Capítulo 18

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Se Vitória não conhecia o medo ela estava tendo o desprazer de conhece-lo naquele momento. Já faziam duas horas que elas estavam dentro daquele carro rodando lentamente por todos os lugares mais conhecidos por Ana e nenhum sinal dela. Bárbara estava mais tranquila antes pois pensava que ela poderia estar na casa dos pais ou com os irmãos, mas começou a se preocupar de verdade quando nenhum deles havia tido contato com ela o dia todo.

- Bárbara já está anoitecendo e parece que vai chover - Vitória disse em um tom preocupado olhando para o céu que estava quase escuro e alguns relâmpagos o iluminava as vezes - Eu estou realmente com medo agora.

- Se não encontrarmos ela na próxima hora ligamos para a polícia - Bárbara sugeriu olhando atentamente pelas ruas, procurando algo que lhes levasse até a morena.

- Vamos Vitória, pense.

Vitória sussurrou para si mesma olhando para mais um estabelecimento. Já haviam passado pelo parque, pelo lago, e todas as lojas que lugares que ela gostava de ir e nada. Talvez ela devesse pensar além disso. Se todos os lugares que Ana gostava de ir não estava ajudando, teriam que ir até os que ela detestava.

- Vá para o centro, Bárbara - Vitória pediu sabendo que Ana tinha pavor de andar pelo final da rua, porque foi onde aconteceu o assalto.

- Vi o centro vai estar todo movimentado, vai ser impossível encontra-la lá.

- Eu sei, mas quem sabe ela não está naquela praça que fica bem no final? - Vitória perguntou e Bárbara a encarou vendo que ela estava realmente desesperada.

- Então é mais fácil começarmos por lá do que demorar séculos para ir de uma ponta a outra.

Vitória apenas assentiu e continuou prestando atenção no caminho enquanto Bárbara dirigia até a tal praça. Ela estava mesmo rezando para Ana estar lá, sua vontade era de abraçar a amiga mas bater na cara dela por ter sumido. Vitória estava do mesmo jeito, mas sabia que tinha que ser paciente com a esposa, principalmente agora. Suspirou agoniada quando começou a chover.

- Nunca fiquei tão feliz por eles terem colocado essas luzes aqui - Bárbara comentou vendo as árvores todas iluminadas, era sempre assim quando anoitecia. Apenas o fato de estar chovendo dificultava um pouco a visão das duas.

- Fique atenta, Bá - Vitória pediu e cada uma olhou para um lado, Bárbara o da praça e Vitória o das lojas. Sentia seu lábio inferior doer de tanto que já havia o mordido por questão do nervoso - Vamos Ninha....

- Vitória...

- Achou algo? - Perguntou se virando rapidamente para a amiga.

- Não, eu ia dizer que se ela estiver no meio da praça vai ficar mais difícil de encontrarmos.

- Vamos até o final de depois voltamos e procuramos no meio, pode ser?

Vitória sugeriu vendo a amiga apenas assentir e então voltaram a procura-la. Podia sentir um nó em sua garganta toda vez que olhava para alguma loja e não tinha nem um sinal da morena. Sentiu seu celular tocar em seu colo e rapidamente o pegou, atendendo sem nem ver quem era.

- Ninha?

- Não, sou eu - A voz de Flávia soou do outro lado e Vitória resmungou frustrada - Liguei para saber se a encontraram mas pelo visto ainda não.

- Não, ainda estamos rodando com o carro.

- Onde vocês estão?

- Na praça do centro.

- Eu falei com o Edimilson, ele disse que também estão procurando pelos bairros.

- Ótimo. Helena está bem?

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