Capítulo 2

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Ana abriu os olhos e logo os fechou novamente por causa da claridade, era assim todos os dias de manhã. Ela esfregou o rosto no travesseiro e abriu novamente os olhos, dando de cara com o rosto sereno de Vitória dormindo ao seu lado. A morena sorriu e com cuidado tirou o braço protetor de sua esposa de sua cintura, se levantando com calma para não movimentar tanto o colchão.

Ana esticou os braços e estalou o pescoço, suspirando aliviada. Ela foi até o banheiro escovar os dentes e saiu arrumando os cabelos, olhando mais uma vez para Vitória toda esparramada na cama antes de sair do quarto. Era sábado então ela não estava preocupada em se arrumar e sair correndo para o trabalho. Na verdade, ela estava aliviada por ser final de semana e poder esquecer um pouco daquele estresse que estava passando naquela revista.

Ser editora chefe foi uma das maiores realizações de Ana, é claro que se casar com Vitória e ter sua própria família foi a maior de todas, mas ela realmente amava seu trabalho, mesmo passando todo aquele estresse.

Ana abriu a porta do quarto da filha e colocou a cabeça para dentro, apenas para ver se ela estava dormindo ainda, mas a pequena Helena estava acordada e com uma carranca no rosto enquanto encarava seu macaquinho de pelúcia.

- Bom dia, meu amor - Ana disse entrando no quarto e se sentando na ponta da cama, de frente para a filha que ainda encarava o macaquinho - O que houve?

- Jay estava tentando fugir.

- Como?

- Ele estava no chão hoje, mamãe! - Helena respondeu de forma indignada e Ana levantou as sobrancelhas, se segurando para não rir.

- No chão? - Perguntou vendo a filha assentir - Que coisa feia, Jay! Isso não se faz.

- Eu te falei - Helena disse para o macaquinho e o colocou do outro lado da cama. Ela encarou Ana com os grandes olhos castanhos curiosos - Cadê a mamãe? É semple ela que vem aqui plimeilo.

- Sua mãe ainda está dormindo, o que acha de acordarmos ela? - Ana perguntou com um sorriso sapeca e viu a filha fazer o mesmo, esticando os bracinhos para que a mãe a pegasse no colo.

- Ela não vai ficar blava, não é?

- Sua mãe nunca fica brava com você - Ana respondeu abrindo a porta com a mão livre - Só não saia pulando em cima dela de uma vez.

- Tá bom - Helena assentiu e olhou para a cama onde Vitória continuava esparramada. Ana a colocou em cima da cama e a pequena engatinhou para próximo da mãe, ela olhou para Ana e soltou uma risadinha.

- Shhh não dê risada, mini chicken.

Vitória escutou um sussurro logo seguido de uma risada contida. Uma movimentação no colchão se fez presente, mas ela apenas se remexeu e tentou voltar a dormir.

- O que falemos agola, mamãe? - Helena perguntou no mesmo tom que Ana.

- Vamos acordar essa dorminhoca - Ana respondeu a filha que assentiu e subiu lentamente sobre as costas de Vitória, fazendo a mesma resmungar.

- Mamãe? - Helena perguntou deitando a cabeça nas costas da mãe que resmungou mais uma vez. Ela havia acordado, mas sabia muito bem o que a filha iria fazer - Acoda, mamãe! O Sol já está lá fola! - A pequena disse animada e espalmando as mãozinhas nas costas de Vitória, balançando em seguida. Ana mordeu o lábio para não rir e escutou mais um resmungo.

Vitória passou o braço para trás e tirou a filha de cima de suas costas, ela se virou de barriga para cima e não demorou a sentir aquele corpinho em cima do seu novamente.

- Vai, mamãe! Levanta! O Sol já está lá fola! - Helena disse mais uma vez e Vitória abriu os olhos devagar, encarando aqueles olhos castanhos idênticos aos seus a centímetros do seu rosto.

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