sixteen

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Point Of View: Lalisa Manoban

— Preciso ir. Vou socorrer minha velha. Não é pra sair daqui! — Jackson avisou severo, mas com um sorriso grande que me deixava feliz o suficiente para não dar conta do seu beijo demorado e forte demais em minha bochecha, no qual ele logo parou e me olhou com indiferença, pois sabia que eu detestava todo esse exagero e que provavelmente ficaria irritada. Mas sorriu novamente em seguida ao ver meu rosto e ter certeza da felicidade que eu sentia ao saber que ele estaria lá assim que eu acordasse. Por isso o abracei e preferi desejar boa noite. Ele se mandou e eu mentalizei bem a imagem de sua avó, o que me ajudou a segurar a vontade de implorar para que ele não fosse embora e ficasse mais um pouco.

Jisoo sentou ao meu do sofá, mirou por alguns segundos no par de sapatos com seu couro impecável ao lado dos meus pés no chão. Os sapatos de Jennie que estavam prestes a conhecer o porão de Jisoo e fadado a nunca mais ver a luz do dia. Seu rosto se formou em um misto de estresse e dúvida, ela me olhou como quem cobra, quem é a garota que você trouxe e o que pretende com ela?

Aquela não foi a Jennie que eu conheço, a Jennie egoísta que nunca sofreria um único arranhão propositalmente para ajudar alguém. Por que eu tenho a sensação de que ela está escondendo alguma coisa? Bem, todo mundo esconde algo, então eu não deveria ter a vontade de exigir saber esse tipo de coisa. Mas se tratando dela eu nunca sei o que vem a seguir. Não tenho certeza se o fato de ela estar me tratando ligeiramente melhor é bom ou ela simplesmente está planejando algo contra mim. Sempre que a vejo esse pensamento me deixa paranoica ao extremo.

Por um momento passou pela minha cabeça que eles poderiam deixar o sistema do chip de Jennie sem nenhuma proteção de propósito, assim Jackson poderia entrar facilmente no serviço de segurança deles e eles teriam acesso ao computador de Jackson. Mas levando em conta todas as vezes que Jackson resmungou e bateu no teclado, tomado pela impaciência, com certeza penetrar aquela merda não fora um trabalho fácil. O que confirma que eles queriam manter esse chip em total sigilo e que tudo o que aconteceu foi um grande acidente.

Aqueles seguranças não iriam conseguir nada com toda aquela agressividade de qualquer forma. Estou lidando com amadores.

— Como acha que essa riquinha vai sobreviver aqui? — Perguntou Jisoo. Puxei as pernas para cima e me estreitei ao lado dela. Pude sentir as fibras dos seus cabelos em meus dedos. Embora sua expressão ainda não fosse tão carinhosa, Jisoo me puxou para mais perto pela nuca. Conversávamos baixinho, como um segredo. — Eu entrei no quarto de vocês, agora a única coisa que me faz ter inveja dela são aqueles globos de neve caríssimos importados. Eu conheço objetos valiosos quando vejo um. Aquilo ali comprava essa casa.

Meu corpo ainda não me deixava encarar Jennie nos olhos, eu inconscientemente ainda nutria uma certa desafeição por ela. E mesmo assim ainda não era capaz de trata-la mal. Depois do que ela fez no porão — pensar nisso ainda me dá calafrios — eu tinha que fazer um esforço. Vindo de qualquer pessoa (e principalmente de Jennie), o que tinha acontecido era digno de respeito, foi um grande feito e eu não poupo palavras para expressar o quanto aquilo foi corajoso.

— Jennie é neta única do dono do colégio interno.

— Tá brincando. — Jisoo disse arregalando os olhos.

— Não estou... digo, parece que há outro, mas é um garoto que não frequenta aquele colégio. — aí lembrei do que Jennie me disse sobre Woobin e Wada no metrô, toda a confusão sobre quem é realmente o seu pai, e me calei por alguns instantes.

— E por que você a trouxe? — Perguntou Jisoo com um forte tom de acusação, como se fosse óbvio saber que isso não seria uma boa decisão.

— Cheng. Ela foi alguém legal quando eu precisei. Me ajudou algumas vezes e por isso lhe devo um favor.

betting everything [Game Over]Onde histórias criam vida. Descubra agora