Capítulo - 09

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Gustavo

    Vejo os pais da Mirela entrarem no hospital juntamente com os meus, liguei para minha mãe que deve te - los avisado, vejo o pai de Mirela vim em minha direção em fúria e me segurar pelo colarinho.

   —A culpa é sua né? Se algo acontecer com a minha filha se considere um cara morto.

    Não respondo só choro mais, sei que no fundo ele tem razão eu fiz ela sofrer, se ela ta nesse hospital aqui hoje a culpa é minha, não vou me perdoa.

    O pai da Mirela se afasta de mim, e minha mãe  me abraça me pedindo calma, como posso ter calma. As horas passam e ninguém vem da nenhuma notícia.

    Não consigo prestar atenção em nada, na minha mente só tem Mirela e nosso filho. O médico aparece retirando a máscara.

    —Familiares de Mirela Junqueira.

   —Somos nós - digo levantando.

    —Bom tivemos que fazer uma cesariana, o bebê está nesse momento na incubadora, ele passa bem apesar de ter nascido fora do tempo.

   —E minha filha? - minha sogra pergunta chorosa.

   —Foi um parto complicado, a paciente teve uma parada cardíaca durante o parto, e agora passa bem, está sedada e logo estará no quarto.

    —Posso vê meu filho?

   —Sim, você que é o pai pode entrar os demais terão que esperar - ele diz e o acompanho.

    Visto as roupas necessárias e logo entro no berçário, sinto meu coração errar uma batida ao olhar para aquela coisinha linda no berço, meu filho.

    A enfermeira me ajuda a segurar ele  e sorrio ao olhar para essa coisinha pequenininha nos meus braços.

   —Meu filho - seguro sua mãozinha e sinto as lágrimas rolarem.

   —Com licença - a enfermeira diz chegando perto de mim - vim buscar o  Heitor para a primeira mamada.

   —Heitor? - pergunto sorrindo.

   —Sim, foi esse o nome que a mãe disse, agora eu preciso leva - lo, ela está ansiosa.

   —Eu levo.

    —Eu sinto muito - a enfermeira diz um pouco sem graça - Mas a mãe proibiu a entrada do senhor no quarto.

   —Tudo bem - digo tentando esconder a tristeza em minha voz, beijo o rostinho do meu filho e o entrego a enfermeira

   Mirela

—Olha quem veio conhecer a mamãe - a enfermeira diz entrando no quarto com meu filho no braço ao seu lado estão meus pais.

    Papai me sorri e beija o netinho, quando ele vem para meus braços, minha mãe me sorri carinhosa.

    —Tão lindo - passo minha mão em seu rostinho e sinto as lágrimas banharem meu rosto.

    A enfermeira me orienta na primeira mamada, e me sinto entrando em um mundo mágico ao ter meu pequeno aqui, quando meu pequeno termina de mamar a enfermeira o colocando berço ao lado da minha cama e sai do quarto.

   —Qual o nome do meu neto filha? - papai pergunta.

   —Heitor - digo, eu sei que foi o Gustavo que escolheu, e apesar de tudo ele é o pai e eu acho que o nome combina com meu menino.

   —Lindo nome, filha oque aconteceu? Por que você teve esse parto de última hora? - minha mãe me pergunta.

   —A mãe do Gustavo foi conversa comigo, e ela me convenceu a ir conversa com o Gustavo, tinha pensado até em voltarmos, mas ao chegar lá vi ele beijando aquela mulher de novo, e fiquei nervosa acobou que a bolsa estourou.

   —Canalha - papai diz bravo.

   —Filha acho que você está sendo radical ao proibir o Gustavo de entrar aqui no quarto e vê o filho, ele viu rapidamente no berçário e só.

   —Querida você acabou de ouvir nossa filha, olha o que esse cara fez.

   —Eu sei, só que você ia gostar de ser privado de ver suas filhas? - mamãe pergunta e papai se cala - Filha eu sei que está magoada, não estou pedindo para perdoa - lo nem nada, só para que você deixe ele participar da vida do nosso pequeno só isso.

   —Você tem razão pode mandar o Gustavo entrar mãe, e eu prefiro que ele venha acompanhado dos pais.

   —Tudo bem - ela beija minha testa - vou aproveitar e avisar sua irmã - ela puxa a mão de meu pai para fora do quarto.

    Olho para meu bebê adormecido ao lado da minha cama e lhe lanço um sorriso triste, tão lindinho, tão parecido com o pai, sinto uma lágrima escorrer por meu rosto lembrar da cena que vi antes de vim para esse Hospital, sinto meu coração apertar. Escuto uma batida na porta e ele entra.

     Seu rosto está vermelho, seus olhos tem lágrimas não derramadas e ele me olha envergonhado, direi que até tímido deve ser a culpa o corroendo por dentro.

    —Sua mãe disse que eu podia entrar.

   —Sim afinal de contas você é o pai dele também.

   —Meus pais já vêem ver ele, foram na cantina comer algo.... Mirela o que você viu...

   —Não importa, não temos mais nada um com o outro, você pode fazer o que quiser, te chamei para você ver o Heitor.

   —Claro - ele caminha até o berço e olha nosso filho sorrir - Obrigado por me dar o melhor presente que eu poderia ganhar, e obrigado por colocar o nome dele de Heitor.

   —Ele também é seu filho, por falar nisso precisamos falar do registro, como você pode ver eu não posso sair daqui, então gostaria de saber...

   —Eu o registro vai ser uma imensa felicidade para mim.

   —Ótimo - pego o papel na mobília do quarto e o entrego.

   —Vou resolver isso ainda hoje.

    Ele se volta para o nosso filho e segura sua mãozinha, nosso filho abre os olhinhos e os fecho logo em seguida
E segura sua mão com mais força e posso tocar na emoção do Gustavo, de tão visível que está.

    Uma pena que tudo tenha acabado!

  

   

Conto : Armações da vida. (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora