Dia dos Namorados- Parte 2

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Senti uma dor lancinante no pé, e então Hermione me empurrou, cuspindo minha saliva no chão do estabelecimento.

A mulher da caixa registradora nos olhou pasma. Provavelmente ela nunca havia testemunhado tal cena fora das novelas mexicanas.

–Por que você pisou no pé?

– Por que você me beijou?

–Eu só estava demonstrando! Desculpa ok?

–Você prometeu! – ela gritou coma voz esganiçada. A mulher da caixa registradora começou a gritar também: “Gerente! Gerente!”

Ignoramos a mulher na caixa registradora enquanto eu tentava impedir que Hermione saísse do estabelecimento e pegasse uma pneumonia. Mas ela não desistiu, me dando socos até eu ceder. Assim, ela saiu no meio da chuva. Resolvi segui-la, gritando seu nome, embora minha voz fosse abafada pelo barulho da chuva.

Hermione entrou em uma loja escura e isolada nos limites de Hogsmeade. Entrei também, obviamente. Ouvi a campainha tilintar quando abri a porta. Hermione, ao contrário de mim, estava seca, os cabelos limpos e sedosos. Aff, tinha que ser um feitiço.

Eu, por outro lado, estava molhado até os tornozelos, e adeus aos meus sapatos italianos! O lugar era escuro e parecia ser uma livraria. No caixa, um garoto ruivo de olhos estrábicos fumava um cachimbo, inundando o lugar de fumaça. Antes que fosse tarde demais, me aproximei de Hermione e falei as palavras mais difíceis que já falei.

– Me perdoa, Hermione! Você é minha amiga e não quero estragar tudo de novo! – depois de um minuto de suspense, Hermione revirou os olhos e colocou o feitiço de secagem em mim. Como eu amo a inteligência dela.

Então Hermione me apresentou ao seu amigo ruivo fumante, um sujeito chamado Ed. Eles conversavam tranquilamente e eu apenas observava.

– Como vai a Martha? Não era pra esse ser o turno dela?

– Eu ‘tô substituindo ‘té a nova funcionária chegar. A Martha ‘tá de licença materna, o filho dela nasceu semana passada. – ele disse com um sotaque caipira.

– Sério? Quando ela voltar, quero ver o menino.

– Saiu menina, acredita? A Martha deu o nome de Freya. – Ed soltou um anel de fumaça gigante no meu rosto. – Nome esquisito, não?

Voltamos depois pelos trilhos do trem, agora eu podia sentir o mormaço depois de toda aquela chuva. Chegamos ao castelo já eram oito horas, e ainda estava vazio. Fui correndo para o meu dormitório tomar um belo banho e jogar fora meus sapatos italianos.

Encontrei Hermione na Sala Precisa depois do jantar, e ela veio com um plano estranho na cabeça.

– E se a gente fosse conhecer a nova funcionária semana que vem? Sabe, eu não quero esperar até Abril!

– Você deve estar louca. Semana que vem é Corvinal e Sonserina! Não posso me arriscar a ganhar uma detenção e não poder jogar!

– Dane-se o jogo! A nova menina deve ser super legal e talvez vocês possam até namorar! Imagina perder a oportunidade de quebrar a maldição! – ela sibilou brava.

– Tem mais uns milhões de garotas na lista que você fez. Não preciso me arriscar por mais uma. Estou muito bem aqui, obrigado. – Hermione cruzou os braços.

– Covarde. Acho que não vou mais te perdoar de todas as burrices que você já fez. – Bufei em desagrado – eu sabia o que ela estava fazendo.

– Vai você sozinha. Afinal, você que quer conhecê-la, não eu. – ela ergueu uma sobrancelha.

– Ah, é? Como vai saber qual é a próxima garota da lista?

– Você está de brincadeira! Deixa-me ver a lista! – Hermione, com um brilho sapeca nos olhos, pegou a folha na prancheta e se esquivou de mim.

– Vai ter que ir comigo à Hogsmeade! – eu tentei agarrar a folha na mão dela, mas Hermione escondeu dentro do suéter. Ela girou suavemente para o lado e segurou a folha com a outra mão. Tentei pegar a folha abraçando a garota, mas ela segurou a folha com a boca.

– Desisto! Eu vou! – Hermione sorriu enviesada e me deu um beijo na bochecha.

– Comporte-se, e talvez eu até te dê um doce de vez em quando. – Tenho orgulho de dizer às pessoas que Hermione aprendeu comigo.

A Maldição Dos MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora