No último dia de aulas, Laurel observava divertida a expressão de Ashley, que por sua vez a fitava de olhos arregalados.
- Ravenclaw? Laurel Ravenclaw?
As duas meninas encontravam-se na sua mesa habitual da biblioteca, escondidas enquanto a maioria dos alunos fazia a mala para ir para casa. As duas já tinham tudo pronto e juntas tinham ido entregar os livros que ainda tinham para devolver. Posto isto, resolveram sentar-se no sítio do costume e conversar um pouco antes de irem embora, sabendo que, por ser o último dia de aulas, a bibliotecária não iria implicar com elas por causa do barulho. No instante em que se sentaram, Laurel soube que Ashley seria uma boa pessoa para contar a sua verdadeira identidade. Nunca chegara a ter oportunidade para falar com Hermione sobre a sua magia e sabia que a morena faria demasiadas perguntas e procuraria entender o que nem Laurel nem ninguém entendia. Ashley, pelo contrário, amava uma boa história e, apesar de curiosa e inteligente, preferia os pormenores fantásticos como a terrível história entre Salazar e Rowena do que o facto de Laurel conseguir fazer magia apenas com as mãos e nunca com a varinha. Ashley amava histórias, só muito depois vinha o interesse pelos factos.
- Isso é incrível.- repetiu Ley, com assombro- És descendente direta da feiticeira mais inteligente e sábia de todos os tempos. E ainda tens uma ligação bizarra com o Quem-Nós-Sabemos porque ele é descendente de Slytherin.
- Eu não tenho a certeza se é por isso...- murmurou Laurel, pensativa- Voldemort acha que eu tenho alguma coisa dele, alguma coisa que ele precisa. Mas o que pode ser?
- Laurel?- chamou Ley, captando a atenção da ruiva- O que aconteceu aos teus pais? Nunca falas neles...
Laurel olhou para a morena, surpresa com a pergunta. Essa parte ela não tinha contado, nem sabia se queria. Ponderou por momentos, pensando na mãe, nas cartas que ela lhe deixara, no Lembrador que Cora enfeitiçara para que a sua filha pudesse ter para sempre as memórias da mãe que perdera tão cedo.
- Os meus pais foram pais muito novos. Descobriram que iriam ter uma filha um ano depois de acabarem os seus anos em Hogwarts.- começou, pensando em tudo o que sabia sobre eles- A minha mãe, sendo uma Ravenclaw, era a bruxa mais inteligente e cativante de Hogwarts. O meu pai apaixonou-se perdidamente por ela e foi recíproco. Namoravam há três anos quando me tiveram. Amavam-se muito e amavam-me a mim. Eram jovens mas ainda assim amavam-se e respeitavam-se muito.
" Foi na altura em que Voldemort surgiu em força. Sem a minha mãe saber, o meu pai tinha-se juntado ao Senhor das Trevas, sendo um dos seus mais fiéis seguidores. Pelo que a minha mãe me contou, ele julgava que aquilo nos protegeria. Quando a minha mãe descobriu, o meu pai jurou que iria deixar a vida de Devorador da Morte para trás e que fugiriamos juntos. Mas primeiro ele tinha que fazer algo, por nós duas.
Meu pai foi-se embora e nunca mais voltou. Um amigo dele, cujo nome nunca soube, disse à minha mãe que ele tinha morrido pelas mãos de Voldemort. Eu nunca soube bem o que lhe aconteceu, a minha mãe nunca me contou. E mesmo que contasse... Bem, se não fosse a sua genialidade eu nunca saberia a verdade bem contada.
No mesmo ano em que Voldemort foi à casa dos Potter e perdeu a sua força, uns meses depois, mataram a minha mãe. Uns Devoradores da Morte vieram a nossa casa e mataram-na. Ela sabia que o iam fazer, sabia que Voldemort a temia por ser uma Ravenclaw e por ter uma forte ligação com Dumbledore, o único feiticeiro que Voldemort nunca enfrentará cara a cara. Então mandou matá-la, mesmo ele próprio já estar a beira da morte, mesmo tendo desaparecido do mapa..."
- Espera.- pediu Ashley, concentrada- Como é que tu sabes isso tudo? Aliás, como é que te lembras da tua mãe te contar isso tudo? Eras um bebé, nem um ano tinhas.
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SAPPHIRE [1]⚡️ HP ✔️
FanfictionLIVRO 1 ⚡💙 SAPPHIRE: safira. Pedra da sabedoria, equilíbrio, paz. Laurel Ravenclaw, mais conhecida por Laurel Raven, é a Herdeira de Rowena Ravenclaw. Amaldiçoada com uma magia que não controla, a jovem procura esconder a sua verdadeira identidade...