i like to say it is just a little bit

7

— Ei, você gosta de mim? — Jimin me perguntou, baixinho, enquanto sentado em sua cama vazia.

Eu o olhei por alguns segundos.

Nós esperávamos o último sinal até que fôssemos descer as escadas juntos e então, eu não o veria nunca mais. Provavelmente.

Eu estava apoiado sobre o batente de nossa — minha — janela, observando o movimento.

— Mhm. — Eu o respondi, um pouquinho mais alto — Um pouquinho.

Jimin levantou a cabeça para me olhar. Consegui vê-lo pelo canto dos olhos. Ele não sorriu.

— Só um pouquinho?

Dei-me um tempo até olhá-lo. Virei meu rosto e o apoiei contra o vidro da janela, sorrindo.

A expressão doída de Jimin não me dizia muito sobre o rosto que eu estava fazendo.

— Só um pouquinho. — Disse, dessa vez, mais baixo — Eu gosto de dizer que é só um pouquinho.

Jimin pareceu clicar tudo que eu disse anteriormente em um segundo. Seus olhos se arregalaram, e o canto das bochechas brilharam num vinho escuro, e eu tive que me segurar para não rir seco.

Ele abaixou o rosto mais uma vez, brincando com a ponta dos dedos.

— ... Desculpa.

Eu virei meu rosto em direção da janela mais uma vez. Meus olhos acompanharam um bolinho de alunos se despedindo, depois dispersando-se em diversas direções, em diferentes portões.

— Pelo o que? — Indaguei, num resmungo — Por não reciprocar?

Jimin soltou um suspiro. E eu odiei-me por senti-lo ao pé de meu ouvido, mesmo que ele estivesse do outro lado do quarto.

Com as mãos geladas, passei a fechar e trancar a janela.

— Por não perceber.

Eu não podia dizer que sua frase me pegara de surpresa. Jimin, de alguma forma, já não me surpreendia.

Mas ele fazia doer. E muito.

Suspirei.

— Vamos. — Disse, quase sem voz — Antes que eu te faça morar aqui por mais dois anos.

Eu tentei atravessar o quarto sem ganhar sua atenção e não consegui. Senti meu sangue borbulhar quando Jimin olhou-me nos olhos, expressão triste.

Tive de andar mais rápido, antes que eu fizesse minhas palavras se cumprirem.