Capítulo 18

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    Na enfermaria de Hogwarts, Ashley e Meredith observavam o corpo pálido de Laurel, a forma como ela respirava tão tranquilamente trazendo alguma paz ao coração das duas meninas. Com lágrimas a escorrerem-lhe pelo rosto, Ley não podia se sentir mais culpada: não só perdera Harry Potter de vista, na sua tentativa de pedir ajuda a Draco Malfoy, como não impedira a amiga de entrar na Câmara dos Segredos sozinha. Meredith, por outro lado, limitava-se a segurar na mão da menina, ainda um pouco confusa com os últimos acontecimentos; a última coisa que se lembrava era dos olhos amarelos reflectidos na colher de prata que roubara com Laurel do Salão Nobre, seguidos pela sensação de frio e de sufoco que tomou o seu corpo. Depois disso, era tudo um vazio até finalmente ser acordada com a poção de Mandrágora e dar-se conta do estado de inconsciência de Laurel.

    Hermione também fitava o corpo adormecido da ruiva. Depois de acordar e de Ron e Harry lhe contarem o que acontecera, a morena decidira visitar Laurel todos os dias, aguardando que ela acordasse. Demasiado inteligente para a sua idade, a menina já reparara que onde quer que Harry estivesse, Laurel lá estaria, os dois ligado por um elo inquebrável. Harry estivera em perigo no primeiro ano, Laurel estava lá. Harry fora para a Câmara dos Segredos, Laurel já lá estava. Era notório que ambos tinham contas a ajustar com Voldemort mas a Granger não sabia qual a ligação do mesmo com Laurel. Assim que a ruiva acordasse, ela descobriria.

    Junto das três meninas, Dumbledore também aguardava que a menina acordasse. Madame Pomfrey dissera-lhe que a mordida do Basilisco estava curada graças a Fawkes, cujas lágrimas salvaram tanto Harry como Laurel. Infelizmente, a fénix demorara mais a chegar a Laurel, fazendo com que o veneno penetrasse no sangue da garota e quase a matasse. Albus ponderava se manter a sua neta ali era seguro. Os seguidores de Voldemort podiam não saber da sua existência mas se as suspeitas do Diretor estivessem certas, se Voldemort voltasse em carne e osso, ele viria atrás de Laurel. O Lorde das Trevas não hesitaria em matar quem quer que se metesse no seu caminho para pôr as garras naquela garota. Depois, o mais velho observava a família que a jovem estava a adotar para si dia após dia. Primeiro o próprio Dumbledore, que não hesitara em permitir que a menina o visse como um avô logo quando Cora os apresentou. De seguida, o próprio tutor de Laurel, que amava-a como a filha que não tivera. E por fim aquelas três meninas, que todos os dias a visitavam à espera que ela acordasse, com uma preocupação tão grande com a menina quanto o próprio Albus. Havia também Harry Potter, que visitava a garota com frequência, junto com Ron. Para surpresa de Dumbledore, o filho de Lucious Malfoy também visitava a menina, sempre em horas em que ninguém lá estava e sem se aproximar.

    Dumbledore era um homem inteligente. Conhecia os Ravenclaw há muito tempo e sabia que Laurel era a mais poderosa de todos. O fardo que Cora pusera nas costas da menina era grande mas ainda assim, a mais velha era sábia e confiava a sua vida na filha, que nunca chegara a realmente conhecer. Albus lembrava-se do rosto de Cora a fitar a bebé nos seus braços, com os mesmos olhos cor de safira que Laurel possuía. A dor ao entregá-la a Dumbledore era palpável e o seu cabelo cor de fogo caía-lhe para a cara, numa tentativa de ocultar o sofrimento que sentia. " Cuida da minha menina." dissera-lhe Cora, com lágrimas nos olhos " Ela vai ser fantástica, tenho a certeza".

    Dumbledore abanou a cabeça, fitando o rosto inconsciente de Laurel. Voldemort que viesse. Todos os Devoradores da Morte que viessem. Quando isso acontecesse, Laurel estaria preparada para os enfrentar, Albus tinha fé nisso.

    Laurel era assim. Gentil, bondosa, inteligente. Mais que isso, era uma menina que qualquer um teria fé nela, incluíndo Dumbledore, cujo outro bruxo que confiava tanto no seu potencial quanto Laurel era Harry Potter, o Menino Que Sobreviveu.
    Por enquanto, tudo o que a Herdeira de Ravenclaw tinha de fazer era acordar do seu coma e enfrentar a vida novamente.

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