpa.

– Você não sabe do que eu sou capaz, Malfoy! - Ela gritou, os olhos brilhando com uma luz assassina. Aff, quem diria que uma louca apaixonada - e ainda por cima, minha fã número um! - ia ser capaz de se parecer com a mãe gorda do cabeça de cenoura! - Eu achei que nós estávamos namorando depois que nós...

– Mas achou errado! A fila anda OK? - Eu explodi, cansado de ouvir o mimimi dela. Para a minha surpresa, ela começou a chorar. Eu fiquei um momento sem reação, se eu devia abraçá-la ou sair dali de fininho, quando ela falou entre soluços:

– Eu achei que era assim que as coisas funcionavam aqui! Merlin, como eu pude ser tão idiota?! - ao que eu respondi:

– Você não foi idiota! - Na verdade, foi sim, mas enfim.

Ela levantou a cabeça lentamente, e quando eu percebi, ela não estava chorando, ela estava cantando! Eu disse que era louca. Mas não era uma canção do tipo Oppan Gangnam Style, era tipo aqueles cantos de macumba para realizar feitiços. E, confesso, eu comecei a sentir medo daquela garota. Os olhos dela eram agora apenas o branco leitoso e não havia pupila ou íris. Eu presumi que ela estava possuída ou algo parecido, mas de repente os olhos dela voltaram ao normal e ela parou de cantar.

– Draco Malfoy. Puro sangue, filho de Lucius Malfoy, herdeiro de muitas posses e fortuna. Você era sortudo. Até agora. - A voz dela estava baixa e venenosa. - Seus sonhos serão destruídos. Você morrerá misteriosamente dentro de um ano, e eu farei questão de deixar claro que ninguém se lembre de você, nem os seus próprios pais. Você irá morrer sem nenhuma honra, Draco Malfoy. Essa é a minha maldição.

Eu fiquei boquiaberto por um momento e então perguntei:

– Mas, como você sabe fazer maldições? Você só tem dezesseis anos, e afinal, os livros de maldições ficam na sessão restrita da biblioteca! - Eu gritei em protesto. Apesar de ser um mestre em esconder meus sentimentos, eu estava realmente abalado com aquelas palavras. "Você irá morrer sem nenhuma honra."

– Meu pai era um mago muito poderoso, Draquinho, e ele tinha uma biblioteca com milhões de livros de maldições. Depois que ele morreu e deixou tudo pra mim, eu me devotei a estudá-los e agora domino essa arte. - Ela declarou, orgulhosa e com um ar superior. Grande coisa.- Agora. Você só tem um ano de vida pra fazer tudo que você queria fazer em quarenta anos.

– Mas espere. Toda maldição tem um feitiço que a quebre. Qual é o dessa? - Eu perguntei, começando a me sentir desesperado. Olívia riu.

– Draquinho, como você dilacerou o meu coração, eu vou deixar você ter uma salvação. Você vai ter esse seu último ano para achar alguém que você ame de verdade, e for recíproco. - E com isso, ela sorriu, um sorriso malvado, cheio de rancor. E eu vi, mesmo na escuridão daquela sala, que uma pequena lágrima temia cair de seu olho.

A Maldição Dos MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora