Um Exame de Sangue Entre Draco e a Verdade

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Hermione me deu um tapa.

– Ai! Qual foi a necessidade disso? - eu gritei, esfregando minha bochecha.

– Ah, fala sério, você mereceu. - Hermione resmungou, cruzando os braços.

– Mas achei que você tivesse aceitado minhas desculpas!

– E eu aceitei! Mas você mereceu esse tapa pelo que você fez. - ao encarar meu olhar fuzilante, ela se explicou; Está bem, eu não estava satisfeita apenas com um pedido de desculpas seu, embora isso já seja praticamente um milagre, não é? - Revirei os olhos, conformado. Levantei-me, sentindo as pernas dormentes doerem ao colocar meu peso nelas.

– Bom, vou tomar banho. Estou me sentindo um mendigo. - Saí da ala hospitalar e segui para minha sala comunal. Todos da Sonserina me encararam quando entrei - não que isso seja anormal, eu sempre sou o centro das atenções -, porém, o olhar deles era algo constrangedor, como se eu tivesse feito algo absurdo. Olhei para as minhas calças, torcendo para que não estivessem manchadas, e não estavam graças a Merlin. O que seria então?

Entrei no meu dormitório e me vi apenas com Crabbe e Goyle, que colocavam, de modo espalhafatoso, seus uniformes de quadribol. Eles pararam o que estavam fazendo para me fitar com os olhos brilhando de malícia.

– O que foi agora? O que houve? - eu perguntei, desabotoando minha blusa e afrouxando a gravata. Eu estava sedento por um banho, portanto queria que eles fossem rápidos.

– Você é tão cheio de si que nem percebe quando faz as cagadas que faz. - disse Goyle entre sorrisos. Sua risada era grave e grotesca, assim como a de Crabbe. Eu me desfiz de minhas calças assim que possível, e peguei minha toalha bordada com o brasão da Sonserina.

– Desembucha logo então, porque eu quero tomar banho! - eu respondi bruscamente, entrando no banheiro e ligando o chuveiro com a minha varinha.

– Ei, você não pode ter tudo o que quer Draquinho! – Crabbe cantarolou. A vantagem que eu tinha sobre eles era a própria estupidez deles. Apontei minha varinha para as banhas do pescoço de Crabbe e sibilei entredentes:

– Diga isso mais uma vez! Vamos, repita! - eu estava rindo por dentro, gargalhando. É muito engraçado controlar pessoas burras. Elas não pensam, e apenas obedecem. - Conte-me o que aconteceu porque todas as pessoas estão olhando pra mim desse jeito! - Crabbe olhou para baixo, e Goyle o seguiu. A cena era muito cômica, pois ambos estavam com as cuecas à mostra e com o uniforme colocado às avessas pelo pescoço.

– Todos viram o que você fez nos NIEMs. - murmurou Goyle. Eu joguei minha varinha para o lado e entrei embaixo do chuveiro.

– Ah é? Eu nem fiz os NIEMs, seus cabeções. - eu falei, rindo. Os dois se entreolharam confusos.

– Como assim? Mas nós vimos você lá. Você transformou um dos examinadores em lagartixa e vomitou em si mesmo. Foi muito constrangedor. - Crabbe falou parecendo muito confuso. Eu parei de lavar meu cabelo por um breve momento. Então lembrei o que acontecera com Hermione, com Kaylee, comigo mesmo. – Além disso, você estava usando saia.

– Kaylee. - eu murmurei, mais para mim mesmo do que para eles.

– Oi? - Goyle engoliu em seco, aproximando-se do banheiro. Eu o encarei por um instante, e então, pegando minha varinha, fechei a porta na cara dele.

Terminei meu banho, e coloquei roupas novas e limpas - e secas -, e penteei meus cabelos sentindo-me novo em folha. Quando saí do banheiro, Crabbe e Goyle não estavam mais no dormitório. Saí, ignorando os olhares indesejáveis e me dirigi à sala de Dumbledore.

Parece-me que Hermione havia pensado na mesma coisa, porque depois que subi a escada circular e bati à porta do escritório de Dumbledore, Hermione já estava sentada em uma das cadeiras, as pernas cruzadas, o olhar duro e frio.

A Maldição Dos MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora