Capítulo 6

1.2K 75 5
                                    

Suor. Batimentos cardíacos acelerados. Respiração ofegante. Palavras sem nexo sendo sussurradas. Arfadas. O corpo se remexendo a todo instante. Suspiros e rosto contorcido.

Era assim que Ana estava naquela madrugada. Ela sentia seu corpo queimar e uma sensação um tanto conhecida tomava conta de seu corpo, fazendo-a se remexer a todo instante na cama. Ela murmurava palavras desconexas e as vezes soltava alguns gritinhos. E tudo aquilo já estava fazendo Vitória quase entrar em desespero.

- Ana pelo amor de Deus, acorde!

Vitória tentou mais uma vez naquela hora acordar a esposa que se contorcia na cama. Ela havia acordado pois Ana estava inquieta em seus braços, depois ela começou a resmungar e se contorcer na cama e aquilo a preocupou. Vitória estava ajoelhada na cama ao lado da esposa que ainda se contorcia e deixava algumas lágrimas rolarem pelo seu rosto, o molhando ainda mais.

- Ana! – Vitória tentou segurar o corpo inquieto da esposa antes que ela caísse no chão, vendo-a começar a soluçar com o choro – Amor, pare!

- PARA! ME SOLTA! – Ana gritou ainda chorando. Era um choro forte e sentido. Como se ela estivesse sentindo alguma dor profunda – N-NÃO! NÃO ME DEIXA AQUI! VOLTA!

- Ana! – Vitória gritou vendo a morena abrir os olhos e saltar na cama – Por Deus, Ana! Olhe para mim, amor. Para mim! – Segurou seu rosto fazendo com que Ana olhasse em seus olhos. Seu rosto estava molhado por conta do suor e das lágrimas que ainda rolavam, suas mãos tremiam e sua respiração estava tão acelerada que Vitória pensou que ela poderia ter um ataque cardíaco ali mesmo - Ana, respire! Você vai acabar tendo ataque.

Ana rolava os olhos pelo rosto de Vitória, tentando achar alguma coisa que a fizesse parar de tremer. Seus batimentos cardíacos estavam tão acelerados e fortes, que ela podia sentir a pulsação em seus ouvidos. Ela não conseguia dizer nada, era como se sua voz não quisesse sair. De repente um enjoo súbito apareceu e ela se soltou de Vitória, pulando da cama e correndo para o banheiro a tempo de se ajoelhar de frente para o vaso sanitário e vomitar.

- Amor – Vitória correu para segurar seus cabelos – Já disse para respirar, amor.

- Vitória.... Eu... Droga! – Ana ergueu as mãos e vendo que elas ainda tremiam voltou a chorar – Que inferno!

- Para – Vitória se ajoelhou atrás da esposa e a abraçou, não se importando com aquele cheiro horrível de vômito – Eu estou aqui, amor.

- O que está acontecendo, Amor? – Ana perguntou em meio ao choro e Vitória a abraçou com mais força, beijando sua cabeça carinhosamente.

- Eu não sei, amor – Suspirou pousando sua testa no ombro da esposa. A camiseta que Ana vestia estava colada por causa do suor, e quente como seu corpo – Mas eu vou fazer passar, ok? – Ana apenas assentiu e respirou fundo, engolindo o choro – Vem, vamos lavar essa boca e voltar para cama.

- Eu não quero dormir – Ana respondeu ao dar descarga – Eu vou sonhar com aquilo de novo e eu não quero.

- Não vai, Amor – Vitória entregou a escova de dentes com o creme dental para a morena e ficou observando ela escovar os dentes – Se quiser eu fico acordada com você.

- Não, você trabalha cedo amanhã – Ana respondeu enxaguando a boca e limpando com a toalha – Não precisa ficar acordada por minha causa.

- Amor, eu não vou conseguir dormir com você desse jeito – Vitória a puxou de voltar para o quarto e a fez deitar na cama – Ou você dorme comigo, ou eu fico acordada com você. Simples assim.

- Você é muito teimosa – Ana revirou os olhos e antes que Vitória pudesse responder, algumas batidas fracas na porta foram ouvidas seguida de uma vozinha bem conhecida.

Um Porto Seguro Onde histórias criam vida. Descubra agora