Já se passava das duas da tarde quando Ana saiu do restaurante japonês em que havia parado para almoçar, já que Bárbara não atendia suas ligações e apenas mandou uma mensagem dizendo que não estava bem e não poderiam almoçar juntas. Ela achou aquilo estranho, mas resolveu deixar a amiga sozinha por um tempo e depois tentaria ligar para ela novamente e ver o que havia acontecido.
Ana parou o carro em sua vaga no estacionamento da revista, mas antes que pudesse descer ela escutou seu celular tocando em sua bolsa. Ela o pegou rapidamente pensando ser Bárbara.
- Bá?
- Ana Clara, aqui é a diretora Parker.
- Oh, desculpe. Está tudo bem?
- Na verdade não – A diretora respondeu e seu tom de voz começou a preocupar Ana – Eu estou nesse momento no hospital com a Helena e....
- Como assim no hospital? – Ana perguntou interrompendo a fala da diretora – O que aconteceu com a minha filha?
- Ela disse que não estava se sentindo bem, que a barriga estava doendo. Quando eu ia ligar para você ela começou a vomitar então achamos melhor trazê-la para o hospital primeiro – Respondeu de forma calma e Ana fechou os olhos sentindo o estômago embrulhado com aquilo.
- Sim, foi o certo – Ana soltou um suspiro e voltou a abrir os olhos. Ela precisava ligar para Vitória e ir para o hospital – Eu estou indo agora para o hospital e também vou ligar para a Vitória.
- Eu tentei ligar para ela antes mas o celular deve estar desligado.
- Ela ia ter uma reunião – Ana respondeu voltando a ligar o carro – Mas eu dou um jeito de falar com ela.
- Tudo bem, eu vou ficar aqui até vocês chegarem.
- Obrigada.
- Nos vemos daqui a pouco.
Ana desligou o celular e o deixou no banco ao lado, saindo do estacionamento e dirigindo diretamente para o hospital. Ela podia sentir seu coração saltar em seu peito apenas em pensar em sua garotinha naquele hospital. Sabia que tinha algo de errado com sua filha. Ela devia ter a levado antes para o hospital, devia ter se preocupado mais.
- Não Ana – Negou com a cabeça parando no semáforo fechado – Não pense nisso agora – Respirou fundo duas vezes e voltou a pegar o celular, ligando para Vitória e soltando um gemido agoniado quando a ligação caiu na caixa postal – Vamos, Vi....
Mais uma ligação caia na caixa postal e Ana grunhiu frustrada. Decidiu então voltar a ligar para ela somente quando estivesse no hospital. Ela só queria pegar sua filha no colo e cuidar dela, já que não havia feito isso antes.
/-\
Aquela reunião estava tão chata que Vitória estava quase dormindo naquela cadeira. Ela odiava quando o gerente do banco abria a boca para falar alguma coisa, porque além de demorar muito para falar sempre era alguma ideia estúpida. Tão estúpida que ela sentia vontade de se levantar e sair daquela sala. E o pior de tudo é que ela estava com fome, e se aqueles velhos continuassem a falar naquele ritmo ela só iria comer alguma coisa no jantar.
- O que você acha, senhora Falcão? – Richard, o gerente perguntou atraindo a atenção de Vitória que sorriu amarelo por não ter prestado atenção em nada do que ele havia dito.
- Ah sim, bom... – Vitória ajeitou sua postura e olhou para todos na mesa – Eu acho que preciso pensar melhor sobre isso.
- Não ficou tão claro? Eu posso explicar novamente.
- Não! – Vitória disse rapidamente, limpando a garganta quando viu o olhar confuso e um tanto surpreso de todos – Quer dizer, não será necessário. Eu vou pensar melhor nessa proposta e entro em contato com os senhores até a semana que vem.
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Um Porto Seguro
Fiksi Penggemar"Síndrome do Pânico: é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente". Você já imaginou sentir medo...