twenty one

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Point Of View: Jennie Kim

O seu sorriso tinha que ser tão bonito? Tudo em você é tão atraente. Ser feliz parece tão fácil para você. E agora, mais do que nunca, eu me pergunto onde eu errei. O que diabos eu fiz de errado? Sempre cuidei para ninguém ver através de mim, mas involuntariamente minha pele se transforma em água na sua frente. Translúcida e fácil de se penetrar. Eu não quero contar nada, mas Lisa molha sua mão em mim e puxa todos os meus segredos, tudo o que não quero demonstrar.

Lembro de ter o desejo de ser sozinha, eu já me tranquei em lugares e sumi por dias inteiros, eu fiquei sem escutar nenhuma voz, nem mesmo a minha, longe de todos e tampando os ouvidos para não escutar qualquer barulho lá fora. Tudo só para sentir a sensação de ser a única no mundo. Porque era menos doloroso do que saber que outras pessoas existiam e que eu não era digna de nenhuma delas. Assim como não sou merecedora da existência de Lisa.

Porém... não sei se faz sentido, mas nós duas, juntas, parece tão certo para mim.

Nós duas, entrelaçadas uma a outra. Eu nunca te soltaria. É do meu feitio ser um pouco má às vezes, isso faz com que eu queira te abraçar como se meus braços fossem correntes à sua volta, quero te dar a chave do cadeado para engolir. Queria estar perto o suficiente para ser capaz de escutar o sangue rastejando em suas veias. Eu seria o seu muro, juro que não deixaria absolutamente nada lhe atingir. Porque eu não me importo com muito, eu só preciso te envolver em cordas, nas minhas;

Eu nunca te soltaria. E eu poderia ficar assim para sempre.

Talvez as pontas dos meus dedos a arranhassem, eu sempre acabo cortando algo delicado, mas talvez as suas pontas também me machucassem. Ficaríamos quites e honestamente eu iria gosta, desde que Lisa sempre me beijasse até eu não conseguir mais falar. Desde que eu olhasse para Lisa e tivesse a certeza de que minhas correntes estariam por baixo da sua camisa.

Não sei como vou me acostumar a viver com esse sentimento sobre ela, mas vou ter que carregar, porque não acho que vou parar. O meu muro simplesmente não consegue se erguer ao seu redor.

Noite passada, eu quase voei para cima daquela mulher assim que vi as duas. Eu ainda estava de uniforme, pretendia acidentalmente derrubar uma bandeja com taças transbordando de champanhe naquele vestido vinho. Isso porque meu sangue ferveu. Apesar dos pesares eu queria uma chance, um momento apenas para poder te mostrar por que você deve ser minha. Mas essa piranha entrou no caminho antes mesmo de eu agir. Acho que nunca senti tanta raiva na minha vida.

Sobre mim, metade era ciúmes e a outra metade era ódio de Lisa, por estar livre para todas, menos para mim. Por isso peguei aquela bandeja e disse para Jackson carregá-la de bebidas. Eu queria fazer uma loucura e não estava pensando em mais nada a não ser descarregar o que sentia. Sabia que era muito, mas o pouco nunca me satisfez de qualquer modo. Então se é para ser maluca, que eu seja a pior delas.

E eu estava determinada a fazer aquilo, ansiosa e quase gritando para Jackson acelerar o processo, embora estivesse fazendo o mais rápido que podia.

Mas Jisoo se aproximou:

— Vou te levar pra casa, vamos. Precisa trocar as ataduras. — Sinalizou o meu braço, fazendo um sinal de que iria embora para Jackson.

— Nem pensar, não agora. Anda Jackson, termina logo isso. — Pedi.

— Que é? Não seja estranha. Vamos logo, não cuidamos disso hoje de manhã e se infeccionar vai ser pior.

A preocupação de Jisoo mexeu comigo nesse momento, me fazendo lembrar do ocorrido mais cedo, da mesma ajustando meu cachecol. As coisas estão mudando e eu não posso dispensar essa oportunidade de apaziguar a situação. Foi esse sentimento e o olhar cuidadoso camuflado com indiferença de Jisoo que me fez deixar ela me guiar para a saída.

betting everything [Game Over]Onde histórias criam vida. Descubra agora