Se Vitória não conhecia o medo ela estava tendo o desprazer de conhece-lo naquele momento. Já faziam duas horas que elas estavam dentro daquele carro rodando lentamente por todos os lugares mais conhecidos por Ana e nenhum sinal dela. Bárbara estava mais tranquila antes pois pensava que ela poderia estar na casa dos pais ou com os irmãos, mas começou a se preocupar de verdade quando nenhum deles havia tido contato com ela o dia todo.
- Bárbara já está anoitecendo e parece que vai chover - Vitória disse em um tom preocupado olhando para o céu que estava quase escuro e alguns relâmpagos o iluminava as vezes - Eu estou realmente com medo agora.
- Se não encontrarmos ela na próxima hora ligamos para a polícia - Bárbara sugeriu olhando atentamente pelas ruas, procurando algo que lhes levasse até a morena.
- Vamos Vitória, pense.
Vitória sussurrou para si mesma olhando para mais um estabelecimento. Já haviam passado pelo parque, pelo lago, e todas as lojas que lugares que ela gostava de ir e nada. Talvez ela devesse pensar além disso. Se todos os lugares que Ana gostava de ir não estava ajudando, teriam que ir até os que ela detestava.
- Vá para o centro, Bárbara - Vitória pediu sabendo que Ana tinha pavor de andar pelo final da rua, porque foi onde aconteceu o assalto.
- Vi o centro vai estar todo movimentado, vai ser impossível encontra-la lá.
- Eu sei, mas quem sabe ela não está naquela praça que fica bem no final? - Vitória perguntou e Bárbara a encarou vendo que ela estava realmente desesperada.
- Então é mais fácil começarmos por lá do que demorar séculos para ir de uma ponta a outra.
Vitória apenas assentiu e continuou prestando atenção no caminho enquanto Bárbara dirigia até a tal praça. Ela estava mesmo rezando para Ana estar lá, sua vontade era de abraçar a amiga mas bater na cara dela por ter sumido. Vitória estava do mesmo jeito, mas sabia que tinha que ser paciente com a esposa, principalmente agora. Suspirou agoniada quando começou a chover.
- Nunca fiquei tão feliz por eles terem colocado essas luzes aqui - Bárbara comentou vendo as árvores todas iluminadas, era sempre assim quando anoitecia. Apenas o fato de estar chovendo dificultava um pouco a visão das duas.
- Fique atenta, Bá - Vitória pediu e cada uma olhou para um lado, Bárbara o da praça e Vitória o das lojas. Sentia seu lábio inferior doer de tanto que já havia o mordido por questão do nervoso - Vamos Ninha....
- Vitória...
- Achou algo? - Perguntou se virando rapidamente para a amiga.
- Não, eu ia dizer que se ela estiver no meio da praça vai ficar mais difícil de encontrarmos.
- Vamos até o final de depois voltamos e procuramos no meio, pode ser?
Vitória sugeriu vendo a amiga apenas assentir e então voltaram a procura-la. Podia sentir um nó em sua garganta toda vez que olhava para alguma loja e não tinha nem um sinal da morena. Sentiu seu celular tocar em seu colo e rapidamente o pegou, atendendo sem nem ver quem era.
- Ninha?
- Não, sou eu - A voz de Flávia soou do outro lado e Vitória resmungou frustrada - Liguei para saber se a encontraram mas pelo visto ainda não.
- Não, ainda estamos rodando com o carro.
- Onde vocês estão?
- Na praça do centro.
- Eu falei com o Edimilson, ele disse que também estão procurando pelos bairros.
- Ótimo. Helena está bem?
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Um Porto Seguro
Fanfic"Síndrome do Pânico: é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente". Você já imaginou sentir medo...