Capítulo 15

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    Draco Malfoy observava cuidadosamente o livro que tinha na mão. Era uma cópia em segunda mão do Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los e era na verdade um livro muito interessante, considerando que o loiro detestava ler. Talvez fosse por isso que não gostava de Hogwarts; era demasiado livro para ler e ele nunca lia nenhum. No entanto, aquele tinha algo mais interessante por trás: Laurel. Malfoy tinha a certeza que a ruiva escondia algo, talvez até uma coisa grave. Apesar de Pansy já não estar na enfermaria, ainda não tinha recuperado totalmente do ataque de Laurel, ataque esse que Draco percebera de imediato ter sido um acidente. A forma como a ruiva parecera assustada mostrava que ela não fizera de propósito, tinha apenas se protegido mas, apesar dos rumores, Laurel não tinha procurado justificar o que fizera, mantivera-se calada e o mais escondida que podia.

    Draco fechou o livro, encarando a parede à sua frente, perdido em pensamentos. O barulho de passos fê-lo pousar o livro com rapidez no sofá onde estava antes dele mexer, bem a tempo de Laurel entrar e pousar os olhos nele.

- Estavas a mexer no meu livro?- perguntou ela, com calma.

    Draco bufou, com desdém.

- Porque eu faria isso?

    Laurel semicerrou os olhos, aproximando-se para examinar o livro. Estava inteiro e sem nenhuma maldade aparente à vista, o que fez a sua expressão suavizar.

- Tens a mania que gostas de fazer mal aos outros, não tens?- perguntou-lhe, os olhos safira cravando-se diretamente nos dele.

    Draco sentiu-se mal pela primeira vez na vida. Ele tinha prazer em ser maldoso com os mais fracos, principalmente com o idiota do Harry Potter, o menino queridinho de toda a gente, mas não queria que Laurel o visse assim. Se havia alguém que Draco gostaria de ser amigo, era dela. Laurel parecia de confiança e nunca julgava as atitudes dos outros, o que seria agradável para ele. Infelizmente, o loiro não sabia ser de outra maneira e não precisava; todos os Slytherin o idolatravam, principalmente depois de ter entrado para a equipa de Quidditch graças ao dinheiro do seu pai. Todos, exceto Laurel.

    A rapariga não estava à espera de uma resposta dele, percebeu. Tinha se sentado na outra ponta do sofá e folheava energicamente o livro, murmurando para si mesma coisas que Draco não compreendia. De repente, levantou a cabeça, apanhando o loiro a encará-la.

- Porque é que não foste este Natal a casa?- perguntou a ruiva, genuinamente interessada.

- O meu pai preferiu ficar a trabalhar e a lamber as botas ao Ministro- respondeu Draco, com sinceridade.

    Um vislumbre de pena surgiu nos olhos de Laurel, desaparecendo logo em seguida. Aquilo era outra coisa que Draco apreciava na ruiva: Laurel não sentia pena de ninguém. Podia sentir compaixão mas aquela pena de vítima nunca. De repente, o loiro lembrou-se de algo que despertara a sua curiosidade.

- Não eras amiga da Meredith?- perguntou, fazendo Laurel baixar a cabeça com tristeza.

- Era mas... Nós brigamos.

- Pansy disse-me que tinha tentado irritar-te usando as tuas amigas... Foi por isso?

    Laurel voltou a encará-lo, de sobrolho levantado numa expressão duvidosa.

- Porque é que queres saber?

- Eu sei o que Pansy quis dizer de Meredith.- disse-lhe, com um sorriso de canto.

    Laurel fez uma pausa. Por fim, fechou o livro e levantou-se, abraçando o volume com cuidado.

- Quando ela tiver preparada ela irá contar-me.- a ruiva respondeu, com convicção - Prefiro ouvi-la do que ouvir pessoas fofoqueiras.- a menina lançou-lhe um sorriso de canto, que Draco retribuiu, divertido.

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