Capítulo - 03

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Gustavo

   Minha vida acabou!

   Meu mundo desmoronou!

   Eu vi o olhar de nojo que a Mirela lançou em minha direção, foi como se ela nem quisesse olhar para mim. Como eu pude ter traído ela assim, como eu pude ter jogado todos esses anos fora, como?

    Quando ela saiu do motel, eu fui atrás, cheguei em casa e ela não estava lá, fui para casa dos pais dela e o pai dela me expulsou de lá, sai de lá sem rumo.

    Ela nem desceu para falar comigo, ela não quis olhar para mim, eu to com tanto nojo de mim, eu humilhei minha mulher, humilhei meu bebê, destrui a minha família, por causa daquela mulher, eu tento lembrar de alguma coisa, mas nada, saio dali e dirijo de volta para casa.

    Ao entrar só é possivel ver o silêncio da noite, não tem mais a risada dela, o sorriso, ela conversando com a barriga, sento no chão e choro, choro por ser esse imbecíl, Como eu posso ter feito isso, não consigo encaixar isso na minha cabeça.

    Choro desesperadamente por ter perdido aquilo que mais amava no mundo. Por ser um imbecíl. O dia amanhece e continuo da mesma forma como o lixo que eu sou, escuto o barulho do trinco e a porta abre revelando, Mirela com um vestido que suponho não ser seu, seus olhos estão enchados sinal de que chorou e me sinto um merda por isso. Por ter feito ela chorar.

   —Mirela.. - digo me levantando para chegar perto dela e ela me empurra.

   —Não encosta em mim.

   —Deixa eu tentar te explica.

   —Explica o que? que me traiu? - as minhas lágrimas voltam a cair e as dela também - Por que? Eu não era suficiente para você? Por que to gorda? Você não sentia mais nada por mim?

   —Claro que não você é perfeita, ainda mais agora que está carregando o fruto do nosso amor, eu te amo.

   —Então por que?

   —Eu não sei, eu fui com o pessoal do trabalho beber, e não lembro de muita coisa, acordei no motel com ela em cima de mim, ela me persegue desde sempre, sempre tentou.....

   —Então quer dizer que não é de agora, você sempre me traiu? - ela diz soluçando e meu peito rasga.

   —Eu nunca te trai eu sempre me esquivei dela, acredita em mim? por favor - tento tocar - lá mas ela se esquiva.

   —Então se nunca me traiu aquilo ontem foi o que miragem?

   —Eu não sei como aquilo foi acontecer.

   —Chega, acabou - ela arranca a aliança e joga em cima de mim, pego por reflexo.

   —Não faz isso por favor, me perdoa - me ajoelho na sua frente.

   —Não tem perdão, eu quero que você saia desse apartamento vai embora, volta para o seu apartamento, eu não quero mais olhar na tua cara.

    Abraço suas pernas e ela tenta me empurra mas seguro forte e choro aos seus pés.

   —Por favor não, me perdoa, pelo nosso bebê.

   —Você pensou nele, pensou? É claro que não, chega acabou tudo entre nós - ela agora me empurra com sucesso, caminha até a porta e abre a mesma - Depois mando suas coisas.

   —Mirela....  Amor...

   —Saia, por favor.

    Me arasto para fora do apartamento, e ela fecha a porta na minha cara. Me encosto na parede e choro. Me obrigo a sair dali, decido ir para casa dos meus pais. Meus olhos estão embassados por conta das lágrimas, mas me esforço em tenta chegar em casa, estaciono de qualquer jeito, entro em casa e encontro minha mãe no sofá.

    —Gustavo filho, o que houve?- ela corre e me abraça - MARCOSS.

   
    Ela chama por meu pai que corre até a sala, soluço abraçado com minha mãe na sala.

   —Gustavo - papai diz num sussuro e ajuda a minha mãe a me colocar no sofá.

   —Acabou mãe - mostro a aliança da Mirela para ela - Ela terminou tudo.

   —Como assim? Vocês estavam tão bem, felizes com chegada do bebê, como de uma hora para outra, vocês terminam? - minha mãe pergunta aflita, e conto todos os últimos acontecimentos para a mesma.

   —Como você foi capaz? Gustavo eu te criei para ser um homem, não um moleque, você desonrou sua família. Você tem noção de como ela deve esta se sentindo agora? - meu pai diz e não me controlo choro mais por saber que ele está certo.

   —Eu não sei, to tão arrependido, de ter aceitado sair da empresa, ela não quer olhar na minha cara, ela me mandou embora de casa, o que eu faço sem ela e sem nosso bebê, me diz eu prefeito morrer ao invez de viver sem eles.

   —Não fala algo assim nem brincando meu filho, vem vamos descansar, no seu antigo quarto.

     Minha mãe me ajuda a subir as escadas e me deito na cama, choro que nem uma criança segurando a nossas alianças, o que eu fiz meu deus?
   

Conto : Armações da vida. (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora